DATAFOLHA

54% acham prisão de Bolsonaro justa; 34% defendem pena em casa, diz Datafolha

Para 40%, medida determinada pelo Supremo é injusta, e apenas 13% acham que ele deve ficar na PF, onde está

Publicidade
Carregando...

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A prisão de Jair Bolsonaro (PL) foi considerada justa por 54% dos eleitores brasileiros, aponta levantamento do Datafolha, enquanto 40% pensam o contrário. Para 34%, o ex-presidente deveria cumprir sua pena em casa.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O ESTADO DE MINAS NO Google Discover Icon Google Discover SIGA O EM NO Google Discover Icon Google Discover

A execução da condenação a 27 meses e três meses de cadeia, determinada pelo Supremo Tribunal Federal pelo papel central na trama golpista que visava mantê-lo no poder após a derrota para Lula (PT) na eleição presidencial de 2022, começou no dia 25 de novembro.

Três dias antes, o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do processo e juiz de execução da pena, havia mandado prender Bolsonaro após o ex-presidente tentar romper sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.

Ele cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, após ter violado medidas cautelares determinadas por Moraes na reta final de seu julgamento. Em 11 de setembro, acabou condenado ao lado de outros sete réus do chamado núcleo central da trama.

O Datafolha ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais de terça-feira (2) a quinta (4) em 113 cidades do país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Não souberam avaliar se a prisão foi justa ou não 6% dos ouvidos.

Disseram ter tido conhecimento da condenação definitiva de Bolsonaro e estarem bem informados 36%. Porcentagem similar, 37%, disse ter conhecimento e estar mais ou menos informado; 11% se disseram mal informados, e 16% afirmaram não ter tomado conhecimento.

Acerca da questão do local do cumprimento da pena, que gera pressão dos aliados do ex-presidente e de sua defesa, os entrevistados que não apontaram a prisão domicilar como a melhor se dividiram entre presídio comum (26%), unidade militar (20%) ou uma sede da Polícia Federal (13%). Não souberam responder 7%.

Bolsonaro está preso na superintendência da PF em Brasília, em uma sala com móveis básicos e banheiro. Moraes decidiu mantê-lo lá logo após o chamado trânsito em julgado, o encerramento do processo, no dia 25 passado.

Como a defesa queria que o ex-presidente fosse para casa alegando os problemas de saúde do político, o ministro argumentou que na PF ele terá acompanhamento diuturno de médicos.

A decisão foi fortemente influenciada pelo episódio da tentativa de rompimento da tornozeleira e do histórico de fuga de bolsonaristas condenados pela Justiça ou que estão sendo objeto de processos.

Foram para os Estados Unidos o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem, condenado com Bolsonaro e hoje foragido, e o filho do ex-presidente Eduardo, deputado pelo PL-SP que é alvo de investigação acusado de coagir o STF com sua campanha contra o Brasil junto ao governo americano.

O temor maior dos defensores de Bolsonaro, contudo, era que ele fosse enviado para o complexo prisional da Papuda, perto de Brasília. Foram presos lá, no anexo chamado Papudinha, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Já os oficiais-generais condenados, os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, foram para unidades militares. O delator Mauro Cid, tenente-coronel que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, cumpre pena em regime aberto.

A prisão deles é um marco num país com histórico de golpes militares executados ou fracassados, e tem tensionado as Forças Armadas, principalmente o Exército, a mais importante delas.

Questionados sobre a opinião de ver os generais da Força condenados, 57% dos eleitores consideraram a medida justa, e 30%, injusta. Já 13% não souberam responder.

A imagem do Exército, que no imaginário popular se confunde com o estamento militar como um todo, sofreu arranhão: 26% disseram ter uma visão pior da Força com o episódio, ante 57% que não mudaram sua opinião. Já 12% tiveram uma impressão melhor. Dada a turbulência dos anos Bolsonaro no setor, o resultado deverá trazer alívio à caserna.

Pela estimativa de especialistas, o ex-presidente terá direito a progressão de pena para o regime semiaberto em 2033. Ele já estava sem direitos políticos até 2030 desde 2023, quando foi condenado pela Justiça Eleitoral por sua campanha contra o sistema de votação eletrônico do país. Com as novas penas a ele aplicadas, está fora da urna que combateu até 2060.

Como seria previsível neste momento, o início do cumprimento da pena é visto de maneira díspar a depender do gosto político do entrevistado.

Grupos associados ao bolsonarismo tendem a considerar mais a prisão injusta. Isso ocorre entre evangélicos (55%), moradores do Norte/Centro-Oeste (48%), apoiadores do PL (95%) e eleitores do ex-presidente no segundo turno de 2022 (81%).

Na mão contrária, entre os usualmente lulistas, acham mais que a medida do STF foi justa moradores do Nordeste (65%), apoiadores do PT (92%) e quem votou no atual presidente na eleição passada (87%). Entre quem anulou ou deixou o voto em branco, 57% aprovam a prisão, ante 23% que a desaprovam.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

Nos grandes estratos socioeconômicos aferidos pelo Datafolha, contudo, há bastante homogeneidade. Apenas os jovens, quem tem só ensino fundamental e os de mais baixa renda acham um pouco mais que a prisão foi justa, 60%, 59% e 58%, respectivamente, mas são grupos com margens de erro superiores à média -logo, o cenário semelhante se impõe.

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay