Presépio Colaborativo é atração natalina com toque regional
Instalação, que homenageia as comunidades ribeirinhas do interior do Brasil, está aberta à visitação no Natal da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte
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Mais uma atração está aberta à visitação no Natal da Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. Nesta quinta-feira (27/11), a Casa Fiat de Cultura inaugurou um Presépio Colaborativo, que une a tradicional representação do nascimento de Jesus Cristo à cultura brasileira. Neste ano, a instalação homenageia as comunidades ribeirinhas do interior do Brasil.
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A montagem é fruto da curadoria do artista plástico belo-horizontino Leo Piló. É ele que, tradicionalmente, monta os presépios na Casa Fiat de Cultura. Nesta edição, que já é a 11ª, a instalação foi inteiramente construída com materiais reciclados e contou com a participação do público: daí vem o termo colaborativo. De acordo com os organizadores, mais de 700 pessoas, entre crianças, jovens e adultos, contribuíram com elementos para montar a cena natalina.
A montagem reconstrói o universo cotidiano das comunidades ribeirinhas, que vivem entre palafitas e mantêm profunda relação com os cursos d'água. Árvores, embarcações, peixes e pássaros, todos feitos de papelão reciclado, evocam o meio de vida dessas populações em meio à natureza.
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Nesse contexto, os tradicionais personagens da cena natalina foram reimaginados: José ganha corpo como o Caboclo Paraoara, figura que representa o encontro entre culturas indígenas, ribeirinhas e amazônicas, simbolizando força e ancestralidade. Maria torna-se Santa Maria de Belém do Grão-Pará, celebrando as tradições religiosas e populares que envolvem a família. O Menino Jesus é interpretado como Irin-Magé, um símbolo de encantamento e de renascimento.
Ao redor deles estão os Três Reis Magos, cada um representando saberes tradicionais, medicinais e espirituais das matas brasileiras. Em vez de ouro, incenso e mirra, trazem consigo ervas, aromas e alimentos. No alto, guiando a cena, surge o Anjo Pescador, protetor das águas e dos que delas dependem, ecoando as histórias de fé e de sobrevivência que moldam o cotidiano ribeirinho.
Para Leo Piló, o Presépio é uma espécie de refúgio para os visitantes, em meio à correria do cotidiano. "Os povos ribeirinhos são os protetores das florestas. Eles são uma quantidade significativa de brasileiros, mais de 30 milhões de pessoas nessas condições, vivendo em certa harmonia, ou em total harmonia, com a natureza. Não pode haver monoculturas, não pode cortar árvores e, muito menos, agropecuária", explica.
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"Sendo nós, os que podemos observar, proteger ou destruir, nos resta agora uma nova posição. E, no presépio, é essa a inspiração", destaca o artista. "É o que representa muito o presépio, que é a paz, o convívio com os animais, o lugar que foi improvisado, uma fuga, uma perseguição, a opressão: a história é muito linda", conclui.
Visitação
A visitação ao Presépio Colaborativo ocorre entre os dias 27 de novembro de 2025 e 6 de janeiro de 2026. A Casa Fiat de Cultura funciona de terça a sexta-feira, das 10h às 21h, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h.
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