Sem plano B para o governo, PT aguarda definição de Pacheco
Partido acredita que a decisão sobre os rumos da legenda na disputa pelo Governo de Minas deve ser acelerada a partir da escolha de Lula para a vaga no STF
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O PT mineiro ainda não tem um plano B caso o senador Rodrigo Pacheco (PSD) não seja mesmo candidato ao governo do estado. O partido ainda aposta em Pacheco, mesmo diante da indefinição do ex-presidente do Senado sobre seu destino político.
“Por enquanto não temos plano B, só plano P mesmo”, brinca o deputado federal Rogério Correia (PT), vice-líder do partido na Câmara dos Deputados. A aposta é na candidatura de Pacheco, mas caso ela não vingue, destaca Correia, o partido tem “bons nomes” para a disputa.
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“Temos tempo ainda e vamos aguardar as definições que virão do presidente Lula”, afirma Correia. De acordo com o deputado, o partido também precisa definir seus rumos na disputa pelo Senado. Serão duas vagas nas eleições do ano que vem, mas a escolha sobre quem serão os concorrentes também passa pela definição da chapa para o Governo de Minas.
A aposta da legenda é que a decisão sobre os rumos do partido na disputa no segundo maior colégio eleitoral do país deve ser acelerada pelo anúncio, previsto para hoje, do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Pacheco é um dos nomes cotados para assumir a vaga de Luís Roberto Barroso, que antecipou sua aposentadoria como ministro do STF. No entanto, há especulações de que o nomeado por Lula deve ser mesmo Jorge Messias, advogado-geral da União.
Com isso, Pacheco, que almejava uma cadeira no STF, deve definir se vai concorrer novamente a um cargo no Congresso Nacional ou se encara a disputa pelo governo de Minas, cujo cenário ainda segue indefinido. A exceção é a candidatura do vice-governador Mateus Simões (Novo), que no próximo dia 27/10 se filia ao PSD, apostando na saída de Pacheco da legenda.
Simões é candidatíssimo à sucessão de Zema e pretende disputar pelo PSD de Pacheco, já que seu atual partido, o Novo, não tem tempo no horário eleitoral gratuito e nem recursos do fundo partidário, em função de baixa representatividade na Câmara dos Deputados.
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Caso a candidatura de Pacheco ao governo de Minas não vingue, o partido vai se reunir e decidir o que fará. A legenda não adianta oficialmente quais poderão ser as possibilidades no caso de não ter Pacheco na disputa, mas os rumos são candidatura própria com nomes expoentes da legenda ou uma aliança com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PDT), que nas últimas eleições gerais bateu chapa com Zema, tendo como candidato a vice-governador o petista André Quintão.
Kalil se filiou ao PDT na semana passada e articula uma nova candidatura ao governo do estado, com o compromisso de ter liberdade para escolher qual cargo pretende disputar. O nome de Kalil também é um dos citados para a disputa por uma das vagas no Senado, caso o ex-prefeito não resolva encarar novamente a disputa pelo governo de Minas.
Além desses nomes, também são cotados para disputar o governo de Minas, o senador Cleitinho (Republicanos) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), mas nenhum deles verbalizou a candidatura ainda.
Para o presidente do PT de Belo Horizonte, Guima Jardim, o partido ainda tem tempo para essa definição, já que o cenário da sucessão segue indefinido também entre outras legendas. O ideal, avalia Jardim, é que essa definição aconteça até o fim do ano, no mais tardar no começo de 2026.
“Apesar de essa ser uma disputa estadual, o PT é um partido nacional, e nosso foco é reeleger o presidente Lula e garantir um bom palanque para ele no estado”. Guima avalia também que o partido tem bons nomes para a disputa.
“Temos 22 deputados estaduais e federais, além de duas prefeitas bem avaliadas e reeleitas em primeiro turno”, destacou Jardim, se referindo às prefeitas de Juiz de Fora (Zona da Mata), Margarida Salomão, e Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Marília Campos.
Na conta do dirigente está também a deputada estadual licenciada, Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos e Cidadania. O nome de Macaé vem sendo aventado, mas a ministra também não confirma disposição em participar da disputa.
De acordo com um dirigente nacional da legenda, o PT está em compasso de espera pela decisão de Pacheco, que tem silenciado sobre o tema e evitado comentar publicamente a sucessão, apesar de adotar um discurso de candidato durante as últimas agendas do presidente Lula em Minas Gerais.
A filiação de Simões à legenda de Pacheco na próxima semana deve forçar o senador a tomar um rumo, embora ele possa permanecer no PSD e disputar com Simões a indicação dentro da legenda.
O PSD tem três ministros no governo Lula, entre eles o mineiro Alexandre Silveira (Minas e Energia), mas não é dos mais fiéis nas votações do Congresso Nacional e ensaia deixar o governo federal para ter um candidato próprio ao Palácio do Planalto.
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De acordo com um integrante do PSD mineiro ouvido pela reportagem, todo o cenário em Minas pode mudar dependendo da viabilidade da reeleição de Lula, que recuperou popularidade e tem aparecido bem posicionado nas pesquisas de intenção de voto.
Na avaliação desse filiado, o interesse maior do comando da legenda, hoje nas mãos do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, é por “espaços no poder” e, caso a legenda vislumbre a possibilidade de ficar fora, pode mudar de ideia e seguir ao lado de Lula, inviabilizando os planos de Simões pelo PSD.