SAÚDE DA MULHER

Menopausa: como a reposição hormonal pode proteger o cérebro

Oscilações de humor, insônia, ansiedade e dificuldades cognitivas podem ser evitados. Estudos mostram uma possível aliada para a saúde mental e cerebral

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A menopausa marca uma fase de transição na vida da mulher, mas os impactos vão muito além das conhecidas ondas de calor e alterações menstruais. Pesquisas recentes mostram que a queda dos hormônios sexuais afeta diretamente o cérebro feminino, podendo levar a sintomas como ansiedade, depressão, insônia, dificuldades de concentração e até prejuízo na memória tal como a famosa “névoa mental”.

Estudos liderados pela neurocientista Lisa Mosconi, da Universidade Cornell, têm demonstrado que o estrogênio é fundamental para a saúde cerebral, pois protege os neurônios, melhora a função mitocondrial e otimiza a comunicação entre as células nervosas. Com a queda desse hormônio na menopausa, o cérebro da mulher torna-se mais vulnerável a doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Além disso, o estrogênio modula a serotonina e a dopamina, neurotransmissores cruciais para a regulação do humor e do bem-estar emocional.

A terapia de reposição hormonal (TRH) tem sido amplamente estudada como um recurso eficaz para mitigar os impactos da menopausa na saúde mental. Mas não é apenas o estrogênio que merece atenção: a progesterona e a testosterona desempenham papéis igualmente importantes nesse equilíbrio.

O estrogênio protege o cérebro contra processos inflamatórios, melhora a memória e a vontade de socialização, reduz o risco de depressão.

A progesterona tem efeito calmante, pois modula o GABA-A, neurotransmissor responsável pelo relaxamento e pelo controle da ansiedade. Muitas mulheres percebem que o sono piora na menopausa justamente pela queda abrupta da progesterona.

A testosterona melhora a energia, motivação, libido e função cognitiva. Baixos níveis desse hormônio podem estar associados à fadiga mental e à redução da clareza mental.

Segundo a professora e ginecologista Alessandra Duarte Clarizia, especialista em menopausa e reposição hormonal, o equilíbrio desses hormônios pode transformar a qualidade de vida das mulheres. "A menopausa não deve ser encarada como um período de declínio, mas sim como uma nova fase que pode ser vivida com plenitude. A reposição hormonal, quando bem indicada e acompanhada, não apenas alivia sintomas físicos, mas também melhora a saúde emocional e cognitiva da mulher. Nós, mulheres, não precisamos fazer a TRH com grandes quantidades de hormônios nesta fase para alcançarmos um padrão de melhora", diz.

"Muitas pessoas acreditam que a reposição hormonal deve devolver os níveis hormonais quando a mulher tinha 20 ou 30 anos. Não é isso, e nem é adequado. O importante é a reposição com hormônios de qualidade e fazer o acompanhamento médico durante o tratamento", explica Alessandra.

E quem não pode?

Embora a TRH seja uma ferramenta poderosa, nem todas as mulheres podem ou desejam utilizá-la. Pacientes com histórico de alguns tipos de câncer, como o de mama ou portadoras de algumas doenças cardiovasculares podem ter contraindicações à terapia. No entanto, existem estratégias complementares que ajudam a manter a saúde mental e cerebral nessa fase:

  • Exercícios físicos regulares aumentam a produção de endorfinas e outros neuro-hormônios e reduzem o risco de depressão.
  • Alimentação rica em antioxidantes, gorduras boas e fitoestrógenos (como a linhaça) pode ajudar a modular os efeitos da queda hormonal.
  • Sono de qualidade e técnicas de relaxamento, como mindfulness e yoga, auxiliam na regulação do cortisol e da serotonina.
  • Suplementação com ômega-3, magnésio e vitaminas do complexo B pode ajudar a otimizar a função neurológica.

Informação é poder

Com o avanço das pesquisas em medicina personalizada e ginecologia regenerativa, a abordagem da menopausa está mudando. Novos estudos estão investigando bioengenharia hormonal, estratégias neuroprotetoras e terapias regenerativas que podem prolongar a qualidade de vida e a saúde cerebral da mulher.

O mais importante é que todas as mulheres tenham acesso a informações baseadas em ciência, para que possam tomar decisões seguras e conscientes sobre sua saúde. Com a orientação de profissionais capacitados, é possível passar por essa fase com equilíbrio, bem-estar e vitalidade.

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