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Estado de Minas PREFEITURA DE BELO HORIZONTE

Fuad Noman toma posse como prefeito de Belo Horizonte

Cerimônia na Câmara Municipal de BH oficializou a substituição de Alexandre Kalil, que renunciou para tentar ser governador de Minas Gerais


29/03/2022 12:00 - atualizado 29/03/2022 18:42

Fuad Noman, prefeito de Belo Horizonte
Fuad Noman, prefeito de Belo Horizonte (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Agora é oficial: Belo Horizonte tem um novo prefeito. Nesta terça-feira (29/03), Fuad Noman (PSD) tomou posse como prefeito belo-horizontino em cerimônia na Câmara Municipal de BH. Noman, vice-prefeito desde janeiro de 2021, substitui Alexandre Kalil (PSD) no posto, que renunciou para se tornar pré-candidato ao Governo de Minas nas eleições gerais de 2022, em outubro.

Fuad esteve na Câmara de BH com a esposa, os dois filhos e netos. Também acompanharam à posse a maioria dos vereadores, entre eles Nely Aquino (Podemos), presidente da Casa, e outras autoridades, como parlamentares estaduais e federais e integrantes do Judiciário.



Secretários municipais também acompanharam Fuad. São eles: Cláudio Beato (Desenvolvimento Econômico), Genilson Ribeiro (Segurança e Prevenção), André Reis (Planejamento, Orçamento e Gestão), Maíra Colares (Assistência Social), Mário Werneck (Meio Ambiente) e Josué Valadão (secretário de Governo).
 
No discurso de boas-vindas, Nely Aquino desejou sucesso a Fuad Noman e disse que qualquer desavença com o Executivo é passado. A presidente da Câmara de BH não tem boa relação com Kalil e, após iniciar a fala, brincou: "Estou doida para ouvi-lo falar como prefeito".

“Prefeito Fuad Noman, o senhor encontrará nesta Casa apoio, o diálogo e o respeito necessários para que possa administrar Belo Horizonte. O que esperamos do seu governo é reciprocidade às nossas intenções. Essa Casa tem prerrogativas que seguem e quer seguir votando e aprovando o que é de interesse público.”, disse Nely, em discurso de tom apaziguador. 

"No dia de hoje (terça-feira), estendemos a mão ao Poder Executivo, encerrando, principalmente, todos os desentendimentos. Desejo sucesso à nova equipe de governo, cavalheirismo ao novo prefeito Fuad Noman e, prefeito, o senhor sabe que aqui o senhor encontra diálogo, o senhor encontra compromisso com a cidade", completou. 

Fuad Noman, prefeito de Belo Horizonte, cumprimenta Nely Aquino
Fuad Noman, prefeito de Belo Horizonte, cumprimenta Nely Aquino (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
No discurso de posse, Fuad destacou ações que a prefeitura teve desde 2017, quando Kalil foi eleito pela primeira vez, como o combate à pandemia da COVID-19 e obras de contenção de enchentes. O agora prefeito, secretário de Fazenda entre 2017 e 2020, aos 74 anos, também destacou que terá diálogo com a Câmara de BH.

"Primeiro, equilibramos as contas do município e priorizamos os investimentos, que gerou base sólida para enfrentarmos a crise com objetivo de minimizar seus efeitos, em relação ao maior número de pessoas possíveis. Jamais vamos esquecer das 7.500 vítimas fatais da doença na cidade, nem da dor de seus parentes e amigos. Foram mais 350 mil belo-horizontinos atingidos pela COVID. Esses números estão muito além que poderíamos imaginar do início, mas tenho certeza que nossas equipes atuaram, atuam e atuarão com extrema dedicação, e saúde, sem dúvida nenhuma, foi nosso foco. Mas não fechamos os olhos para os demais setores prioritários", afirmou.
 
"A gestão comandada por Alexandre Kalil, da qual tive a honra de contribuir, fez mais que todas as anteriores no combate às enchentes na proteção das áreas de risco. Investimos mais de R$ 430 milhões nessas áreas", completou, em parte do discurso de cerca de 14 minutos. 
 
A posse contou com manifestação do lado de fora da Câmara de BH. Servidores da educação municipal pediam um reajuste salarial, e uma carta do grupo foi entregue ao novo prefeito de BH, segundo vereadores ligados à causa.
 

O discurso de posse de Fuad Noman 

 
"Eu assumo a Prefeitura de Belo Horizonte, neste momento, com muito orgulho. Eu queria cumprimentar e agradecer a presença da minha família aqui, nesse evento. Mônica, minha esposa, meus filhos Paulo Henrique e Gustavo, minha irmã Lenita, meu irmão Hélio e a sua esposa Ana Lúcia. Queira lembrar das minhas noras Cláudia e Fabiana que não puderam vir, mas tenho certeza, que estão em casa rezando pelo nosso sucesso. Vocês são minha fortaleza e é sobre esse pilar que reuno a minha força. Muito obrigado por estarem aqui presentes.

Estou aqui junto com meus amigos e com as principais lideranças políticas dessa cidade para dar início ao mais importante desafio da minha vida como um homem público: assumir a prefeitura da minha amada Belo Horizonte. Foi aqui onde eu nasci, passei a minha infância, estudei, formei minha base familiar, emocional, cultural e afetiva. Para onde eu voltei depois de um longo tempo fora disposto a devolver para essa cidade e ao estado de Minas Gerais uma parte de tudo que recebi quando aqui estive. 

Para quem não me conhece, permitam-me falar um pouco da minha trajetória. Iniciei minha carreira no exército brasileiro. Queria aqui aproveitar a presença do coronel e do chefe do estado maior pra dizer que foi o meu grande, minha grande escola de vida. Foi onde eu entrei um garoto e sai um homem. Os meus respeitos às forças armadas do Brasil e a essa casa que tanto gosto, a nossa grande dose de ouro, onde eu tenho a honra de ser considerado um soldado ilustre. Estou lá na tribuna.

Eu deixei as fileiras do exército para ingressar no concurso público no Banco Central do Brasil, instituição da qual sou hoje um servidor aposentado. Como consultor do FMI, trabalhei na estruturação do banco central de Cabo Verde, na África. Na década de 80, fui cedido para o governo federal, onde participei ativamente da reforma administrativa e financeira que naquela época ocorria, inclusive, na criação da secretaria do tesouro onde tive o orgulho e a honra de trabalhar por um longo tempo. Fui subchefe da casa civil da presidência da república.

Exerci o cargo de ministro da casa civil, interinamente, é claro, por alguns dias, mas fui ministro. Tá lá nos anais da casa. Atuei como vice-presidente do Banco do Brasil. Presidi a Brasilprev, uma empresa de previdência privada também do Banco do Brasil. Retornei às minas gerais em 2003, onde junto ao governo do estado servi como secretário da fazenda e, nesse momento, eu precisa de relembrar da parceria forte com o nosso atual ministro Antônio Anastasia a quem eu aproveito para agradecer as palavras tão carinhosas que ele proferiu nessa mensagem que ele me deu. Trabalhei também como secretário de obras, secretário extraordinário de coordenação de investimentos, presidente da Gasmig, presidente de toda a Cemig, e depois na prefeitura de belo horizonte assumi em 2017 a secretaria da fazenda. Em 2020, fui eleito vice-prefeito. Esse é um breve relato da minha trajetória.

Assumo o mais alto cargo do executivo municipal no momento em que o Brasil passa por uma das maiores crises de sua história. A pandemia que, felizmente, já dá sinais de se encaminhar ao fim, após nos afligir por mais de 2 anos, nos deixa impactos severos na saúde, na economia, na educação, nas questões sociais, muita gente com sequelas, muita gente sem emprego, muitos perderam seus negócios e muita gente ainda passa fome e não tem onde morar.

No Brasil e no mundo essas questões se repetem não é um caso isolado da nossa cidade. Mas aqui, é nossa responsabilidade adotar medidas para eliminar ou minimizar esses efeitos. Pois há retrocesso em todas as áreas. Mas aqui temos que seguir adiante. Esse quadro tão delicado se agravou com a guerra gerada pela invasão da Ucrânia que gerou efeitos imediatos na nossa economia, como o aumento do preço dos combustíveis, como o impacto em toda a cadeia produtiva. Eu queria aproveitar esse momento, para hipotecar minha solidariedade ao povo da Ucrânia, que tem passado por momentos terríveis com essa invasão desproporcional da União Soviética.

