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Estado de Minas NOVOS NO PEDAÇO

Conheça nomes que estrearam como chefs no último ano em BH

Representantes da nova geração da gastronomia belo-horizontina, quatro jovens querem fazer a diferença dentro de suas cozinhas


25/09/2023 04:00 - atualizado 25/09/2023 09:07
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À frente do Pirex, Isabela Rocha incentiva que mais mulheres ocupem lugares de comando em bares
À frente do Pirex, Isabela Rocha incentiva que mais mulheres ocupem lugares de comando em bares (foto: Hugo Cordeiro/Divulgação)
Quatro jovens decidiram mudar de profissão. E escolheram trabalhar na cozinha. Willian Oliveira, Isabela Rocha, Kalinka Campos e Eberton Borodinas são nomes da nova geração da gastronomia belo-horizontina. No dia da estreia desta página de gastronomia, nada melhor do que apresentar quem estreou como chef no último ano.

De estagiário a cozinheiro, subchef e chef. Aos 25 anos, Willian Oliveira conquistou o mais alto posto de uma cozinha profissional. É ele quem comanda, há noves meses, a equipe do restaurante O Jardim. “Sabia que isso viria como consequência do meu trabalho, mas não imaginava que seria tão rápido e em um restaurante desse tamanho. Aqui tem 120 lugares”, comenta.

Will nasceu em Alto Paraguai (MT) e cresceu vendo a mãe cozinhar. Veio para BH em 2015 para estudar engenharia civil, mas sua vida deu uma reviravolta quando decidiu se distanciar dos números para se envolver com as panelas. E não saiu mais da cozinha.

Respeito é a palavra que rege a cozinha de Will. Tanto pelas pessoas quanto pelos ingredientes. “Passei por situações que prometi nunca levar para as cozinhas onde trabalhasse.”

Will Oliveira trocou engenharia por gastronomia e, em seis anos, virou chef do restaurante O Jardim
Will Oliveira trocou engenharia por gastronomia e, em seis anos, virou chef do restaurante O Jardim (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Aos poucos, ele quer deixar o menu mais a sua cara, incluindo pratos com influências do Mato Grosso. Seu plano é trabalhar com peixes de rio, mandioca, carne seca e frutos do cerrado, como pequi, tamarindo e seriguela.

Ser chef não era uma possibilidade para Isabela Rocha, de 30. Ela estudou matemática na UFMG e já trabalhava no financeiro de uma empresa quando, no último período do curso, insatisfeita, lembrou-se do que mais gostava de fazer desde criança: cozinhar.

Conseguiu uma vaga de estágio no Alma Chef e, em um mês, foi contratada como auxiliar de cozinha. Brinca que implementou o Plano 50 anos em 5 de JK: trabalhava 16 horas por dia para aprender o máximo que pudesse. Até chegar ao Pacato.

Rochinha, como é conhecida, estava de férias quando recebeu um convite inesperado: assumir a cozinha do Bar Pirex, onde está há sete meses.

“Gestão de pessoas é muito mais difícil do que cortar cebola ou cenoura. Não falo que estou pronta, mas estou melhor do que era e continuo aprendendo. Consigo cobrar da equipe sem gritar, só conversando, e consigo ensinar também.”

A ideia do Maria Cozinha Brasileira veio de um sonho em que Eberton Borodinas cozinhava com a mãe
A ideia do Maria Cozinha Brasileira veio de um sonho em que Eberton Borodinas cozinhava com a mãe (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O novo desafio de Rochinha tem reflexos na gastronomia de BH. Primeiro, chega como um incentivo para que mais mulheres ocupem lugares de comando em bares. Além disso, a chef mostra que a cozinha de onde saem petiscos pode e deve se basear em técnica. “Não fazemos nada novo, mas entregamos o convencional bem-feito e surpreendente”, resume.

Kalinka Campos, de 31, era a responsável pelo comercial da Fermentaria Lambe Lambe. Quando a marca planejava a abertura da loja da Galeria São Vicente, no Centro, e decidiu servir algo de comer para acompanhar as bebidas fermentadas, seu lado cozinheira entrou em cena. Há cinco meses, ela comanda a cozinha do bar.

Os sócios buscavam um lanche rápido, mas que não fosse óbvio como hambúrguer ou cachorro-quente. Queriam inovar, como fizeram com a bebida. Kaká, então, desenvolveu os sanduíches cacetinho e cacetão, com brioche crocante e recheio cremoso. Os nomes remetem ao pão em Portugal, mas são inspirados no brasileiríssimo pão de alho. Tudo é produzido na loja semanalmente.

Leia mais: Queijos mineiros conquistam 10 medalhas de ouro em mundial na França

“Acho uma responsabilidade muito grande ser chef, principalmente pensando nos nomes de mulheres brilhantes que tenho como referência em BH. Isso traz para mim o compromisso de estudar e honrar o lugar dessas mulheres dentro da cozinha.”

Há seis meses, além do comercial, Kalinka Campos comanda a cozinha da Fermentaria Lambe Lambe
Há seis meses, além do comercial, Kalinka Campos comanda a cozinha da Fermentaria Lambe Lambe (foto: Yury Oliveira/Divulgação)
Kaká vem de uma família que sempre se reuniu para cozinhar. Sua mãe chegou a ter um restaurante de comida mineira em Pitangui (MG) e uma tia é descrita como quitandeira “de mão cheia”. No bar, só trabalham mulheres.

