FÉ E UNIÃO

BH celebra Cristo Rei e encerra ano litúrgico abrindo caminho para o Natal

Celebração centenária mobiliza comunidade e reforça mensagem de amor, serviço e reconciliação

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Em uma tarde marcada pela fé, fiéis se reuniram neste domingo (23/11) na Catedral Cristo Rei, no bairro Juliana, Região Nordeste de Belo Horizonte (MG), para celebrar a Festa de Cristo Rei do Universo. Neste ano, a data ganha um significado especial: completam-se 100 anos desde que o Papa Pio XI instituiu a solenidade, em 1925, por meio da encíclica Quas Primas, com a proposta de reafirmar a realeza de Cristo diante dos desafios do mundo moderno.

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A celebração foi dirigida pelo arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo, e marcou também o encerramento do ano litúrgico - o modo com o qual a Igreja organiza e celebra os mistérios da fé ao longo de cada ciclo anual. Como acontece tradicionalmente no último domingo do Tempo Comum, a Festa de Cristo Rei recorda aos fiéis que Jesus reina não pelo poder terreno, mas pelo amor, pelo serviço e pelo sacrifício.

Entre os fiéis, estava a fisioterapeuta Dayane Priscila, de 31 anos, que participou da solenidade ao lado da mãe, Maria Aparecida da Silva, de 54 anos. "É a primeira vez que participo da festividade e foi uma experiência muito especial. Me senti acolhida e senti uma energia maravilhosa de todos os que estavam presentes. Para mim, essa celebração representa união da comunidade. Estou muito feliz de fazer parte deste momento e sentir de perto o amor de Deus”, relata.

solenidade festiva de Cristo, Rei do Universo
Dayane Priscila (esq.) participou da solenidade pela primeira vez, ao lado da mãe, Maria Aparecida da Silva (dir.) Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Vida nova

Como preparação para a solenidade, a Arquidiocese promoveu um Tríduo entre os dias 20 e 23 de novembro, com missas, oração do terço, vésperas e procissão com a Cruz do Jubileu da Esperança. A missa solene deste domingo teve como tema “Do Trono da Cruz nasce a nossa Esperança”, destacando que a cruz, mais do que símbolo de sofrimento, é fonte de reconciliação e vida nova.

Ao fim da celebração, foram abençoadas e lacradas mensagens de fé e esperança em uma “cápsula do tempo”, que deverá ser aberta no futuro, representando a continuidade da espiritualidade através das gerações.

“A importância é de espalhar e vivenciar esse amor tão lindo que Deus tem por nós. É um momento de gratidão pelo Cristo que quis ser como nós e que, mesmo no alto da cruz, demonstra todo seu amor. Amar até o fim. Este ano estava um pouco vazio, mas graças a Deus estive aqui com minha filha, marcando presença e estando com Aquele que é a razão de tudo”, afirmou Cristiane Marques Mendes de Oliveira, 44 anos, agente de Combate a Endemias da PBH, acompanhada da filha Beatriz Marques Mendes, de 9 anos.

solenidade festiva de Cristo, Rei do Universo
Cristiane Marques estava junto da filha Beatriz, de 9 anos; segundo ela, o evento 'é um momento de gratidão pelo Cristo que quis ser como nós' Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Cristo Rei

Em artigo recente, dom Walmor refletiu sobre o sentido contemporâneo da festa. Para ele, embora o contexto de sua criação tenha carregado elementos triunfalistas próprios da época, sua essência permanece urgente. “O mundo sofre com cenários vergonhosos de pobreza extrema, disputas sanguinárias na política e esgotamento perverso no meio ambiente. Reconhecer e refletir sobre a realeza de Cristo pode ajudar a encontrar soluções para esses graves problemas”, escreveu o arcebispo.

Ele destacou ainda que celebrar Cristo Rei é assumir um compromisso transformador: “É um convite a uma espiritualidade de comunhão, para modificar critérios, juízos e escolhas, tendo como prioridade a construção de cenários de igualdade, mais humanizados.” 

Segundo dom Walmor, Cristo Rei é a expressão plena do amor do Pai, “que amou tanto o mundo a ponto de lhe dar o Seu Filho Amado, fazendo da cruz o altar da oferta amorosa de Cristo”. O reinado de Jesus, afirma, é uma verdadeira “escola de reconciliação”, que nos chama a “não viver para si mesmo, mas para Ele que morreu por todos”.

A universitária Maria Clara, de 19 anos, participou da celebração com sua família e destacou a beleza e o clima de devoção do momento. “A festa estava lindíssima, marcada por muita fé. O altar, cheio de flores, estava maravilhoso. A homilia do bispo foi muito importante, a igreja estava cheia. Depois ainda teve um almoço na própria Catedral, que estava divino. Em momentos assim, a família não pode ficar de fora”, contou.

solenidade festiva de Cristo, Rei do Universo
A universitária Maria Clara, de 19 anos, participou da celebração com sua família Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Celebração no Vaticano

No mesmo dia, no Vaticano - Roma, o Papa Leão XIV presidiu a Santa Missa da Solenidade de Cristo Rei na Praça São Pedro, diante de 60 mil fiéis reunidos para o Jubileu dos Coros. O pontífice destacou a importância do canto na vida espiritual. “As grandes civilizações nos deram a música para expressarmos aquilo que sentimos no fundo do coração e que nem sempre as palavras conseguem transmitir”, afirmou, citando Santo Agostinho: “O canto é próprio de quem ama.”

BH celebra a Festa de Cristo Rei e encerra o ano litúrgico com fé e esperança
O Papa Leão XIV presidiu a Santa Missa da Solenidade de Cristo Rei na Praça São Pedro, diante de 60 mil fiéis Vaticano News/Reprodução

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Segundo o papa, o canto litúrgico é um modo de elevar a Deus a oração e o louvor, ajudando a edificar espiritualmente a comunidade. Também neste domingo, o Papa publicou a Carta Apostólica In unitate fidei, por ocasião dos 1700 anos do Concílio de Niceia, reforçando o apelo à unidade entre os cristãos às vésperas de sua viagem apostólica à Turquia. 

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