As consequências da crise recaem, principalmente, nos municípios que precisam se reinventar para enfrentar um brutal aumento por demanda dos serviços públicos, sobretudo nas áreas de saúde, educação e assistência social. Belo horizonte, no entanto, conseguiu se destacar nos últimos anos sobre o comando de Alexandre Kalil e com a minha participação como secretário da fazenda e toda a equipe de secretários e demais colaboradores. Primeiro, equilibramos as contas do município e priorizamos os investimentos, o que gerou uma base sólida para enfrentarmos a crise com o objetivo de minimizar os efeitos em relação ao maior número de pessoas possível. 

Jamais vou me esquecer das 7.500 vítimas fatais da doença em nossa cidade, nem da dor dos seus parentes e amigos. Foram mais de 350 mil belorizontinos atingidos pela Covid, muitos deles com sequelas.  Esses números estão muito além do que podíamos imaginar no início da pandemia. Mas tenham certeza, nossas equipes atuaram, atuam e atuarão com extrema dedicação e empenho. A saúde, sem dúvida nenhuma, foi o nosso foco, mas não fechamos os olhos para os demais setores prioritários da administração. A gestão comandada por Alexandre Kalil da qual tive a honra de contribuir fez mais do que todas as anteriores no combate às enchentes, na proteção das áreas de risco. Investimos mais de 430 milhões nessas áreas. Já foram concluídas as bacias de detenção túnel do camarão, bom sucesso, intervenções na bacia das indústrias, dentre outras.

As obras para mitigar inundações frequentes na região de venda nova estão em andamento e algumas que surtem efeito. Serão investidos mais 125 milhões para a implantação de outros dois reservatórios com capacidade aproximada de 115 milhões de litros a serem concluídos ainda neste mandato. Me refiro aos reservatórios Vilarinho II e Nado I. O setor que exigiu maiores esforços, os resultados conseguidos por Belo Horizonte foram reconhecidos internacionalmente através do estudo Imperial College, na universidade britânica de excelência mundial na produção científica. Ela mostra que cerca de 329 mil vidas perdidas no país, pela Covid, poderiam ter sido salvas caso a pandemia tivesse sido conduzida nacionalmente da mesma forma que foi em Belo Horizonte. 

Esses resultados positivos só foram possíveis pelo investimento constante em obras, tecnologia e valorização dos profissionais. São 50 novas unidades básicas de saúde, 33 já entregues à população, 7 em construção e 10 que serão iniciadas ainda neste ano. Hospital do Barreiro entrou em plena operação, a nova upa norte foi entregue a população. Várias reformas e ampliações na rede de atendimento do hospital Odilon Behrens. Também demos prioridade ao combate da fome e à pobreza, problema crônico da nossa cidade.

A educação, com nossos estudantes trancados em casa por quase dois anos, em sua maioria sem acesso as ferramentas tecnológicas necessárias ao aprendizado, restou severamente afetadas. Foram investidos mais de 250 milhões na adaptação da rede escolar para o retorno do ensino presencial, na aquisição de chips, planos de dados para a internet e tablets para alunos e professores. Além do mais abrangente programa de inclusão digital que estamos implantando e que beneficiarão 370 mil moradores de rua, de vilas, aglomerados e conjuntos habitacionais da cidade que serão impactados com Wifi gratuito, com acesso à rede, com acesso à internet. 

Agora precisamos nos empenhar ao máximo para recuperação da economia no pós-pandemia. Não é suficiente apenas prover ensino de qualidade, precisamos implantar um projeto eficiente de reforço, para que os alunos, principalmente os mais carentes, recuperem o tempo perdido. O serviço público, com a carência que vive a nossa população, tudo que nós, homens e mulheres, servidores públicos fazemos pode ser considerado insuficiente. Concordo que sempre podemos fazer mais. Mas assumo a prefeitura com orgulho que fizemos nesses 63 meses. Sei que há mais a lastimar do que a comemorar no período, porque tivemos que conviver com a pandemia e lamentar pelos infectados e mortos, além dos nefastos fatos na vida econômica.  

