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Estado de Minas MERCADO DE TRABALHO

Conheça o Minha Cor S.A.: selo que aproxima recrutadores a talentos negros

Iniciativa da Avon no Linkedin visa diminuir a desigualdade racial no mercado de trabalho


09/05/2022 09:00 - atualizado 09/05/2022 10:13

Aperto de mãos entre dois homens negros com camisa social de manga longa
Minha Cor S.A. tem como objetivo ajudar profissionais negros a alcançar cargos de liderança (foto: Cytonn Photography no Pexels)


Visando diminuir a desigualdade social e reforçar o orgulho identitário das pessoas negras, a Avon criou o selo Minha Cor S.A., uma empresa fictícia criada para expandir a conexão entre recrutadores e profissionais autodeclarados negros no LinkedIn. O selo faz parte do Projeto Diva (Diversidade + Avon) em parceria com a Grey Brasil.

A iniciativa tem como base a autodeclaração étnico-racial do usuário no LinkedIn por meio do selo da Minha Cor S.A. em seu perfil da página e, também, com a inserção do certificado digital na área de licenças e certificados, que tem duração de 10 anos. Esse período simboliza o tempo que mulheres negras demoram a mais para chegar em cargos de liderança quando comparadas às mulheres brancas. 

“A diversidade em um ambiente de trabalho proporciona mais possibilidades de inovação devido à pluralidade de perspectivas e ideias. Isso permite a criação de soluções, serviços e produtos melhores e mais eficientes, capazes de satisfazer as necessidades de um número maior de consumidores e Representantes, aumentando a rentabilidade do negócio”, explica Daniella Moura, diretora de Recursos Humanos na Avon Brasil.

A médica veterinária, Adriana foi desligada do ultimo emprego em fevereiro deste ano e passou a utilizar o Linkedin como uma forma de se conectar com outros profissionais, incluindo o selo Minha Cor S.A. em seu perfil e realizando portagens ligadas a ele. Com isso, Adriana percebeu um aumento na interação com outros profissionais negros, com mais compartilhamentos e comentários.

Adriana, mulher negra com cabelos encaracolados na altura do ombro, usando blusa social preta, olhando para a direita
Adriana, médica veterinária, conta que o selo Minha Cor S.A. a ajudou a fazer novas conexões no Linkedin (foto: Arquivo pessoal)


“Quando eu soube desse selo achei algo muito inovador, porque nunca tinha ouvido nada parecido, e eu sou uma pessoa muito curiosa. Achei bem legal mesmo, fiquei muito contente e esperançosa”, comenta Adriana. “Espero que a iniciativa possa chegar a outras mulheres assim como chegou a mim, porque quanto mais a gente compartilha, a gente não se sente sozinho, e dá força para continuar firme na caminhada”, completa.

Além de ajudar as empresas a encontrarem profissionais negros para aumentar a diversidade em seu quadro de funcionários, a iniciativa também contribui para que homens e mulheres negros identifiquem com mais facilidade as empresas comprometidas com pautas como inclusão e diversidade.

Como funciona o Minha Cor S.A.

A plataforma do Linkedin foi escolhida pelo projeto por ser a maior rede social ligada ao mundo corporativo, ser acessível e estar difundida em todas as áreas do mundo corporativo. 

“Os profissionais de RH precisam apenas procurar pela empresa Minha Cor S.A. E pronto: o resultado das buscas mostra todas as mulheres que já “trabalharam” nessa empresa, ou seja, candidatas negras das mais diversas áreas profissionais. A segunda forma é  pelo certificado de Potência Negra, que é o selo”, explica João Caetano, diretor executivo de criação da Grey Brasil.

Para incluir o selo e o certificado, a pessoa deve buscar pelo perfil da empresa fictícia Minha Cor S.A. no Linkedin. Ao encontrar o perfil, deve clicar em “Saiba Mais” e se cadastrar. Assim que o perfil for aprovado pelo time Avon, o profissional receberá um e-mail com instruções para adicionar o selo Minha Cor S.A. e o certificado digital, que terá validade por 10 anos.

Desigualdade nas empresas

Uma pesquisa realizada pela EmpregueAfro, Consultoria em Recursos Humanos e Diversidade Étnico-Racial, mostrou que mulheres negras levam 10 anos a mais do que as brancas para ocuparem cargos de liderança. Além disso, o Instituto Ethos identificou que apenas 4,7% dos cargos em quadros executivos das 500 maiores empresas são ocupados por pessoas negras. 

Quando empregado, o profissional negro ainda enfrenta o desafio de não ser remunerado devidamente, criando um desnível salarial considerável quando comparado a profissionais brancos. Dados do Instituto Locomotiva apontam que em cargos com carteira assinada, a média salarial de um homem branco é de R$7.286, enquanto homens negros tem uma média de R$4.990, uma diferença de 46%. Além disso, uma mulher negra ganha em torno de R$3.067,00, menos da metade que um profissional branco.


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