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Estado de Minas CRISE HÍDRICA

Estudo da ONS prevê o menor volume da história para o Lago de Furnas

Nível do Lago de Furnas deve chegar a 3% em novembro, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS); secretário da Alago prevê futuro pior ainda


03/09/2021 17:21 - atualizado 03/09/2021 17:39

De acordo com o estudo do ONS, houve piora na degradação dos níveis dos reservatórios, como em Furnas
De acordo com o estudo do ONS, houve piora na degradação dos níveis dos reservatórios, como em Furnas (foto: ALAGO/Divulgação)
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não tem previsões nada otimistas para o Lago de Furnas. Segundo estudo realizado em agosto, quando foi registrada o pior nível dos últimos 20 anos para o mês,  volume útil do lago pode chegar a 3% em novembro, o menor de sua história.

O documento aponta que o nível mínimo histórico do lago, até agora, é de 6% e poderá ser superado nos próximos meses. Algumas das principais bacias hidrográficas que integram o SIN (Sistema Interligado Nacional) têm se mostrado significativamente abaixo da média histórica.

Algumas bacias estão apresentando o pior cenário dos últimos 91 anos. Uma delas é a do Rio Grande, onde está localizado o Lago de Furnas.
 
O cenário que aponta para 3% do volume útil é menor do que uma prospecção anterior, quando a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) previu que o Lago de Furnas poderia chegar a 5%.

Os lagos de Mascarenhas de Moraes, Marimbondo e Água Vermelha, também pertencentes à Bacia do Rio Grande, aparecem com o mesmo nível no volume útil para o mês de novembro.
 
De acordo com o estudo do ONS, houve piora na degradação dos níveis dos reservatórios, principalmente aqueles de cabeceira. Com isso, o órgão indica a necessidade de flexibilizar o nível de 15% do volume útil definido na Resolução da ANA nº 80/2021 dos reservatórios das usinas hidrelétricas de Furnas e Mascarenhas de Moraes nesse mês, atingindo, ao longo do próximo mês, o nível de armazenamento inferior ao mínimo histórico.
 
O estudo tem como objetivo avaliar as condições de atendimento à carga prevista de energia elétrica do SIN e traz análises apresentadas em curto e médio prazos.

Em curto prazo, o objetivo é realizar uma prospecção de evolução dos níveis de armazenamento dos subsistemas do SIN até o final do período seco.
 
Ao longo dos últimos anos, a precipitação observada em algumas das principais bacias hidrográficas com usinas hidrelétricas (UHE) integrantes do SIN tem sido significativamente abaixo da média histórica.

O déficit de precipitação acumulado nos últimos 10 anos em algumas bacias chega alcançar um valor maior do que o total de chuva que ocorre em média num ano, como o caso da bacia do Rio Grande, uma das principais formadoras da bacia do rio Paraná, que acumula um déficit nesse período maior que o total de chuva média de dois anos, na qual consta a evolução do déficit de chuva acumulado desde setembro de 2011 até julho de 2021 nas bacias dos rios Paranaíba e Grande, bem como no trecho da bacia incremental à calha principal do rio Paraná, até a Usina Hidrelétrica de Itaipu.

Economia afetada no entorno do Lago de Furnas
Segundo Fausto Costa, secretário executivo da Associação dos Municípios do Lago de Furnas (Alago), o prejuízo para a população que vive no entorno do Lago de Furnas vem sendo sentido há anos. Segundo ele, a principal causa é da gestão dos recursos para geração de energia no país.

“A baixa no Lago de Furnas há anos vem causando um grande prejuízo econômico, social e ambiental para a população dos municípios do seu entorno. Muitas atividades econômicas fecharam as portas, muitos empregos foram perdidos em função de uma má gestão dos recursos hídricos para atender a geração de energia hidrelétrica. Nunca se preocuparam em atender a legislação vigente, que estabelece o uso múltiplos das águas. O turismo, a piscicultura, a irrigação e tantas outras atividades vem sofrendo desde 2012 com essa constante situação de ter lago sem água."

Para Fausto, a maneira como estão gerindo a operação do lago é errada: "O Lago de Furnas, por ser o regulador do sistema hidrelétrico da Bacia do Rio Grande, "a caixa d'água" do sistema, deveria ser operado sempre do meio para cima, ou seja, se assim fosse, atenderia o uso múltiplo ao longo de todo o ano, e excepcionalmente agora, em momento de crise hídrica, teria água suficiente para gerar energia em todas as usina dos rios Grande e Paraná, contribuindo para evitar o risco de apagão elétrico no país".

Ele teme pelo que pode acontecer porque "as estimativas não são nada favoráveis para os próximos meses, devemos passar por situações piores em função dessa crise hídrica tão propagada”.


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