
PF investiga cidade mineira com mais eleitores que habitantes
Glaucilândia, no Norte de Minas, tem mais titulos de eleitor do que habitantes. Investigação foi pedida pelo MP Eleitoral após identificar indícios de fraudes
Mais lidas
compartilhe
Siga noA Polícia Federal (PF) instaurou inquérito para investigar a suspeita de fraude na transferência de eleitores para o pequeno município de Glaucilândia, no Norte de Minas. Conforme a Justiça Eleitoral, a cidade tem mais eleitores (3.988) do que habitantes (2.928), segundo o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A diferença é de 1.060 eleitores a mais do que moradores.
Glaucilândia fica distante apenas 25 quilômetros de Montes Claros (414,3 mil habitantes), cidade-polo do Norte de Minas.
03/10/2024 - 17:07 Saiba quem lidera as pesquisas para prefeito em Belém 03/10/2024 - 17:22 Datafolha: veja os cenários de 2° turno em São Paulo 03/10/2024 - 18:15 Datafolha em BH: Fuad Noman venceria Engler ou Tramonte no 2º turno
Dois candidatos disputam a prefeitura do pequeno município: o atual prefeito Herivelto Alves Luiz (PSD) e Rodrigo Brant Maia (União). Mas a investigação sobre a transferências de títulos de eleitor não envolvem os postulantes na cidade - pelo menos, por enquanto.
Conforme informações do Cartório Eleitoral da 184ª Zona Eleitoral de Montes Claros, entre janeiro e maio deste ano, foram contabilizadas cerca de 300 transferências de eleitores da cidade-polo para Glaucilândia. O número foi considerado “atípico”, por envolver tantas mudanças de domicílio eleitoral em um curto espaço de tempo em um ano de eleição.
Por outro lado, ainda de acordo com o Cartório Eleitoral ada 184ª Zona Eleitoral, dentre as cerca de 300 transferências de titulo de eleitor para Glaucilândia, em seis delas foram verificados indícios de fraude, com a adulteração de uma conta de luz – foram apresentados endereços diferentes, mas com o mesmo número de instalação da Cemig.
Diante da adulteração, o Ministério Público Eleitoral encaminhou a documentação para a Polícia Federal para investigação da suspeita de fraudes nas mudanças de domicílio dos eleitores envolvidos. O inquérito foi instaurado, e a apuração continua em andamento. Ainda não se sabe se os eleitores da suposta fraude agiram sozinhos ou foram induzidos a praticar a irregularidade para favorecer algum candidato.
A transferência fraudulenta de domicílio eleitoral pode resultar em pena de cinco de reclusão ou 10 a 15 dias/multa para o eleitor envolvido e dois anos de reclusão ou multa de 5 a 15 dias/multa para quem induzir outra pessoa a praticar a irregularidade. As penas também ser convertidas em medidas restritivas de liberdade ou prestação de serviços comunitários.
- Saiba quem lidera as pesquisas para prefeito em Belém
- Saiba quem lidera as pesquisas para prefeito em Fortaleza
- Saiba quem lidera as pesquisas para prefeito em Curitiba
Mais eleitores do que habitantes não configura fraude
Pela legislação, o fato de Glaucilândia ter mais eleitores do que habitantes, por si só, não configura situação irregular. Conforme a Justiça Eleitoral, no caso das Glaucilândia, pelo fato de a cidade ser situada muito perto de Montes Claros, muitas pessoas do pequeno município trabalham na cidade-polo, onde também têm residência, mas mantêm o titulo de eleitor no lugar de origem.
Em 2019, devido ao fato de Glaucilândia apresentar mais eleitores do que habitantes, a Justiça Eleitoral fez um levantamento no município. Mas não identificou irregularidades nos domicílios eleitorais.