O evento de assinatura do contrato nesta quarta, no próprio aeroporto, contou com a presença do governador Romeu Zema (Novo), Fernando Marcato, secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Minas, Cristiane Gomes, diretora-corporativa da CCR Aeroportos, entre outros envolvidos na operação.
"Um estado como Minas Gerais, sem recursos, é um estado que necessita do setor privado para complementar aportes de capital. (...) Fico extremamente satisfeito, dando mais um passo em direção àquilo que vai levar o estado a um desenvolvimento mais sustentável no futuro", disse o governador.
O Grupo CCR pretende revitalizar o aeroporto como um todo. A adição de um terminal de aviação geral, sistema de pistas de táxi-aéreo, além da recuperação parcial do pavimento da pista e preparação para novos hangares são algumas das novidades.
Nos primeiros três anos, serão R$ 65 milhões investidos. A concessão tem prazo de 30 anos.
Também consta em contrato o pagamento anual de outorga variável, que corresponde a um percentual da receita bruta auferida pela CCR. A concessionária estima que irá arrecadar cerca de R$ 200 milhões em impostos ao longo dos 30 anos.
A CCR vai assumir o Aeroporto da Pampulha no fim do segundo trimestre deste ano. Até lá, haverá um período de transição operacional entre a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e a concessionária.
O Aeroporto da Pampulha foi arrematado em leilão na Bolsa de Valores (B³) em 5 de outubro de 2021, por R$ 34 milhões. O Grupo CCR também opera o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana da capital, por meio da BH Airport, em parceria com Zurich Airport International e Infraero.
Desenvolvimento
Além da oportunidade para a CCR e do desafogo ao governo de Minas, o desenvolvimento da região do aeroporto, localizado na Região da Pampulha, área turística de BH, também foi abordado durante a assinatura do contrato de concessão. Fernando Marcato considera que essa é uma oportunidade de a região ser melhor observada.
"É um impulso para que a Região da Pampulha volte a ser um bairro utilizado, um bairro de referência na cidade, é isso que a gente espera. A concessão não é só desse sítio, é da praça, das casas militares que estão aqui na frente, e essa é nossa esperança, nossa expectativa, que a região se desenvolva a partir desse projeto, com esse projeto", afirmou.
Cristiane Gomes também comentou que este ponto foi analisado para decidir pela compra do terminal. O Aeroporto da Pampulha está localizado em região residencial, o que impede uma grande expansão, e de comércio com movimento moderado.
"O compromisso, junto do governo do estado, é desenvolver a região. É uma região belíssima, é uma região histórica, é uma região onde nós entendemos, até por isso que participamos aqui do projeto, entregando uma proposta. Eu nunca participei de um leilão viva voz com tantos lances, então realmente foi algo bastante acirrado", contou, relembrando o leilão em outubro de 2021.
O aeroporto
O Aeroporto da Pampulha, que leva o nome Aeroporto de Belo Horizonte/Pampulha - Carlos Drummond de Andrade, vai seguir atuando nos moldes atuais, recebendo voos executivos e fretados. O terminal abriga diversos hangares de táxi aéreo e de manutenção, como o da Azul Linhas Aéreas. A estrutura do aeroporto tem capacidade para 2,2 milhões de passageiros por ano.
O local precisa passar por reformas e, atualmente, não conta com restaurantes, livrarias, locação de carros ou serviço de táxi na porta, serviços que já foram oferecidos no aeroporto, fundado em 3 de março de 1933.