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Estado de Minas SAÚDE

Amostra de saliva pode identificar a probabilidade de se desenvolver várias doenças

Mapeamento genético permite conhecer as origens e os detalhes sobre o organismo de cada pessoa. Informações contidas nos genes são fundamentais para prevenção de doenças


26/01/2020 06:00 - atualizado 26/01/2020 18:54

Murilo Wadt, cofundador e CEO da HealthBit:
Murilo Wadt, cofundador e CEO da HealthBit: "O mapeamento é o que permite a realização do diagnóstico da saúde do funcionário, levando em conta a genética, as deficiências nutricionais e o estilo de vida" (foto: Leandro Couri/em/d.a press)

Uma simples amostra de saliva pode ajudar na prevenção ao identificar a probabilidade de uma pessoa desenvolver uma série de doenças. O avanço da tecnologia na área de saúde permitiu o sequenciamento do DNA e, graças às informações contidas em nossos genes, é possível conhecer as origens e os detalhes sobre o organismo de cada pessoa. Foi esse exame que levou a atriz Angelina Jolie a detectar o risco de ter um câncer de mama no futuro e a optar por uma mastectomia completa nos dois seios.


Essas informações contidas nos genes são fundamentais para uma atuação focada na prevenção de doenças e na redução de custos médicos e hospitalares. “O mapeamento vai dizer que tipo de nutriente precisa ser mais consumido, qual deve ser evitado, a que exercício o corpo se adapta melhor e como a pessoa conseguirá dormir bem. Ele aponta um caminho para alinhar os hábitos e a genética”, explica Bibi Mohamed, diretora da iDDNA na Holanda, segundo a qual a mudança de hábitos é capaz de melhorar o sono, diminuir o estresse e aliviar doenças crônicas.
 
Criada há cinco anos, a startup brasileira HealthBit, empresa de gestão em saúde com base em inteligência de dados, trouxe para o mercado corporativo a tecnologia suíça da iDDNA para mapeamento genético. A partir do exame de DNA e de um questionário genético, a ferramenta traça um mapa da saúde do funcionário, a partir do qual é desenvolvido um plano personalizado de mudanças de hábito de vida e bem-estar, visando à prevenção das doenças com maior probabilidade de incidência.

CUIDADO PERSONALIZADO Numa primeira etapa do projeto, a ferramenta está sendo disponibilizada às empresas clientes da HealthBit. “O resultado do mapeamento genético realizado pela iDDNA é a base para o funcionário cuidar da sua saúde de uma forma personalizada. E nós, da HealthBit, trabalhamos com os dados populacionais do plano de saúde da empresa, auxiliando-a a desenvolver políticas de prevenção que, ao evitar a incidência de casos graves, resultam também em economia de custos”, explica Murilo Wadt, cofundador e CEO da HealthBit.
 
Segundo ele, o resultado do mapeamento genético fica pronto em quatro semanas, sendo atribuídas notas de acordo com a predisposição a determinadas doenças. “O mapeamento é o que permite a realização do diagnóstico da saúde do funcionário, levando em conta a genética, as deficiências nutricionais e o estilo de vida”, afirma.
 
Com esse mapeamento, são estabelecidas metas e, à medida que o funcionário introduz mudanças em sua rotina, consegue acompanhar os resultados em tempo real, por aplicativo. O acompanhamento posterior e manutenção de hábitos saudáveis são fundamentais nesse trabalho de prevenção.
 
Segundo Murilo Wadt, o processo já chegou ao Brasil adaptado às regras de sigilo de dados. “Estamos a menos de um ano da entrada em vigor no Brasil da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), pela qual as informações médicas são classificadas como sensíveis. Tivemos a preocupação de que a tecnologia já fosse implementada sem que houvesse compartilhamento de informações”, ressalta. No Brasil, o uso de genética para a promoção de uma melhor saúde e bem-estar começa, aos poucos, a se popularizar.

TRADUÇÃO Também com foco no mapeamento genético, a brasileira DNYou inicia suas operações no país com o uso de ferramentas que permitem a tradução de testes capazes de guiar decisões personalizadas para prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças, além de proporcionar meios para potencializar a saúde humana. A empresa é formada por médicos, nutricionistas e cientistas especializados em genômica e medicina personalizada
 
Fundador da DNYou, Marcelo Callegari explica que a empresa criou os testes genéticos a partir de uma redação científica e suporte técnico qualificados. Segundo ele, a análise genética é voltada para pessoas comuns, para empresas e também para profissionais de saúde que desejam seguir um estilo de vida personalizado, ou seja, de acordo com a genética.
 
“Estamos disponibilizando um serviço capaz de realizar um exame genético apenas com a saliva das pessoas. Temos toda a tecnologia e conhecimento científico para fazer uma análise genética com os líquidos produzidos pelas glândulas salivares”, explica Marcelo Callegari. “Nos Estados Unidos, esse serviço é comum. A ideia de trazer o teste genético para o Brasil surgiu devido ao aumento do interesse das pessoas em se prevenirem – e, quem sabe, evitar uma doença no futuro. O teste genético poderá salvar gerações, que poderão tratar doenças hereditárias a tempo. São testes revolucionários”, acrescenta.
 
Segundo ele, o cliente tem duas opções para fazer o teste. Ele pode realizar o pedido no site da empresa e receber em sua residência o kit para coletar uma amostra de saliva, que posteriormente, será analisada pelo laboratório. A outra opção é ser um representante da DNYou, que irá enviar o material para coleta. Os clientes ou os profissionais recebem os resultados dos exames genéticos via e-mail.
 
“Com a identificação dos genes, é possível descobrir a predisposição genética para a composição corporal, o plano nutricional ideal para o corpo e o plano de ação comportamental ideal para uma gestão de peso saudável. Logo, com o acompanhamento médico, a pessoa consegue ter resultados mais benéficos para a sua saúde”, reforça.

Prêmio Nobel de Medicina

Ao conceder aos cientistas William G. Kaelin Jr., sir Peter J. Ratcliffe e Gregg L. Semenza o Prêmio Nobel de Medicina de 2019, a academia lançou luz sobre a importância do mapeamento genético na prevenção de doenças. Os estudiosos foram premiados “pelas suas descobertas de como as células sentem e se adaptam à disponibilidade de oxigênio”. Os três pesquisadores desenvolveram seus trabalhos individualmente desde os anos 1990. Juntas, suas pesquisas descrevem um importante mecanismo fisiológico – a resposta hipóxica das células – essencial para que indivíduos consigam sobreviver em lugares mais altos, onde há menor concentração de oxigênio. Segundo o comitê do Nobel, com os seus trabalhos os cientistas conseguiram identificar como os níveis de oxigenação influenciam alterações nos genes.


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