Procissão do Encontro é 'descentralizada' em Montes Claros
Principal evento da Semana Santa na cidade, manifestação reúne centenas de fiéis e passa a ser realizada em diferentes paróquias do município
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Siga noCentenas de pessoas participaram, na manhã desta sexta-feira (18/4), da Procissão do Encontro, principal evento da Semana Santa em Montes Claros, no Norte de Minas. Neste ano, a festividade ocorreu não apenas na Região Central da cidade, como de costume, mas também em outras localidades do município.
Mantendo a tradição, os homens saíram da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, conduzindo a imagem de Nosso Senhor dos Passos, enquanto as mulheres partiram da Matriz de Nossa Senhora e São José, levando à frente a de Nossa Senhora das Dores. O encontro aconteceu na Praça Flamaryon Wanderley, no Bairro São José.
A Sexta-feira da Paixão é considerada pelos católicos como um dia de jejum, abstinência e recolhimento. A Igreja se reúne para meditar a Paixão de Cristo, adorar a cruz — símbolo do amor redentor — e comungar o Corpo do Senhor. É a única data do calendário litúrgico em que não se celebra a missa.
Descentralização
A Procissão do Encontro era realizada na cidade nesta data somente na Região Central, envolvendo as coordenações da Catedral de Nossa Senhora Aparecida e da Matriz de Nossa Senhora e São José, com a participação de frequentadores de outras paróquias.
Mas, neste ano, na programação da Semana Santa, divulgada pela Arquidiocese de Montes Claros, a Procissão do Encontro foi “descentralizada”, sendo realizada também por diversas paróquias em diferentes bairros do município.
Com a mudança, o público da manifestação promovida em conjunto pela Catedral Metropolitana e pela Matriz de Nossa Senhora e São José diminuiu, mas mantendo o ritual, a devoção e a fé de homens e mulheres. Eles relembraram o sofrimento e o encontro de Cristo com sua mãe em direção ao Monte Calvário.
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Sem o arcebispo
A Procissão do Encontro não teve a participação do arcebispo metropolitano de Montes Claros, dom José Carlos de Souza Campos. O pároco da Catedral Nossa Senhora Aparecida, padre Fernando Andrade, justificou que o arcebispo se ausentou do evento por estar “em outra missão da Igreja”.
No momento do encontro na Praça Flamaryon Wanderley, houve a representação da sexta estação da via-sacra, em que Verônica enxuga o rosto de Jesus com seu véu. Verônica foi representada pela fiel Maria Odília, que também fez uma apresentação de canto lírico.
A reflexão sobre o significado do encontro de Cristo com sua mãe antes de ser crucificado foi feita pelo leigo Wedson de Melo, do Terço da Misericórdia Cantado, da Matriz de Nossa Senhora e São José. "A dor de Nossa Senhora tem que ser entendida por nós, para que possamos entrar neste mistério profundo ao ver Jesus sofrendo. Jesus olha para Nossa Senhora. E esse olhar transpassa tempos, histórias e momentos vividos", afirmou.
Wedson pediu aos católicos para comparar a dor de Cristo e a de Nossa Senhora com o sentimento das pessoas que sofrem nos dias atuais. Citou indivíduos que estão internados em hospitais e desempregadas. "(São) pessoas que estão vivendo um calvário em suas vidas", disse o leigo, pregando que todos tenham esperança em Deus para superar as adversidades.
Amor de mãe
Por sua vez, o pároco da Catedral Metropolitana de Montes Claros, padre Fernando Andrade, destacou que o evento, ao relembrar o encontro de Nossa Senhora com Jesus Cristro, demonstra a força do "amor de mãe".
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"Esse encontro faz com que Ele (Jesus) recupere suas forças. Com o amor de mãe, ela alimentou nele a força que estava faltando naquele momento", disse o sacerdote. "Lembramos que Nosso Senhor Jesus Cristo entregou a sua vida (por nós). E nós também entregamos a nossa pelas pessoas que estão padecendo e precisando de nós", concluiu.