DOCES PARA O CÉREBRO

Como sobremesas com ingredientes funcionais podem estimular a mente

Pesquisa mostra que a maioria dos brasileiros consome doces semanalmente. Certos ingredientes podem favorecer a memória, o foco e o bem-estar mental

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De acordo com a pesquisa Do prato ao copo – como os brasileiros tomam suas decisões no consumo de alimentos e bebidas?, realizada pela MindMiners, 69% dos brasileiros consomem um docinho pelo menos uma vez por semana. Entre os preferidos estão o chocolate (69%), seguido por sorvetes e picolés (53%), frutas frescas (44%), bolos e cupcakes (41%) e açaí (34%).

Apesar de culturalmente associados ao prazer e ao conforto emocional, certos doces podem ir além do sabor e oferecer benefícios cognitivos reais, quando compostos por ingredientes funcionais, especialmente aqueles que contêm substâncias chamadas nootrópicos naturais.

"Mais do que uma simples indulgência, o doce pode ser uma ferramenta inteligente para nutrir o cérebro, desde que feito com os ingredientes certos e consumido com equilíbrio", afirma a fundadora da Ahnima Doces Inteligentes, foodtech curitibana especializada em doces veganos com ingredientes funcionais para o bem-estar e a performance cerebral, Camila Ferraz.

O que são nootrópicos naturais?

Nootrópicos são compostos cuja função é estimular as capacidades cognitivas do cérebro, como memória, atenção, motivação e criatividade. Embora muitos sejam conhecidos em formato de suplemento sintético, a natureza oferece alternativas com efeito semelhante — e mais seguras.

Flavonoides do cacau, antocianinas das frutas vermelhas, compostos fenólicos do pistilo de açafrão e moléculas neuroativas de cogumelos funcionais - como as hericenonas e erinacinas do Lion’s Mane - formam um verdadeiro esquadrão de nootrópicos naturais de alto impacto cognitivo.

Eles atuam em múltiplas frentes: estimulam a memória e o foco, favorecem a neurogênese, promovem clareza mental e, ao mesmo tempo, reduzem inflamação, regulam neurotransmissores e apoiam a função mitocondrial. "Diferentemente dos estimulantes sintéticos, esses ativos naturais oferecem benefícios sistêmicos, funcionando como verdadeiros aliados de quem busca mais presença, performance e longevidade mental”, explica Camila.


Açúcar: vilão ou aliado do raciocínio?

O cérebro consome aproximadamente 20% de toda a energia do corpo humano, segundo artigo publicado na revista científica Frontiers in Physiology da PubMed Central. Seu combustível primário é a glicose — mas não qualquer açúcar.

Uma meta-análise publicada na PubMed mostrou que a ingestão controlada de glicose pode melhorar a memória imediata. Os participantes que consumiram glicose apresentaram melhor desempenho em tarefas de recordação livre imediata (p = 0,002) em comparação com o grupo controle. No entanto, o consumo crônico e excessivo de açúcar está associado ao risco de inflamações cerebrais, queda de rendimento mental e maior propensão a distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão.

"Em contextos controlados, a glicose pode sim atuar como um combustível eficiente para o cérebro. O ponto-chave está na qualidade da alimentação: quando associada a antioxidantes e gorduras saudáveis, a resposta glicêmica tende a ser mais estável, o que favorece a função cognitiva sem gerar sobrecarga metabólica", explica a endocrinologista Silviane Pellegrinello.


Seis doces que podem estimular o cérebro

Embora doces ultraprocessados e ricos em açúcar refinado — como balas, refrigerantes e confeitos industrializados — não tragam benefícios cognitivos, há alternativas saudáveis e funcionais que aliam sabor à nutrição cerebral. A seguir, exemplos de doces com propriedades que estimulam o cérebro:

1) Doces com nootrópicos naturais e formulação limpa: bombons e barras com cacau de origem agroflorestal (mínimo 80%), sem corantes, aditivos artificiais ou polióis. Além do alto teor de flavonoides, esses produtos incluem cogumelos funcionais, pistilo de açafrão e compostos neuroprotetores como a L-teanina ou a colina. “Estamos falando de doces que alimentam o cérebro de verdade — e não apenas o desejo por açúcar”, destaca Camila Ferraz.

2) Chocolate amargo (70% cacau ou mais): rico em flavonoides, antioxidantes e cafeína natural, o chocolate amargo melhora a circulação sanguínea cerebral, aumenta a oxigenação e pode contribuir para o foco, memória e bom humor. Pesquisas sugerem que seu consumo está associado ao aumento do fluxo sanguíneo no córtex cerebral.

3) Geleias e compotas de frutas vermelhas: mirtilo, amora e morango são fontes de antocianinas, antioxidantes com forte ação neuroprotetora. Quando utilizadas em compotas com pouco ou nenhum açúcar adicionado, tornam-se doces aliados da saúde cerebral.

4) Barrinhas de cereal com mel e castanhas: combinação de glicose natural do mel, fibras integrais e gorduras boas, como o ômega-3 das castanhas. Essa mistura colabora com o equilíbrio glicêmico e fornece energia de liberação lenta, favorecendo a concentração contínua ao longo do dia.

5) Doces com café ou matchá: a cafeína, teobromina e L-teanina — presentes no café e no matchá — têm propriedades estimulantes e ansiolíticas. Quando inseridas em sobremesas como trufas, mousses ou bombons, podem melhorar o estado de alerta e a performance mental, reduzindo a fadiga.

6) Doce de banana com aveia: a banana é rica em triptofano, precursor da serotonina, e potássio, mineral essencial à transmissão neural. Combinada à aveia, que oferece fibras e liberação lenta de energia, torna-se uma sobremesa funcional com impacto positivo no bem-estar e na cognição.

Moderação é o segredo

Apesar dos benefícios, a recomendação é clara: equilíbrio. Mesmo os doces funcionais devem ser consumidos com consciência. O excesso pode anular os efeitos benéficos e levar a consequências metabólicas e neurológicas indesejadas.

“A boa notícia é que o mercado de alimentos funcionais e snacks inteligentes está em plena ascensão. Estudantes, profissionais, idosos e até atletas têm buscado opções de guloseimas que não apenas agradem ao paladar, mas também alimentem a mente. A combinação entre prazer e saúde cerebral já é uma realidade e tende a crescer”, reforça Silviane Pellegrinello.

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