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Estado de Minas BRA$IL EM FOCO

Farpas entre Bolsonaro e Macron colocam bilhões de dólares em jogo


postado em 29/08/2019 06:00 / atualizado em 29/08/2019 16:21

É preciso apagar incêndios no Brasil de hoje. Não apenas os que infelizmente queimam a floresta amazônica e aniquilam a vida selvagem em nome de uma ganância desenfreada e que vai na contramão da rota que o mundo busca seguir.

Ao tratar da questão do aumento exorbitante do desmatamento e consequentemente das queimadas que extrapolaram o normal para períodos de seca como sendo pessoal contra ele, o presidente Jair Bolsonaro coloca mais fogo no debate em torno da questão ambiental brasileira. E nesse caso, quem pode se queimar são os empresários do agronegócio, que correm risco de perder mercados conquistados depois de anos de esforço para mostrar que a produção agropecuária brasileira segue padrões de sustentabilidade.

Algumas dezenas de bilhões de dólares estão em jogo na troca de farpas entre o líder brasileiro e o francês Emmanuel Macron. Acordos comerciais e contratos envolvendo compra e venda entre países não são fechados da noite para o dia, da mesma forma que não são desfeitos na primeira tempestade. Mas também nenhum tem garantia de vigência sob qualquer condição.

E a ameaça de barrar o acordo entre União Europeia e Mercosul por questões ambientais ganhou argumento concreto com os incêndios florestais. E mais, a desconfiança que tomou conta dos importadores de produtos do agronegócio brasileiro é real. A Finlândia, que ocupa a presidência da União Europeia, já formalizou pedido para barrar a importação de carnes do Brasil pelos países do bloco.

Mesmo o acordo com a Associação Europeia de Livre-Comércio (Efta), que reúne Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein, com o Mercosul, assinado em meio à repercussão internacional das queimadas na Amazônia, corre o risco de se arrastar sem gerar os efeitos esperados dadas as divergências entre o governo norueguês e o brasileiro. Os acordos comerciais não serão desfeitos, mas podem ser inviabilizados no curto prazo, o que é ruim para uma economia que tenta sair da estagnação em que se encontra, como a brasileira.

Para se ter ideia do impacto de um embargo à carne brasileira na Europa, no ano passado o país exportou US$ 6,7 bilhões de carne bovina e os países europeus responderam por US$ 728,16 milhões desse total, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), que reúne mais de 30 empresas que respondem por 92% da carne bovina brasileira negociada no mercado internacional.

Temendo um estrago na imagem dos produtores brasileiros no exterior, a entidade divulgou na terça-feira uma nota de repúdio contra os desmatamentos ilegais na qual aponta o que pode apagar o 'fogo' que ameaça a imagem do agronegócio brasileiro no mundo. “Ressaltamos a confiança na implementação de medidas de combate a práticas ilegais de desmatamento e na identificação e punição dos responsáveis por tais ações”.

Os exportadores sabem que apenas a comprovação de que o Brasil combate o desmatamento ilegal, os focos de incêndio estão controlados e que os responsáveis pelos incêndios terão punição pode restaurar totalmente a confiança dos importadores nos produtos brasileiros. Ocorre que o combate ao desmatamento depende da estrutura que foi esvaziada pelo governo Bolsonaro nos órgãos e conselhos de controle ambiental. Essa correção de rota, que pode recolocar o Brasil nos níveis de confiança conquistados ao longo dos últimos anos e que fizeram do país o segundo maior produtor de carne bovina do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos, ainda é incerta.




Luz em casa
23 milhões

de pessoas foram atendidas em todo o mundo por um programa da Scheider Electric que leva energia renovável para comunidades remotas que usam combustíveis fósseis



Estagnada
O IBGE divulga hoje o PIB do segundo trimestre e o número deve vir bem próximo de zero, demonstrando a estagnação da economia brasileira no primeiro semestre. Se vier negativo será algo entre -0,1% e             -0,3% e se não houve revisão no recuo de 0,2% no primeiro semestre, o país estará em recessão técnica, o que representa munição para a oposição e perspectiva de mais polêmicas envolvendo o governo. Se vier positivo, também fica entre zero e 0,3% e será um alívio para o Palácio do Planalto.


Mais pizza
A rede de fast food Domino's Pizza está investindo R$ 250 milhões no país nos próximos quatro anos para ampliar o número de unidades no Brasil e chegar a 650 lojas em solo brasileiro. Deste total, R$ 5 milhões estão sendo aplicados na abertura de seis unidades em Belo Horizonte. A última delas foi aberta ontem na região Leste da capital mineira Adquirida pela gestora de fundos Vinci Partners, a Domino's projeta fechar este ano com crescimento de 80% em função das novas lanchonetes. 

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