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Estado de Minas JUVENTUDE REVERSA

Envelhecer é lembrar que a vida guarda surpresas para nós até o fim!

O ator William Shatner, 90 anos, que interpretou o capitão Kirk na série Star Treck nos anos 60, se tornou a pessoa mais velha a ir ao espaço


21/10/2021 07:10

Ator William Shatner, pouco antes de decolar para um passeio no espaço sideral
Ator William Shatner, pouco antes de decolar para um passeio no espaço sideral (foto: MARIO TAMA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)


Isso aconteceu na quarta-feira da semana passada, dia 13 de outubro. Parecia inconcebível que o Capitão Kirk, de Star Trek, fosse realmente conhecer o espaço. Mas aconteceu: William Shatner, hoje um nonagenário, que interpretou o capitão Kirk na série Jornada nas Estrelas nos anos 60, tornou-se a pessoa mais velha a ir ao espaço.

Ele pegou carona na nave New Shepard, da Blue Origin, empresa de turismo espacial do bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon. Nessa viagem real, o ator não explorou novos mundos e nem descobriu novas galáxias.

Os 12 minutos e um pouco mais que ele passou a bordo do foguete permitiram-lhe admirar o céu que de azul transformou-se na mais profunda escuridão,  tempo suficiente para fazê-lo pensar: “A morte é assim? Espero nunca me recuperar disso. Espero poder manter o que sinto agora, não quero perdê-lo. É muito maior do que eu e a vida; não tem nada a ver com a esfera verde e azul. Tem a ver com a enormidade e a rapidez e a rapidez da vida e da morte”.

Jeff Bezos, por sua vez, fã da ficção científica, completou seu pensamento: “a linha da atmosfera que nos mantém vivos, é mais fina do que a nossa pele”. 

Em julho deste ano, na primeira missão tripulada da Blue Origin, Jeff Bezos viajou ao espaço na companhia da piloto Wally Funk, de 82 anos. Pioneira da aviação, ela já participara de um programa espacial norte-americano, mas, como vítima do sexismo vigente até nas corridas espaciais, acabou sendo preterida pela agência espacial norte-americana (NASA), que decidiu deixá-la em terra firme. 

A ideia de Jeff Bezos convidar William Shatner e Wally Funk para suas viagens espaciais é sensacional. Trata-se de uma forma contundente e bastante original de mostrar ao mundo que pessoas maduras têm capacidade de fazer qualquer coisa, até mesmo ir além da fronteira da Terra, alcançando o espaço. 

Como o papel de parede do nosso computador diz muito sobre nós mesmos, o meu tem sido um vídeo em looping do eterno Capitão Kirk saindo da espaçonave New Shepard. Não consigo pensar em outra imagem mais legal do que essa para dar um tapa no etarismo, esse preconceito de idade infame!

É como dizem por aí: a vida imita a arte. É incrível estarmos vivendo num presente cercados de invenções tecnológicas e habitando cenários futuristas que já foram mostrados nas antigas séries da TV, como a dos Jetsons e Star Trek - programas da década de 60, no século passado! Programas que tanto mexeram com o imaginário de gerações.

Star Trek, Jornada nas Estrelas, disseminou conceitos científicos e tecnológicos que jamais pensávamos vivenciar no mundo real. O capitão Kirk e sua tripulação, se utilizava da “nave Enterprise em sua missão de 5 anos para explorar novos mundos, pesquisar novas formas de vida e novas civilizações, audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve: o espaço, a fronteira final”.

A imaginação era tão profícua que, naquelas explorações galácticas, já se utilizavam as tecnologias mais sofisticadas, possibilitando a comunicação sem fios de qualquer lugar para qualquer lugar. Por meio de um tradutor universal, era possível comunicar-se com nativos de outros planetas em linguagens completamente desconhecidas. Ainda contavam com drones, veículos autônomos e realidade virtual.

“Os Jetsons”, clássico desenho da TV, exibido originalmente entre 1962 e 1963, mostrava como seria a vida de uma família no futuro distante. A aventura se passava em 2062, num cenário repleto de fantásticas engenhocas como carros voadores, cidades suspensas, relógio inteligente, esteiras rolantes, TV de tela plana e tablets, câmeras de bronzeamento artificial, assistente de voz pessoal, viagens à lua e até um robô que cuidava da casa da família protagonista.

Pode ser que os roteiristas do passado fossem visionários, e não duvido que as áreas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) das empresas no presente usam essas séries como inspiração. O fato é que envelhecer é adaptar-se a novas formas de vida, é lembrar que a vida guarda surpresas para nós até o fim!

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