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VIOLÊNCIA POLICIAL

Corregedoria pede prisão de PM que jogou homem de ponte e dá recado a tropa

Policial Luan Felipe Alves foi filmado arremessando homem de ponte em São Paulo na madrugada de segunda (2/12)

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A Corregedoria da Polícia Militar pediu na tarde desta quarta-feira (4) a prisão preventiva (sem prazo) do policial Luan Felipe Alves filmado arremessando um homem de uma ponte, no bairro Cidade Ademar, em São Paulo, na madrugada de segunda (2).

A Folha de S.Paulo apurou que o pedido de prisão é a primeira medida do comando da corporação para indicar à tropa que comportamentos violentos e fora dos previstos pelas diretrizes não serão mais tolerados. Reportagem fez ligações para o advogado que representa o policial, na tarde desta quarta, mas não foi atendida.

A cena de violência policial gratuita abriu crise na cúpula da Polícia Militar e na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) e expõe a atuação de Guilherme Derrite à frente da pasta da segurança.

O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, o coronel Cássio Araújo de Freitas, afirmou que entre os casos recentes de violência policial no estado, o episódio em que um agente arremessa um homem de uma ponte no bairro Cidade Ademar, na zona sul da capital, é o mais preocupante. Ele classificou como "um erro emocional".

"Eu considero um erro básico. Um erro emocional de jogar o rapaz ali. Aquilo era quase infantil um negócio daquele. Comete um erro básico, vai ser julgado por aquilo", afirmou ele em entrevista à Folha de S.Paulo nesta terça-feira (3) no quartel do comando da PM, no centro da capital paulista.

Pelas redes sociais, o governador Tarcísio de Freitas declarou nesta terça (3) que o policial militar "chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte" não está à altura de usar a farda da corporação.

Na publicação, o governador afirmou ainda que os casos serão "investigados e rigorosamente punidos".

Também pela manhã, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, postou em suas redes sociais mensagem dizendo que o legado da PM não pode ser manchado por "condutas antiprofissionais".

"Ações isoladas como essa não podem denegrir a imagem de uma instituição que tem quase 200 anos de bons serviços prestados para a nossa população no Estado de São Paulo. Não vamos tolerar nenhum tipo de desvio de conduta de nenhum policial no Estado de São Paulo", afirmou.

O CASO

Os agentes de segurança envolvidos na perseguição pertencem à Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) do 24° Batalhão de Polícia Militar, com sede em Diadema, na Grande São Paulo. As imagens mostram quatro policiais em ocorrência com um motoqueiro.

Um dos policiais é visto levantando uma moto do chão. Na sequência, mais dois agentes se aproximam, e o primeiro PM encosta o veículo perto da ponte. Um quarto agente então se aproxima segurando um homem que vestia uma camiseta azul, e, quando chegam perto do muro de segurança, o PM o levanta pela perna e arremessa para fora da ponte, em direção a um córrego.

Testemunhas disseram tê-lo visto no momento em que saía andando do córrego. Uma delas, que não quis se identificar, afirmou à Folha de S.Paulo que o homem caiu na parte de concreto e saiu com a cabeça machucada, com a testa sangrando.

A notícia de mais um caso de violência policial ocorre em um contexto em que o governo Tarcísio é cobrado pelo aumento da letalidade da corporação e após outros casos de abusos da força.

Nos dados acumulados de janeiro a setembro, o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no estado de São Paulo cresceu 82% na comparação dos primeiros nove meses de 2024 com o mesmo período de 2023. Foram 474 mortes registradas de janeiro a setembro deste ano, ante 261 em 2023, segundo dados divulgados na SSP.

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Na capital paulista, nos nove primeiros meses deste ano, 193 pessoas foram mortas em ações envolvendo policiais militares em serviço. O número é 93% superior ao do mesmo período de 2023, quando foram registrados 100 casos.

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