Sento na cadeira de prefeito na terceira maior cidade do país consciente do desafio e estou preparado para fazer o melhor para os belo-horizontinos. Meu grande objetivo é preparar esta cidade para o futuro, sem nunca descuidar do seu presente.  Belo Horizonte é uma cidade rica, com economia dinâmica, uma cultura vibrante e uma população orgulhosa de suas raízes. Somos um povo trabalhador, alegre e inteligente. E temos que dar as condições para que os nossos jovens possam sonhar com uma cidade melhor com mais oportunidade para todos. Vamos olhar para frente tendo como objetivo central, a melhoria da qualidade de vida da população de Belo Horizonte. 

Quero olhar com dedicação e responsabilidade os mais vulneráveis e desassistidos. É inaceitável andarmos nas ruas da nossa cidade e testemunhar as pessoas vivendo nas ruas, pedindo esmolas para conseguir alimentar seus filhos. Essas pessoas precisam de oportunidades de trabalho, de assistência social, de palavras de apoio e de serviços de qualidade. Dedicarei todo o meu esforço como prefeito de Belo Horizonte para reverter este quadro na busca de oportunidade para que os mais vulneráveis possam voltar a exercer sua cidadania plena. 

Conto com a Câmara Municipal como parceira para enfrentar este grande desafio dos próximos dois anos e nove meses. As portas do meu gabinete estarão sempre abertas a todos vocês, caros companheiros vereadores. Vou reforçar, diariamente, essa parceria do Executivo e Legislativo em benefício do povo da nossa cidade. Tenho certeza, presidente Nely, que nossa identidade de objetivos, que é servir ao povo da nossa terra e prover serviços públicos de qualidade, é o mesmo. Acredito que, se no objetivo comum, com toda certeza, encontraremos as ações juntos, para levar esse trabalho até eles. 

Vereadores e prefeitos são eleitos pelo povo e, assim, devem trabalhar em harmonia. É esse o meu desejo e minha disposição. Sem nunca desconsiderar a oposição sadia, que é a marca da democracia. Da nossa lavra, senhora presidente, enviaremos os projetos de lei para esta Casa e esperamos a contribuição e o aperfeiçoamento de todos eles. Sempre com diálogo e participação. Juntos, faremos uma cidade mais bonita, mais agradável, com bons serviços públicos, que todos nós belo-horizontinos merecemos. 

Meu amigo Alexandre Kalil, conto sempre com sua amizade e parceria. Registro aqui meu desejo que ele possa ser eleito e fazer por Minas o que fez por Belo Horizonte. Tenho certeza que se essa oportunidade lhe for dada ele olhará para todos os mineiros, com sua competência e sensibilidade única. Cada um de nós tem seu estilo, sua forma de pensar. Kalil e eu fomos eleitos para governar Belo Horizonte. Somos do mesmo partido, torcemos para o mesmo Galo, temos visões de mundo semelhantes e seguiremos o mesmo programa de governo da eleição. Vou manter os planos e grande parte da equipe de Kalil para levar adiante nossos objetivos. Mas, temos estilos de vida e administração diferentes, que podem ser complementares.

Estou com 74 anos, poderia estar aposentado, viajando, pescando, brincando com meus netos. Mas, não é isso que eu quero. Prefiro estar aqui, diariamente, trabalhando duro para preparar uma cidade melhor, como se fosse para os meus quatro netos, que enchem de alegria o meu coração. Eu quero que eles tenham orgulho da cidade que o vovô Fuad administrou. João Pedro, Mateus, Isabela e Rafael este discurso é para vocês. E minha atuação nestes dois anos e nove meses na Prefeitura de Belo Horizonte será sempre voltada para todos  vocês, pais, mães, filhos e netos que vivem nesta cidade, onde nascemos  e escolhemos para viver. Muito obrigado a todos e que Deus nos fortaleça e nos abençoe para esta grande missão que é de todos nós. Boa tarde!"


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