Servidora da PC é denunciada por extravio de armas e dinheiro de delegacia
Analista da polícia foi indiciada por peculato após investigação da Corregedoria. Caso a Justiça aceite a denúncia, a servidora responderá por processo criminal
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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apresentou uma denúncia contra a analista da Polícia Civil Vanessa de Lima Figueiredo, de 44 anos, presa em novembro sob a acusação de desviar armas e dinheiro da 1ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, localizada no Bairro Jardinópolis, em Belo Horizonte (MG). Desde então, ela está custodiada na Penitenciária José Abranches Gonçalves, em Ribeirão das Neves (MG), na Região Metropolitana.
Vanessa foi denunciada por peculato, cometido em continuidade delitiva, crime efetuado por servidor que se apropria de bens ou dinheiro que estão sob sua carga em razão do seu cargo. A denúncia foi encaminhada à Justiça e, caso aceite, a servidora responderá a processo criminal. A pena pelo crime de peculato é de 2 a 12 anos de reclusão, além de multa.
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A servidora concursada, que atua desde 2014 na Polícia Civil (PCMG), foi investigada e indiciada pela Corregedoria-Geral da PC por crime de peculato em razão de extravio de objetos da sala de acautelamento de materiais da delegacia onde trabalhava. Investigações apontam que a mulher, que não é policial, era a única pessoa que tinha acesso ao armamento.
A defesa de Vanessa foi procurada pela reportagem para um pronunciamento sobre a denúncia e o espaço segue aberto.
Investigações
As investigações começaram depois que uma arma que deveria estar sob custódia na delegacia foi apreendida em uma operação policial. À época, a Polícia Civil afirmou que não havia informações sobre o envolvimento de organização criminosa nos fatos. A defesa da servidora também afirma que o extravio não tem relação com facções.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Rômulo Guimarães Dias, as armas desaparecidas são de “baixo calibre” ou “obsoletas”, não sendo mais utilizadas no serviço ativo ou cujas munições não são mais produzidas comercialmente.
No mesmo dia em que foi presa, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos, na casa onde morava e na casa dos pais. Além do caso de extravio, ela também é alvo de um procedimento de correição administrativa para a apuração de todas as irregularidades constatadas, de acordo com o delegado Aloísio Daniel Fagundes, chefe de Comunicação da PCMG.
Prisão arbitrária
Em conversa com o Estado de Minas na semana da prisão, o advogado de defesa de Vanessa, Lucas Furtado, afirmou que a apreensão dela foi arbitrária e premeditada. “A defesa não se opõe à busca e apreensão para investigação e informa que nenhum material ilícito foi encontrado na casa de Vanessa e na dos pais”, afirmou.
Parte do que foi utilizado para justificar a prisão da servidora constava de imagens de câmeras de segurança que supostamente mostram a mulher segurando uma bolsa com o armamento. Para a defesa dela, porém, as imagens são inconclusivas e não têm capacidade de vincular a cliente no caso de extravio.
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“Em todas as imagens, que são de frente à delegacia, ela porta uma bolsa clara que é a de uso dela. Ela entra e sai em horários normais com a mesma bolsa. Foi veiculado que dava pra ver as armas e nada disso apareceu nos autos, nem para a defesa ou para a acusação”, afirmou Furtado.
Um dos apontamentos da investigação foi que Vanessa teria usado dinheiro do repasse das armas para a realização de um procedimento estético. “Ela fez um procedimento estético, de fato, mas completamente compatível com a renda dela”, afirmou Furtado. Segundo ele, a servidora tinha o salário de aproximadamente R$ 8 mil e tinha uma “vida comum”.