Mateus Simões diz que STF "atrapalha" combate às facções
Declaração foi dada nesta terça-feira (16/12), durante coletiva de imprensa para divulgar o balanço das ações de segurança pública em Minas Gerais
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O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (PSD), criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), de "proteger" criminosos ligados a facções. A declaração foi dada nesta terça-feira (16/12), durante coletiva de imprensa para divulgar o balanço das ações de segurança pública em Minas Gerais.
Conforme o balanço, foram realizadas 98 operações integradas, resultando na prisão, apreensão ou condução de mais de 5,6 mil pessoas, além da apreensão de armas de fogo e grandes volumes de drogas. Além disso, ações específicas de inteligência voltadas às facções criminosas permitiram isolar lideranças, identificar 659 foragidos ligados a organizações criminosas e bloquear ativos financeiros. Somente em 2025, cerca de 2,2 mil operações de inteligência foram realizadas com esse foco.
Durante o encontro, o vice-governador ressaltou que os foragidos ligados a facções já passaram em algum momento pelo sistema prisional e foram liberados pelo Judiciário, e afirmou que, por isso, a atuação do STF atrapalha o trabalho das forças de segurança.
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"Por mais efetivo que nós tenhamos, enquanto for possível conviver com o resort do crime, protegendo a corrupção do STF, impedindo que essas pessoas sejam buscadas, pior será a nossa situação. Eu acho uma vergonha nós sabermos onde realmente estão e não conseguirmos pegar o que o STF protege", criticou. Segundo ele, a realidade da estrutura judicial, hoje, protege os foragidos, especialmente os mais perigosos.
Ele também pontuou que, em Minas, não há áreas de domínio criminoso em que a polícia não possa entrar. "Isso não existe em Minas Gerais. Infelizmente, as três grandes facções do Brasil estão presentes aqui, mas não estão como nos outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, onde encontramos vários pontos de governança territorial em que a polícia não pode ir. Em Minas, qualquer viatura de polícia entra em qualquer um dos nossos espaços", garantiu.
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Simões ainda elogiou as frentes de atuação contra o crime organizado em Minas Gerais. "Temos seis linhas de atuação na lógica de desfinanciamento do crime organizado, combatendo os crimes eletrônicos, o contrabando de bebidas, o contrabando de combustíveis, o contrabando de cigarros, o tráfico de drogas e o comércio de drogas, as atividades de maior importância", comentou.
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O vice também mencionou o plano de transformar as unidades do sistema prisional em presídios especializados. “É para manter apenas faccionados, de forma que eles não se misturem com a população comum dos presídios e, assim, não batizem novos faccionados, para que a gente não transforme o presídio, como acontece em outros estados, em um centro de recrutamento das facções criminosas”, disse. A mudança vai contar com equipamentos tecnológicos, como bloqueadores, para, segundo ele, “manter bandido isolado do convívio”.