(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas INQUÉRITO

Quatro pessoas são indiciadas por petiscos contaminados

Polícia Civil entendeu que a empresa Tecno Clean assumiu a culpa ao usar um produto em petiscos que poderia ser apenas destinado ao uso industrial


05/12/2022 11:30 - atualizado 05/12/2022 12:44

Um homem e uma mulher participando de uma entrevista coletiva
Investigação da PCMG concluiu que a contaminação de petiscos causou a morte de mais de 50 cães (foto: Foto: Edesio Ferreira/EM.D.A Press)


Após três meses de investigação, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu a investigação do caso de contaminação de petiscos que causou a morte de mais de 50 cães em todo o país durante este ano. Ao todos, quatro pessoas da Tecno Clean Industrial, empresa de Contagem, foram indiciados. 

Segundo a Polícia Civil, a Tecno Clean comprava os elementos monoetilenoglicol, substância tóxica a humanos e animais, e propilenoglicol, químico que pode ser usado em produtos para consumo de pets, da empresa A&D Química, de Arujá-SP.
 
Uma identificação incorreta de rótulos gerou o enviou do produto que poderia ser usado apenas no ramo industrial para a produção de petiscos.

Em entrevista coletiva, a delegada Danúbia Soares, responsável pelo inquérito, explicou que no celular apreendido há conversas entre o funcionário da A&D e da Tecno Clean em que a A&D deixa claro que o produto vendido poderia ser apenas usado no ramo industrial.

“Dessa forma, independente de ser uma prática comum entre as empresas (a troca de rótulos) a Polícia Civil entendeu que a Tecno Clean assumiu o risco do resultado, quando possivelmente trocou os rótulos”.

A delegada ainda explicou que a interdição e a suspensão das atividades da Tecnoclean não competem à Polícia Civil e, sim, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Ela deixou claro que a Polícia Civil apura somente a questão criminal dos acontecimentos.

Os quatro funcionários da Tecno Clean foram indiciados por falsificação na produção de petiscos. Segundo a delegada, se comprovado o dolo ou a culpa dos indiciados, eles podem pegar de 10 anos a 15 anos de cadeia.
 
A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com a Tecno Clean e com a A&D Química, mas ainda não obteve resposta. 

Rotulagem incorreta

No final de novembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou que a contaminação dos petiscos aconteceu devido à incorreta identificação de lotes de monoetilenoglicol, substância tóxica a humanos e animais, como se fossem lotes de propilenoglicol, químico que pode ser usado em produtos para consumo de pets. 

No entanto, na época, a pasta não informou qual empresa seria a responsável pela troca. 

“A incorreção desta identificação levou ao uso de produto extremamente tóxico na fabricação de petiscos, em quantidades muito acima das doses que são consideradas fatais”, afirmou o Ministério.

No dia 28 de setembro, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), que também apura o caso, afirmou que as investigações apontaram a existência de uma “rede de distribuição e venda dos lotes de propilenoglicol com indícios de contaminação”. Na época, a pasta notificou cinco empresas que tinham comprado o componente que estaria contaminado. 

Ainda de acordo com a Anvisa, também foi identificado que as empresas da área de produtos químicos retiram o rótulo original dos produtos da fabricante e colocam novas informações de rotulagem, com dados próprios. Com isso, a pasta explicou que a rastreabilidade de origem e possíveis compradores é dificultada.
 

Mortes de cachorros

Em Minas Gerais, a delegada confirmou 14 mortes de cães que comemoram os petiscos contaminados. Mas a Polícia Civil acredita que esse número seja maior devido a casos subnotificados, já que alguns tutores que não registraram formalmente a denúncia e que somente comentaram sobre as mortes nas redes sociais. 
 
A delegada acredita que pelo menos 50 animais morreram em todo o Brasil por causa da intoxicação. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)