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Estado de Minas CLIMA

Estudo aponta que chuva excessiva diminui o crescimento econômico

Fenômenos de chuva extrema e prolongada impactam severamente a prosperidade de países com alto índice de industrialização, segundo os pesquisadores


13/01/2022 14:19 - atualizado 13/01/2022 14:23

Eventos extremos geram perdas a longo prazo, diz os cientistas
Além do prejuízo imediato, eventos extremos geram perdas a longo prazo, diz os cientistas (foto: Douglas Magno/AFP)

Cientistas do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK) e do Mercator Research Institute on Global Commons and Climate Change (MCC) resolveram comparar o crescimento econômico dos países com a quantidade anual de dias chuvosos e de dias com chuvas excessivas em cada um deles.

O resultado foi uma correlação ainda não explorada nos estudos sobre mudanças climáticas: quanto mais chove, especialmente quanto mais precipitação excessiva, menos a economia local cresce.
Isso impacta, especialmente, os setores de serviços e indústria e tem mais força em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão e Alemanha. Foram analisados dados de mais de 1,5 mil regiões ao redor do globo ao longo de 40 anos.
Além da relação entre crescimento e precipitação, os pesquisadores também estabeleceram uma ligação entre o aumento da poluição por queima de combustíveis fósseis e a má distribuição das chuvas ao longo do ano.

Os cientistas argumentam que além do impacto direto e de curto prazo, quando é preciso reconstruir áreas inteiras de cidades alagadas ou reconstruir a rede elétrica, por exemplo, esse tipo de fenômeno gera um efeito indireto a longo prazo.

"Trata-se de prosperidade e, em última análise, dos empregos das pessoas. As economias em todo o mundo são desaceleradas por mais dias úmidos e chuvas diárias extremas - uma visão importante que contribui para nossa crescente compreensão dos verdadeiros custos das mudanças climáticas", explicou o pesquisador Leonie Wenz, que liderou o levantamento.

O artigo foi publicado na revista Nature desta semana e foi a capa da edição que chegou às bancas na quarta-feira (12/1). Wenz indicou que essa é uma abordagem incomum dos dados quando se analisa os efeitos das mudanças climáticas e que é preciso observar a relação entre economia e eventos climáticos em um intervalo de tempo menor do que vem sendo feito até aqui para entender o quadro completo. Não se trata de dizer que a chuva em si é ruim, argumenta ele.

"Enquanto mais chuvas anuais são geralmente boas para as economias, especialmente as dependentes da agricultura, a questão também é como a chuva é distribuída ao longo dos dias do ano. A intensificação das chuvas diárias acaba sendo ruim, especialmente para países ricos e industrializados como os EUA, Japão ou Alemanha", detalhou.


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