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Estado de Minas CONTRA LOCKDOWN

Covid: milhares morreram por erros do governo, diz ex-assessor de primeiro-ministro britânico

Em depoimento no Parlamento, Dominic Cummings disse que Boris Johnson resistiu ao aconselhamento científico e a lockdowns, apostando inicialmente na chamada "imunidade de rebanho".


27/05/2021 05:07 - atualizado 27/05/2021 08:50


'Gostaria de dizer a todas as famílias dos que morreram desnecessariamente o quanto lamento pelos erros cometidos', disse Cummings, ex-assessor de Johnson(foto: BBC)
'Gostaria de dizer a todas as famílias dos que morreram desnecessariamente o quanto lamento pelos erros cometidos', disse Cummings, ex-assessor de Johnson (foto: BBC)

Milhares de vidas poderiam ter sido salvas no Reino Unido, não fossem erros do governo na gestão da pandemia de coronavírus, de acordo com Dominic Cummings, ex-assessor do primeiro-ministro Boris Johnson.

O Reino Unido registrou desde o início da pandemia 128 mil mortos por covid, com uma das maiores proporções de mortes por 100 mil habitantes no mundo. Por outro lado, o país foi o primeiro a iniciar a vacinação em massa da população contra covid, e já tem 35% da população totalmente imunizada,com as duas doses da vacina.

Em depoimento a uma comissão parlamentar, Cummings afirmou que Johnson é "incompetente para o cargo" que ocupa, tendo errado por exemplo ao ignorar conselhos de cientistas e adiado lockdowns.

Apesar de o próprio primeiro-ministro quase ter perdido a própria vida para a covid-19, ele considerou um erro a realização do primeiro grande bloqueio nacional, em 23 de março do ano passado, acrescentou o depoente. Johnson também teria demonstrado resistência a um lockdown no segundo semestre de 2020, por razões econômicas, "ignorando" recomendações de cientistas.

"Dezenas de milhares de pessoas morreram, e não precisavam morrer", disse o ex-assessor, que deixou o governo no final do ano passado após conflitos internos.

"A verdade é que ministros, funcionários de alto escalão e conselheiros como eu sentiram uma falta desastrosa de padrões (de gestão) aos quais o público tem o direito de esperar do governo em uma crise como essa", acrescentou, afirmando que profissionais na linha de frente eram como "leões" sendo "guiados por burros".

"Gostaria de dizer a todas as famílias dos que morreram desnecessariamente o quanto lamento pelos erros cometidos, e por meus próprios equívocos nisso."

Cummings relatou que escutou do próprio Johnson que este gosta de ser rodeado pelo "caos", uma vez que nessa situação, todos devem se voltar ao primeiro-ministro "para ver quem está no comando".

O assessor confirmou também ter ouvido uma declaração de Johnson, revelada no mês passado pela BBC, de que preferia ver "corpos empilhados" do que implementar um terceiro lockdown.


Cummings (na foto, à esquerda) deixou governo de Johnson no ano passado(foto: Getty Images)
Cummings (na foto, à esquerda) deixou governo de Johnson no ano passado (foto: Getty Images)

Já o primeiro-ministro afirmou mais cedo não ter visto o conteúdo do depoimento do seu antigo assessor, mas defendeu que "a gestão dessa pandemia foi uma das coisas mais difíceis que esse país precisou fazer em muito tempo".

"Nenhuma das decisões foram fáceis", disse Johnson em sessão também com parlamentares.

"Entrar em lockdown é algo traumático para um país, lidar com uma pandemia dessa escala tem sido terrivelmente difícil. Temos tentado em todas as fases minimizar o número de vidas perdidas, salvar vidas, proteger o sistema público de saúde e seguir as melhores evidências científicas possíveis", garantiu o primeiro-ministro.

Plano inicial: imunidade de rebanho

Durante o depoimento de cerca de sete horas, Dominic Cummings abordou a postura de Johnson e de seu governo no início da pandemia.

O primeiro-ministro teria expressado que a covid-19 era só uma "história amedrontadora" e algo como "a nova gripe suína".

Segundo o ex-assessor, o governo apostou inicialmente em uma intervenção limitada, com a esperança de alcançar a pretensa "imunidade do rebanho". O plano foi abandonado conforme ficou evidente o volume de mortes que a abordagem geraria.

O depoente também expressou duras críticas ao ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, dizendo que este deveria ter sido demitido por "15 a 20" razões diferentes — algo que Cummings disse ter pedido a Johnson, uma vez que o ministro seria "completamente incapaz de fazer seu trabalho".

Uma das críticas foi pela falha na gestão de Hancock que permitiu que pacientes com alta hospitalar voltassem a ficar em asilos sem serem testados. Cummings também atribuiu ao ministro a falta de equipamentos de proteção individual (EPI) para profissionais de saúde em alguns momentos da pandemia.

O presidente da comissão, o parlamentar Greg Clark, pediu que o ex-assessor de Johnson forneça suas acusações por escrito contra Hancock, que comparecerá à casa legislativa para dar seu próprio depoimento em duas semanas.

Em nota, um porta-voz de Hancock disse rejeitar "totalmente as alegações do sr. Cummings sobre o ministro da Saúde."

"O ministro continuará a trabalhar em estreita colaboração com o primeiro-ministro para garantir a vacinação, o enfrentamento aos riscos apresentados por variantes do coronavírus e o apoio ao sistema público de saúde."

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Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

 

Os chamados passaportes de vacinação contra a COVID-19 estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países.

O sistema de controle tem como objetivo garantir o trânsito de pessoas imunizadas e fomentar o turismo e a economia.  


Especialistas dizem que os passaportes de vacinção impõem desafios éticos e científicos.


Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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