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Estado de Minas NA BOMBA E NA PRATELEIRA

Gasolina passa dos R$ 5 em BH; por alívio, Bolsonaro quer reduzir impostos

Aumento no valor dos combustíveis gera 'efeito cascata'; com abastecimento mais caro, itens das prateleiras também sobem


08/02/2021 17:32 - atualizado 08/02/2021 21:51

Posto nas proximidades do Bairro São Pedro, na Região Centro-Sul de BH, já cobra mais de R$ 5 por litro de gasolina(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Posto nas proximidades do Bairro São Pedro, na Região Centro-Sul de BH, já cobra mais de R$ 5 por litro de gasolina (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
A gasolina em Belo Horizonte já ultrapassa os R$ 5. O preço de 5,099 já é praticado em um posto da Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Região Centro-Sul, conforme captou a reportagem do Estado de Minas. O valor médio na capital mineira está em R$ 4,864.

Pesquisa feita pelo site Mercado Mineiro entre os dias 5 e 7 deste mês mostra que o valor aumentou R$ 0,53 em relação a novembro, quando era de R$ 4,482. As novas cifras médias representam crescimento de 8,53%.

O custo para o consumidor final deve subir mais nos próximos dias, visto que a Petrobras anunciou, nesta segunda-feira (8/2), reajuste nos preços cobrados pelas refinarias.

No início de janeiro, o valor médio nas bombas instaladas em solo belo-horizontino era de R$ 4,649.

A nova política de preços da companhia faz com que o litro da gasolina suba R$ 0,17, passando a custar R$ 2,25. Cada litro de diesel, por seu turno, será repassado aos distribuidores por R$ 2,24 — crescimento médio de R$ 0,13.

Mudança também no valor do gás de cozinha: o aumento de R$ 0,14 por quilo fará com que o botijão de 13 quilos fique, aproximadamente, R$ 1,81 mais caro.

Por ora, o preço do etanol na capital mineira é de R$ 3,238, em média, o que equivale a 8,63% de aumento em relação aos R$ 2,981 calculados em novembro.

O diesel subiu 7,3% desde o penúltimo mês do ano passado, indo de R$ 3,667 para R$ 3,935.

“O aumento é péssimo para o consumidor e muito ruim para os donos de postos de combustível. As pessoas ainda estão em casa, com muito medo (da COVID-19), e orçamento extremamente contado. E, semanalmente, gasolina e diesel sobem, com o etanol acompanhando”, diz o economista Feliciano Abreu, coordenador das pesquisas feitas pelo Mercado Mineiro.

Ele crê que o aumento vindo das refinarias deve começar a ser sentido no fim desta semana. Para Feliciano, os sucessivos aumentos contribuem para o desaquecimento do setor de combustíveis: “O consumo está muito baixo. Se o mercado continuar aumentando os preços, por incrível que pareça, teremos postos fechando. O consumidor tem comprado cada vez menos – não por não querer, mas por ter menos condições”.

O etanol, visto por muitos como alternativa aos combustíveis tradicionais, é viável apenas quando tem preço médio correspondente a, no máximo, 70% do valor médio da gasolina.

Atualmente, os R$ 3,238 cobrados pelo litro do etanol correspondem a 67% dos R$ 4,864 que custeiam a mesma porção de gasolina.

Memorizar preço médio é ‘segredo’ para consumidor


Feliciano Abreu afirma que os motoristas devem se guiar pelo preço médio do combustível ao analisar o local escolhido para abastecer seu veículo. Ele explica que os postos lucram por meio da circulação dos automóveis.

“Se o consumidor guardar o preço médio e abastecer abaixo do valor, tendencialmente a outra parte do mercado vai ter que abaixar para não ter prejuízo ou fechar”, pontua.

As subidas sequenciais no valor do diesel têm gerado a insatisfação de caminhoneiros, que ameaçam paralisações como as feitas em 2018. O composto é responsável por “alimentar” os veículos pesados.

O economista chama o diesel de “mola propulsora da economia”. Por isso, lembra que toda a população sente os efeitos: “A gente acaba pagando isso nas prateleiras dos estabelecimentos”.

“Temos uma matriz rodoviária. Os preços acabam sendo inflados, também, por conta do reajuste do diesel”, corrobora Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Valor dos combustíveis nas
Valor dos combustíveis nas "bombas" deve continuar crescendo após reajuste feito pela Petrobras (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Bolsonaro quer reduzir PIS/Cofins e mexer no ICMS


O Ministério da Economia tenta viabilizar a diminuição do PIS/Cofins sobre os combustíveis. Nesse domingo (7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que, a cada litro de gasolina, é preciso pagar R$ 0,33 na forma do tributo.

“Estamos na iminência de anunciar diminuição do imposto federal, contudo a Petrobrás tem autonomia para reajustar os combustíveis (diesel, gasolina, álcool e gás) no percentual e data por ela determinados”, publicou, em sua conta no Twitter.

O presidente defende, também, mudança no regime de cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ligado aos governos estaduais. Ele deseja a cobrança do tributo de forma fixa – por valor ou percentual – sobre cada litro de combustível.

Nesta segunda-feira (8/2), em frente ao Palácio do Alvorada, em Brasília, ele voltou a falar sobre a independência da Petrobras: “Não é novidade para ninguém. Está previsto um novo reajuste de combustível para os próximos dias, está previsto. Vai ser uma chiadeira com razão? Vai. Eu tenho influência sobre a Petrobras? Não”.

Para Étore Sanchez, o enxugamento do PIS/Cofins não é a melhor saída. “A gente não pode, simplesmente, parar de arrecadar. O Estado brasileiro ainda é muito grande. Temos carga tributária por termos gastos elevados. Teria que ser uma redução prudente, sustentável”, diz.

“A saída seria estimular a economia interna, com novos produtores de petróleo e gasolina. Para, por meio do mercado, regular os preços”, completa.

Petrobras: dois aumentos em um mês


O reajuste anunciado pela Petrobras nesta segunda-feira é o segundo adotado apenas em 2021. Em 26 de janeiro, a companhia divulgou aumento médio de R$ 0,10 no litro da gasolina e de R$ 0,09 no valor do diesel.

“Os valores praticados nas refinarias pela Petrobras são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo. Até chegar ao consumidor, são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, no caso da gasolina e do diesel, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores de combustíveis”, alegou a empresa.

Valores em Betim e Contagem


Quem abastece em cidades da Região Metropolitana de BH também tem precisado desembolsar cifras significativas.

Em Betim e Contagem, o litro da gasolina custa, em média, R$ 4,821 e R$ 4,846, respectivamente.

O etanol pode ser adquirido a R$ 3,222 (o litro) em solo contagense e a R$ 3,187 nos postos betinenses. 

Variação dos preços dos combustíveis - BH- Jan/Fev 2021

Gasolina

  • 7/1 a 10/1: R$ 4,649
  • 26 a 28/1: R$ 4,779
  • 5 a 7/2: R$ 4,864

Etanol

  • 7/1 a 10/1: R$ 3,213
  • 26 a 28/1: R$ 3,224
  • 5 a 7/2: R$ 3,238

Diesel S10

  • 7/1 a 10/1: R$ 3,846
  • 26 a 28/1: R$ 3,856
  • 5 a 7/2: R$ 3,935

    Fonte: Mercado Mineiro


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