Antes de assumir o Avante, Eto acerta contas com Simões
Igor Eto esteve no BDMG para resolver pendências administrativas e encerrar formalmente sua passagem pela estrutura do governo Zema
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No mesmo dia em que assumiu o comando do Avante em Minas, Igor Eto esteve no BDMG para resolver pendências administrativas e encerrar formalmente sua passagem pela estrutura do governo Zema. A visita ao banco terminou com um gesto político inesperado.
Eto encontrou Mateus Simões, vice-governador e recém-filiado ao PSD, e os dois selaram um entendimento que, segundo interlocutores, pacificou o desgaste gerado desde o anúncio de sua desfiliação do Novo.
A conversa, descrita por aliados como “serena e objetiva”, virou a chave de uma relação que vinha tensionada desde o rearranjo partidário das últimas semanas. Ambos foram descritos para reportagem como “dois irmãos que brigam, mas se resolvem sempre”.
Eto e Simões mantinham diálogo frequente, mas haviam se afastado com a movimentação simultânea de ambos para novas siglas. A reconciliação abre caminho para que PSD e Avante passem a atuar de forma coordenada nas articulações regionais para as eleições de 2026.
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Dentro do Novo, a saída de Eto ainda produz efeitos. Integrantes da legenda admitiram que a mudança pegou dirigentes de surpresa e provocou mal-estar. Ele era tratado como um dos nomes mais competitivos para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados no ano que vem, e sua decisão obrigou a revisão de cálculos internos sobre chapa e desempenho. A avaliação, na cúpula, é de que a legenda terá de buscar novos quadros para recompor musculatura eleitoral.
Eto, agora presidente estadual do Avante, assume a missão de reestruturar a sigla em Minas. A meta é organizar nominatas mais robustas e costurar alianças com partidos que orbitam o campo de centro-direita — movimento que, na prática, já começa com a reaproximação de Simões. O vice-governador, por sua vez, consolida sua transição para o PSD e trabalha para formar a chapa majoritária que disputará o governo em 2026.
A reorganização simultânea das duas legendas acaba por delimitar um novo desenho político. Enquanto o Avante busca espaço para crescer, o PSD amplia seu raio de influência e se coloca no centro das negociações. Eto e Simões, agora em frentes distintas, mantêm um canal aberto que pode facilitar composições regionais e acordos pragmáticos daqui para frente.
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Com pendências administrativas resolvidas e pontes políticas reconstruídas, Eto inicia sua gestão no Avante em ambiente mais estável. Já o Novo tenta se reequilibrar após a saída de um de seus nomes mais competitivos, enquanto acompanha de longe a articulação que aproxima seus ex-integrantes em novos projetos eleitorais.
Apoio do governo a Eto
Durante o ato de filiação de Igor Eto ao Avante, Marcelo Aro fez questão de reforçar que ele não estará sozinho na disputa eleitoral de 2026. Em discurso no auditório do Hotel Mercure Lourdes, o secretário de Governo afirmou que ele, o governador Romeu Zema e o vice Mateus Simões trabalharão diretamente para eleger o novo presidente estadual do Avante ao Congresso Nacional, recado que ocorre em meio ao desconforto do Novo com a ida de Eto para o Avante.
“Então pode ter certeza: eu, o governador Romeu Zema, o professor Mateus Simões, nós estaremos ao seu lado na sua candidatura a deputado federal. Aconteça o que acontecer, você será sim candidato que nós vamos fazer tudo para você ser eleito no Congresso Nacional, porque sabemos que você merece e sabemos que ao ser eleito, você fará um bem danado para Minas Gerais, pelos seus valores, pelas suas pautas”, declarou Aro, destacando valores e bandeiras atribuídas ao ex-secretário.