Formado em biologia, o paulista Eberton Borodinas, de 29, direcionava a carreira para a área acadêmica. Com a morte da mãe, ele resgatou lembranças de quando a acompanhava nos afazeres de um bar, onde pegou gosto pela cozinha, e mudou a rota da vida.

Dois anos depois de vir para BH, onde trabalhou em várias cozinhas, Beto inaugurou o seu primeiro restaurante, Maria Cozinha Brasileira.

A ideia veio de um sonho em que cozinhava com a mãe em um fogão vermelho. A decoração do restaurante reproduz exatamente essa cena. O cardápio propõe uma viagem por várias regiões do Brasil.

“Somos um ponto de divulgação da gastronomia brasileira e de democratização do acesso a uma comida mais elaborada. Muita gente, infelizmente, não conhece ingredientes como maxixe e tucupi e come mais risoto do que baião de dois”, comenta.

Para mudar isso, há sete meses ele oferece um menu degustação de cinco tempos por R$ 99,90. Semanas atrás, serviu, por exemplo, pastel de vento com vatapá de camarão, baião de dois e banana caramelizada com calda de taperebá, creme de requeijão moreno e telha de queijo coalho com canela. Beto está feliz de servir a comida que sempre esteve nos seus sonhos.

Will Oliveira (O Jardim)

Will Oliveira O Jardim
Steak tartar em chips de batata com picles de pepino, cebola roxa, crispy de alcaparras e ervas frescas do restaurante O Jardim (foto: Victor Schwaner/Divulgação)
O menu do restaurante O Jardim combina referências internacionais e técnicas brasileiras. De entrada, destaque para o steak tartar apoiado em chips de batata com picles de pepino, cebola roxa, crispy de alcaparras e ervas frescas (R$ 44).

Depois, a sugestão é a costela bovina braseada na cerveja preta com molho roti acompanhada de aligot feito com queijo minas e parmesão, cebola tostada e folhas de agrião (R$ 98). Se quiser um prato para compartilhar, não deixe de pedir a suculenta paleta de cordeiro com chimichurri de hortelã e pasta de berinjela defumada (R$ 340). Serve três pessoas.
 
>> Avenida Cônsul Antônio Cadar, 117, Santa Lúcia
(31) 3318-7787

Isabela Rocha (Pirex)

Isabela Rocha Pirex
Vinagrete de coração do bar Pirex (foto: Victor Schwaner/Divulgação)
A estufa do Pirex reúne uma infinidade de petiscos quentes e frios. Para facilitar a escolha, vamos falar logo do “inigualável” torresmo de barriga (R$ 28). No tempero, só alho, sal e pimenta, mas a receita envolve muita técnica e paciência.

Outras boas pedidas são o frango a passarinho desossado com pasta de alho assado (R$ 32) e a língua cozida na cerveja preta com vinagrete de maçã verde (R$ 32).

Da estufa fria, a indicação é o encantador vinagrete de coração de galinha (R$ 28) e a “marmitinha” de berinjela em duas versões: caponata e babaganoush (R$ 20).

Pirex (@barpirex)
>> Avenida Amazonas, 1073 – loja 54, Centro

Eberton Borodinas (Maria Cozinha Brasileira)

Eberton Borodinas Maria Cozinha Brasileira
Frango caipira, polenta, quiabo e arroz de alho do restaurante Maria Cozinha Brasileira (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O tour pelo Brasil pode começar pelo interior de São Paulo, com o frango caipira, polenta, quiabo e arroz de alho (R$ 45,90), receita da mãe do chef. Aproveite para dar um pulo no Nordeste com o arroz de leite com carne de sol da casa, raspas de puxuri e telha de queijo coalho (R$ 49,90 ), típico da Paraíba.

Do Sul, tem a polenta brustolada com frango desfiado e picles de quiabo (R$ 29,90). Já a Amazônia é homenageada com o carbonara de palmito pupunha, bacon e camarão, finalizado com a pimenta indígena baniwa, gema de ovo curada e queijo mineiro (R$ 52,90 ).

Maria Cozinha Brasileira (@maria.cozinhabrasileira)
>> Rua Catumbi, 431, Caiçara

Kalinka Campos (Fermentaria Lambe Lambe)

Kalinka Campos Fermentaria Lambe Lambe
São quatro opções de recheios para os sanduíches da Fermentaria Lambe Lambe (foto: Victor Schwaner/Divulgação)
O brioche e o creme de alho com queijo são comuns às quatro opções de cacetinho (R$ 18) e cacetão (R$ 25). Mudam apenas os recheios, pensados para se lambuzar. Entre eles, costela cremosa com cubos de requeijão em barra e frango ao molho de tomate com mix de pimentas, maionese de bacon e crispy de cebola.

O cardápio é enxuto, mas ainda tem espaço para o sanduíche de coração de galinha com maionese de chimichurri e o de ragu de cogumelos com amendoim e sementes de girassol no lemon pepper. Todos são servidos com a maionese verde da casa.

Fermentaria Lambe Lambe (@fermentarialambelambe)
>> Avenida Amazonas, 1073 – loja 58, Centro

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