Oposição na ALMG critica ministro de Lula por aceno a Mateus Simões
Para integrantes do Bloco Democracia e Luta, o vice-governador é peça central do projeto da extrema direita em 2026
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O Bloco Democracia e Luta divulgou nota criticando a declaração do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), que afirmou não saber se o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (PSD), é um “opositor” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A fala ocorreu na noite de segunda-feira (24/11), durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, e foi interpretada por aliados petistas como um aceno à possibilidade de composição eleitoral com o vice de Romeu Zema (Novo) em 2026.
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Na nota, o bloco afirma que a declaração do ministro revela desconhecimento sobre o posicionamento político de Simões e minimiza o papel do vice-governador como adversário do projeto do governo Lula em Minas.
O grupo define Simões como “um opositor implacável não só contra o presidente Lula, mas, principalmente, contra o povo mineiro”, citando a defesa do governo Zema de privatizar estatais como Copasa, Cemig, Codemig e Gasmig e o uso da discussão sobre a dívida do Estado como trampolim para seu projeto eleitoral.
O texto também critica o que chama de tentativa recente de “higienização de imagem” de Simões, articulada por sua equipe de comunicação, e sustenta que a oposição liderada pelo governador Romeu Zema e pelo vice representa uma “ameaça concreta ao futuro de Minas Gerais”. Para o bloco, os ministros do governo Lula precisam reconhecer a gravidade da disputa política no Estado.
A reação ocorre em um momento em que o quadro de 2026 permanece indefinido no campo progressista. Rodrigo Pacheco (PSD) está fora da disputa e não pretende mais entrar em cenário estadual. Alexandre Kalil (PDT), que em 2022 foi o principal nome da esquerda ao governo, enfrenta resistência de alas internas do partido que não desejam repetir a aliança ou recuperar um projeto que consideram esgotado.
A falta de consenso dentro do próprio PT e a ausência de nomes competitivos no momento tornam mais sensível qualquer gesto de aproximação com potenciais adversários.
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Mateus Simões, por sua vez, trabalha para estruturar uma base sólida da direita em Minas. Mesmo tendo migrado para o PSD, mantém a identidade política alinhada ao bolsonarismo mineiro e ao projeto de Romeu Zema. Ele tenta atrair setores conservadores que ficaram órfãos de uma liderança estadual única e busca consolidar apoio entre partidos que desejam uma alternativa liberal ao PT. A construção de sua pré-campanha passa por ampliar pontes com a direita tradicional, unificar siglas que orbitam o governo Zema e se posicionar como herdeiro natural do atual governador na disputa ao Palácio Tiradentes.