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Vacinas contra covid: investigação apura se morte de apresentadora da BBC Lisa Shaw tem relação com coágulo raro

Porta-voz de agência sanitária afirmou que o caso de trombose será investigado com rigor, mas ressaltou que riscos de complicações por covid-19 são muito maiores do que os da vacina.


28/05/2021 07:37 - atualizado 28/05/2021 08:28


Lisa Shaw teve uma carreira de sucesso na rádio britânica e trabalhava na BBC Radio Newcastle desde 2016(foto: BBC)
Lisa Shaw teve uma carreira de sucesso na rádio britânica e trabalhava na BBC Radio Newcastle desde 2016 (foto: BBC)

Uma investigação foi aberta no Reino Unido para apurar se a causa da morte da apresentadora da BBC Lisa Shaw está ligada a coágulos raríssimos que podem ocorrer em pessoas que recebem a vacina AstraZeneca-Oxford contra covid-19.

O atestado de óbito emitido provisoriamente lista "complicações da vacina AstraZeneca-Oxford contra a covid-19" como um dos possíveis fatores a serem investigados como causa da morte. O documento definitivo só será emitido após a conclusão da investigação.

Dados do órgão regulatório de saúde britânico, MHRA, apontam o registro de 332 casos de coágulos depois da aplicação de 35 milhões de doses dessa vacina no Reino Unido. Ao todo, 59 pessoas morreram, mas não foi possível determinar em todas elas se o imunizante causou os coágulos ou se eles surgiriam nessas pessoas mesmo se não tivessem tomado a vacina.

Um porta-voz dessa espécie de Anvisa britânica afirmou que a morte de Shaw foi muito triste e que o caso de trombose será investigado com rigor. Mas ressaltou que os riscos de complicações por covid-19 são muito maiores do que os da vacina, inclusive de ter trombose durante a infecção por coronavírus.

Segundo a família de Shaw, a apresentadora foi submetida a um tratamento para coágulos sanguíneos dias depois de receber a primeira dose. Ela morreu aos 44 anos na sexta-feira (21/05).

A apresentadora da BBC Radio Newcastle não era tratada por nenhum problema de saúde latente. Em um comunicado, a família de Shaw disse: "Lisa desenvolveu fortes dores de cabeça uma semana depois de receber sua vacina AstraZeneca-Oxford e adoeceu gravemente alguns dias depois."

"Ela foi tratada pela equipe de terapia intensiva do RVI [Royal Victoria Infirmary] para coágulos sanguíneos e sangramento em sua cabeça. Tragicamente ela faleceu, cercada por sua família, na tarde de sexta-feira. Estamos arrasados %u200B%u200Be há um buraco em forma de Lisa em nossas vidas que nunca poderá ser preenchido. Vamos amá-la e sentir sua falta para sempre. Foi um grande conforto ver o quanto ela era amada por todos cujas vidas ela tocou, e pedimos privacidade neste momento para permitir que soframos como uma família."

Shaw ingressou na BBC Radio Newcastle em 2016 como apresentadora diurna. Sua voz era bem conhecida no nordeste da Inglaterra, onde ela também teve uma carreira de sucesso no rádio comercial. Após o anúncio de sua morte, ela foi homenageada por ouvintes e colegas.

Em comunicado, a BBC descreveu Shaw como uma "apresentadora brilhante" que era "amada por nosso público". E concluiu: "Perdemos alguém especial que significava muito para muitas pessoas".

O que se sabe da relação entre vacinas e coágulos

Um tipo específico de coágulo sanguíneo se tornou um efeito colateral raro e conhecido da vacina AstraZeneca-Oxford.

Eles são chamados de tromboses do seio venoso cerebral (CVT, na sigla em português) e o que os torna incomuns é que as pessoas costumam ter baixos níveis de plaquetas (a matéria-prima do coágulo) no sangue.

Eles são considerados extremamente raros - houve 332 casos relatados e 58 mortes relatadas - após quase 35 milhões de doses da vacina AstraZeneca-Oxford aplicadas no Reino Unido.

Para James Gallagher, repórter de ciência e saúde da BBC, "a medicina inteira é um equilíbrio de risco e benefício; e o número de coágulos sanguíneos já provocou mudanças na campanha de vacinação em países como o Reino Unido, onde adultos com menos de 40 anos recebam uma vacina alternativa, como as desenvolvidas pela Pfizer ou Moderna".

Ainda não se sabe o mecanismo exato de como isso acontece, mas acredita-se que a vacina desencadeie, num grupo muito reduzido de indivíduos, uma reação imune inesperada, que levaria a distúrbios na circulação sanguínea.

"A reação imune à vacina causaria uma diminuição no número de plaquetas, as células responsáveis pela coagulação sanguínea, e isso facilitaria a formação de trombos", detalha a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas, nos Estados Unidos.

Esses trombos, por sua vez, poderiam entupir os vasos sanguíneos.

Essa explicação, vale reforçar, ainda é hipotética e precisa ser comprovada e detalhada por pesquisas criteriosas.

A recomendação geral que todas as pessoas com sintomas persistentes após a vacinação procurem o serviço de saúde. Mais especificamente sobre os casos de trombose, a agência regulatória europeia (EMA) orienta é que todos os indivíduos que tomarem essa vacina procurem assistência médica se sentirem alguns dos sintomas da lista abaixo, até duas semanas após a vacinação:

- Dificuldade de respirar

- Dor de cabeça persistente

- Dor no peito

- Inchaço na perna

- Dor abdominal persistente

- Visão borrada

- Pequenas marcas avermelhadas na pele, próximas do local onde foi aplicada a dose

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Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

 

Os chamados passaportes de vacinação contra a COVID-19 estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países.

O sistema de controle tem como objetivo garantir o trânsito de pessoas imunizadas e fomentar o turismo e a economia.  


Especialistas dizem que os passaportes de vacinção impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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