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Estado de Minas COVID-19

Invasão a hospitais choca profissionais da saúde no Brasil

Acostumados com invasões e tentativas de invasão em hospitais do SUS, médicos, enfermeiros e outros e pessoal administrativo se surpreendem agora com o envolvimento de deputados e vereadores nessas ações


15/06/2020 06:00 - atualizado 15/06/2020 08:24

Hospital Dório Silva, instalado no município de Serra, no Espírito Santo, foi um das unidades invadidas por apoiadores do presidente, no caso, um grupo de cinco deputados do estado
Hospital Dório Silva, instalado no município de Serra, no Espírito Santo, foi um das unidades invadidas por apoiadores do presidente, no caso, um grupo de cinco deputados do estado (foto: Governo do Estado do Espírito Santo/Divulgação)


As invasões e tentativas de invasões de hospitais no feriado de Corpus Christi deixaram médicos, enfermeiros e outros funcionários das unidades de saúde chocados. Porém, não são novidades no Sistema Único de Saúde (SUS), no qual sempre há falta de recursos humanos e materiais, provocando tensão com pacientes e familiares.
 
A diferença é que agora partem de pessoas que têm meios para ajudar a resolver, ou atenuar, o problema, como vereadores e deputados. “Essas invasões muito mais me entristecem e revoltam do que me surpreendem. Esperava que o parlamentar ou agente público usasse de suas prerrogativas, que são legais, para encontrar soluções para esse quadro que estamos atravessando”, afirma o presidente da Associação Médica Brasileira, o mineiro Lincoln Lopes Ferreira.
 
Segundo ele, a pandemia de COVID-19 recebeu tratamento errado desde sua origem, na China, com aspectos técnicos e sanitários sendo desprezados. Quando chegou ao Brasil, o campo foi fértil para prosseguir uma abordagem errada, que acaba prejudicando a todos.

“Com nossas pouco desenvolvidas relações sociais, a pandemia passou a receber por parte do grande público quase um tratamento futebolístico, as pessoas torcem para um lado, torcem para outro.”

De qualquer forma, ele alerta para os riscos que cada um que tenta desrespeitar a ciência traz para si e para os outros. “Existem locais, como blocos cirúrgicos e UTIs (unidades de terapia intensiva) que exigem todo um treinamento para se frequentar. Quem não tem preparação deve ficar distante. Invadir locais assim não vai trazer qualquer tipo de solução”, argumenta.

Crime


Em seu artigo 331, o Código Penal brasileiro diz que desacatar “funcionário público no exercício da função ou em razão dela” é crime, passível de detenção de seis meses a dois anos, ou multa. Lopes Ferreira ressalta que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que criminaliza agressão específica a profissionais da saúde quando em serviço. Isso, para evitar não só o que vem ocorrendo agora, mas também as agressões sofridas em outras ocasiões por quem busca preservar a vida.
 
Já o diretor-financeiro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Gilney Guerra, é ainda mais incisivo. Para ele, os profissionais da saúda já estão sofrendo bastante para fazer o que podem para salvar vidas durante a pandemia e agora ainda têm de se preocupar com a própria integridade física durante o trabalho.
 
“O que o presidente da República fala vai contra tudo que as autoridades sanitárias não só do Brasil, mas do mundo, pregam. O local onde a pessoa estará mais desprotegida é no hospital. O local certo de um cidadão ficar neste momento é em casa, não indo a unidades de saúde para fazer filmagens, muitas vezes de forma ilegal”, diz.
 
Para ele, o fato de haver leitos desocupados, como alegam bolsonaristas para dizer que a contaminação por coronavírus não é tão grave, é positivo, pois “significa que houve planejamento para enfrentar a situação”, argumenta.

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