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Estado de Minas JOGO DE EMPURRA

Grupos envolvidos em contaminação de petiscos para cães trocam acusações

Tanto a Tecno Clean Industrial quanto a A&D Química têm transferido de uma para a outra a responsabilidade do propilenoglicol adulterado


16/09/2022 17:28 - atualizado 16/09/2022 18:30

Tanque de propilenoglicol com adesivo da Tecno Clean Industria
Tecno Clean comprou da A&D Química propilenoglicol que estaria contaminado com monoetilenoglicol (foto: Bassar Pet Food / Divulgação)
A Tecno Clean Industrial LTDA, empresa responsável por fornecer propilenoglicol supostamente contaminado com monoetilenoglicol, substância tóxica a humanos e animais, a fabricantes de petiscos para cães afirmou que a revendedora do produto, a A&D Química, com sede em Arujá-SP, tem omitido a procedência do químico. 

Em nota enviada à imprensa, a Tecno Clean afirmou que a empresa paulista tem “proferido inverdades” a respeito do que é vendido. “A declarante (Tecno Clean), diante das lamentáveis ocorrências, [...] tem se empenhado em busca da verdade, colaborando com as autoridades envolvidas não omitindo informações e/ou documentos, ao contrário da empresa A&D Química, que lhe vendeu o produto”, disse.

Até o momento, tanto a Tecno Clean quanto a A&D Química são os únicos grupos apontados pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) como envolvidos na contaminação do propilenoglicol. Desde então, as duas têm transferido a responsabilidade uma para a outra. 

Na manhã desta sexta-feira (16/9), a reportagem do Estado de Minas procurou a A&D Química para mais informações quanto à denúncia, feita por ela mesma, de que seu cliente (Tecno Clean) teria comprado propilenoglicol destinado “exclusivamente” a fabricação de itens para higiene e limpeza, para serem revendidos como o químico usado na indústria alimentícia. Até a publicação desta matéria a empresa não se posicionou. 

Origem da contaminação dos cães

Desde que os casos de intoxicação de cães começaram a aparecer em todo o país, os órgãos de controle do Governo Federal têm tido dificuldades para confirmar a origem da contaminação. Nessa quinta-feira (15/9), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) indicou a possibilidade de envolvimento de mais um personagem na procura da fonte das contaminações. 

Por meio de nota, o órgão informou que, no momento, as investigações indicam “uma possível contaminação do propilenoglicol por monoetilenoglicol, oriundo de empresa sem registro”. No entanto, a pasta afirmou que as apurações ainda não determinaram a origem do aditivo utilizado.

O número de mortes e internações de cães intoxicados após a ingestão de petiscos com suspeita de contaminação e as dúvidas dos consumidores continuam crescendo. 

Segundo os tutores dos animais, até essa quarta-feira (14/9), eles haviam registrado 104 casos em todo o país. Os donos dos animais vítimas dos petiscos criaram um grupo de WhatsApp para trocar informações sobre as ocorrências.

Produtos para humanos

O Estado de Minas questionou a Anvisa sobre qual a recomendação do órgão quanto ao consumo de alimentos que possuem propilenoglicol em suas fórmulas. De acordo com a agência, as investigações ainda estão em curso e, por isso, o órgão não vai emitir orientações nesse sentido. 

No entanto, nessa quarta-feira (14/9), a agência afirmou que ainda não existem evidências de alimentos para consumo humano fabricados com lotes de propilenoglicol contaminados por etilenoglicol. E que, além disso, não há suspeita de consumo humano do ingrediente suspeito de intoxicar animais. 


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