
Incontinência urinária acomete pessoas de qualquer idade?
Uroginecologista desmistifica tabus e explica causas e tratamentos do distúrbio urológico
Mais lidas
compartilhe
Siga noCerca de 10 milhões de brasileiros são afetados pela incontinência urinária no país, segundo dados da Associação Brasileira de Urologia (SBU). Comumente associado a terceira idade, o distúrbio é pouco comentado pela população, em decorrência do constrangimento e desconforto causado aos pacientes. Obesidade, tabagismo, complicações no parto e histórico familiar são alguns dos fatores de predisposição ao aparecimento da incontinência urinária, portanto, a condição pode se manifestar tanto em homens quanto em mulheres.
Dea acordo com Maria Augusta Bortoli, uroginecologista da Associação Brasileira pela Continência BC Stuart, o aumento da idade também é tendencioso para a incontinência, mas que outros fatores são cruciais para a evolução do caso. “É importante frisar que todo mundo pode ter incontinência, em todas as idades. Não é algo inevitável na sua grande maioria e não deve ser considerado normal”, afirma.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
Doenças que estão relacionadas ao aparecimento da incontinência urinária:
- Doenças neurológicas
- Diabetes
- Menopausa
- Doenças na próstata
- Enfraquecimento do assoalho pélvico
- Exercícios de alto impacto
- Gravidez
- Parto vaginal
"Por esses motivos, o histórico do paciente, seus hábitos e costumes, devem ser observados", recomenda a urologista.
11/09/2024 - 13:30 Congresso Brasileiro de Reumatologia em BH discute dor crônica e sono 12/09/2024 - 13:00 Osteoporose associada à gestação ainda é pouco conhecida 11/09/2024 - 15:31 Umidade entre 12% e 20%: como se proteger?
Vale destacar ainda que a condição pode ter diferentes graus, portanto, é preciso avaliar individualmente e traçar a melhor solução para cada caso. “Há algumas classificações para a IU. Pode ser por urgência – que ocorre juntamente com um súbito e forte desejo miccional difícil de controlar, ou por esforço – quando há escape de urina ao tossir, rir, fazer exercícios ou em outros afazeres cotidianos. A incontinência também pode ser mista – que é a combinação das IUs por urgência e por esforço; ou por transbordamento – em casos em que a bexiga está sobrecarregada e o escape ocorre pelo fato de a bexiga não comportar maior quantidade de urina”, explica.
- Jovens: estilo de vida moderno aumenta casos de incontinência urinária
- Menopausa: 7 benefícios da fisioterapia pélvica nessa fase da vida
O tratamento da incontinência urinária gera resistência nos pacientes por conta do tabu e desinformação acerca da doença. E, dependendo do caso, a vergonha em expor os sintomas, entender as causas e buscar auxílio médico se tornam impeditivos para a cura. Há alguns exames, como ecografia pélvica, cistoscopia, estudo urodinâmico e cultura da urina que podem ajudar a traçar um diagnóstico preciso.
“Com base no correto diagnóstico e na severidade do problema é possível direcionar o tratamento para a incontinência da urina, podendo ser algo mais simples e menos invasivo, como fisioterapia pélvica, uma mudança comportamental, ajuste de rotina e hábitos. Medicamentos são usualmente utilizados para tratar casos de urgência urinária, e cirurgias em casos de incontinência urinária de esforço, que falharam aos tratamentos conservadores”, destaca.
Medidas simples na rotina de todas as pessoas podem ajudar a prevenir a doença ou tratá-la nos estágios iniciais, quando o desconforto passa de pontual para recorrente. “Alarmes e avisos para lembrar o indivíduo de ir ao banheiro em intervalos de tempo, além de evitar o escape da urina, auxiliam na manutenção do trato urinário, assim como a hidratação e consumo de água em quantidades adequadas”.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.