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Estado de Minas OPINIÃO SEM MEDO

Romeu Zema, do Novo, ficou velho, e mais tucano que um próprio

Me ajuda aí, Chico Bento! Você e o Novo não merecem mofar tão rápido. Muito menos por causa do verdugo do Planalto


30/03/2021 15:09 - atualizado 30/03/2021 15:37

No campo político, Zema tem deixado a desejar(foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)
No campo político, Zema tem deixado a desejar (foto: Gil Leonardi/Imprensa MG)
Eu não votei em Romeu Zema em 2018, apesar do Novo, o partido que mais me identifico atualmente. Eu votei em Anastasia, apesar do PSDB, partido que, faz muito tempo, não me identifico mais. Porém, eu estava tão feliz com a derrocada do PT, que qualquer resultado me faria feliz. Dito e feito! O Novo venceu e eu comemorei o rumo “inédito” que Minas Gerais escolheu, após anos e anos de alternância entre tucanos e petistas.

Considero a administração Zema muito boa. Principalmente por se tratar de um “outsider”. O jogo político, como todos sabem, é bruto. E não raras vezes, sujo. Para um empresário de sucesso, neófito no trato com deputados, contando com uma bancada diminuta na ALMG - dominada por partidos e políticos tradicionais -, e um “pé-frio” danado (de cara, Brumadinho. Em seguida, pandemia), o simpático Chico Bento vem se saindo muito bem.

O estado de Minas foi simplesmente arrasado pelo PT e Fernando Pimentel. Anastasia e Aécio ajudaram? Sim, claro. Governantes brasileiros, via de regra, não se preocupam com administrações vindouras. Governam para si e pela reeleição. O próximo ocupante que se vire com caixa arrombado e contas em frangalhos. Zema já teria uma missão hercúlea sem as tragédias da Vale e da COVID-19. Com tudo junto e misturado, é um milagreiro.

Infelizmente, no campo político, o governador tem deixado, a meu ver, muito a desejar. Espera-se do chefe do executivo do segundo estado mais importante do país; o segundo maior colégio eleitoral, força, e não fraqueza. Espera-se liderança, e não subserviência. Espera-se, sobretudo, autonomia. Ao se omitir do debate político nacional, Zema mostra-se um garotinho com medo de perder a mesada do pai ou o voto de parte dos mineiros.

Não vou discutir a atuação genuinamente homicida de Jair Bolsonaro e seu desgoverno aloprado diante da pandemia de coronavírus. Gosto é gosto e opinião é opinião. Se Romeu Zema considera adequada, ok. É direito dele. Agora, deixar de subscrever a carta assinada por 16 governadores, insatisfeitos com os ataques, muitas vezes de cunho pessoal, que o amigão do Queiroz faz contra os mesmos, é uma covardia inaceitável para mim.

Primeiro porque não faz valer a força política e econômica de Minas, a fim de frear os ímpetos autoritários e politicamente desleais do pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais. Segundo porque abandona seus colegas governadores à própria sorte, e sendo poupado de tais ataques, isso me parece oportunismo. E se não fosse? Se fosse também um alvo da fúria tirana do devoto da cloroquina e sua horda fascistóide?

Quem me acompanha sabe que não gosto nem um pouco do prefeito Alexandre Kalil (PSD). Considero-o arrogante e grosseiro, além de um populista desavergonhado. Contudo, rechaço veementemente a perseguição antidemocrática que vem sofrendo na internet ou à porta de casa. Se por isso Zema não se insurge contra a pregação tirânica de Jair Bolsonaro, e não apenas por motivos financeiros e eleitorais, tanto pior, pois um dia poderá ser com ele.

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