
A informação sobre o chamado “grau USP”, que torna o químico propício ao uso na indústria alimentícia, está estampada na etiqueta da revendedora mineira, mas não de sua fornecedora paulista, de acordo com fotos divulgadas pela Anvisa.
A pureza no insumo revendido está na origem de troca de acusações entre as duas empresas. Desde o início das investigações sobre os petiscos contaminados por monoetilenoglicol, a mineira Tecno Clean afirma que a contaminação do aditivo não ocorreu em suas dependências e que apenas revendia o produto adquirido da A & D.
Já o grupo paulista afirma que forneceu propilenoglicol destinado “exclusivamente” à fabricação de itens para higiene e limpeza, mas que o químico foi revendido como insumo a ser usado na indústria alimentícia, com a especificação “grau USP”.
Já o grupo paulista afirma que forneceu propilenoglicol destinado “exclusivamente” à fabricação de itens para higiene e limpeza, mas que o químico foi revendido como insumo a ser usado na indústria alimentícia, com a especificação “grau USP”.

A possível adulteração de rótulos e laudos técnicos está sendo investigada pela Polícia Civil de São Paulo e de Minas Gerais. Na terça-feira (27/9), o celular da gerente de compras da revendedora mineira foi entregue às autoridades para ser periciado. A análise foi solicitada após divergências nas oitivas do caso.
Ao Estado de Minas, o delegado titular da Delegacia de Investigações Sobre Infrações Contra o Meio Ambiente da Polícia Civil de São Paulo, Vilson Genestretti, relatou que, em relação à denúncia de fraude de laudos técnicos e rótulos de galões de propilenoglicol feita pela empresa de Arujá, as apurações ainda estão em curso.
“Eu ouvi o administrador e a dona da A&D. Eles forneceram elementos, prestaram informações que foram colocadas nos autos. Eles informaram que venderam o produto para uso de higiene e limpeza, forneceram as notas fiscais de venda e afirmaram que não vendem o propilenoglicol grau USP [permitido na indústria de alimentos]. Mas tudo isso não significa que a Tecno Clean vendeu a mercadoria fornecida pela A&D. Isso, nós saberemos após ouvir a empresa e avaliar os laudos periciais”, afirmou o delegado da Polícia Civil de São Paulo.
