Arrastão Eletrônico transforma BH em uma boate a céu aberto
Música eletrônica, fantasias ousadas e uma pista de dança a céu aberto agitam o Carnaval de BH
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Siga noA Avenida Assis Chateaubriand virou uma pista de dança na tarde desta segunda-feira (3/3). O Arrastão Eletrônico pela Paz já está em pleno vapor e quem passa pelo Bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte, sente a vibração das batidas eletrônicas misturadas à energia do carnaval.
O bloco, comandado pelo DJ e multiartista Felipe Reis, traz para as ruas da capital mineira uma mistura de house, techno e trance, passando também por ritmos tropicais para lembrar que ainda estamos celebrando a festa do Rei Momo. “Nunca imaginei curtir eletrônico no carnaval, mas BH tem dessas surpresas boas. Estou amando”, diz Cida da Silva, de 50, enquanto dança e conversa com a reportagem.
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Ela diz que sempre foi do samba, mas hoje resolveu testar algo novo. Depois de passar os últimos anos curtindo o carnaval no interior de Minas Gerais, Cida preferiu ficar em BH e está aproveitando ao máximo. “Já fui a vários blocos no fim de semana, mas tenho a sensação de que este será meu preferido”, afirma.
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Se as fantasias são um espetáculo à parte no Carnaval de BH, no Arrastão Eletrônico elas ganham uma pegada ousada. Muitos foliões vestem roupas inspiradas no universo sadomasoquista: couro, máscaras, correntes e cintos fazem parte do figurino de quem entrou no clima digno das festas underground.
Veloxxi, como gosta de ser chamado o morador do Barro Preto, na Região Centro-Sul de BH, é do tipo que percorre a cidade inteira atrás de boas festas. Chegou ao Arrastão Eletrônico depois de testar outros blocos e parece satisfeito com a escolha. “Música boa, e o ambiente está divertido”, avalia. Para entrar no clima, veio fantasiado de lobo sadomasoquista, uma referência a um trio elétrico de seu bairro que também brinca com essa estética.
Ele diz que está achando o carnaval mais tranquilo este ano, com menos brigas e um clima mais respeitoso entre os foliões. “Eu sou da época que as ruas ficavam vazias, não tinha ninguém. É muito bom ver essa energia, ver a cidade cheia e sem confusões”, afirma.
Mesmo com a presença ostensiva da Polícia Militar, a reportagem identificou a venda de metanfetamina e loló entre os foliões, substâncias comumente consumidas de forma recreativa durante o carnaval.
A cenografia do trio elétrico do Arrastão Eletrônico foi criada por Ricardo Carvão, que usou sucata para construir uma estrutura com ar industrial e futurista. À noite, quando o sol baixar, projeções digitais desenvolvidas por Leandro Rallo vão transformar o trio em um verdadeiro espetáculo visual. A proposta segue o formato boiler room, em que os DJs ficam no meio da pista, tocando bem próximos do público –neste caso, para o público em cima do trio.
A folia eletrônica trouxe um ar de nostalgia para a corretora de imóveis Aline Chrysbar, de 34, que, segundo conta, era presença certa em festas do estilo quando mais nova. Hoje, ela prefere os MPB e samba, mas nesta segunda aceitou um convite da amiga e está se deixando levar pelo ritmo. “É um estilo musical que eu gosto bastante. Acho que eu sou uma pessoa extremamente eclética em relação a música”, diz.
Ela conta que trabalhou pela manhã e, como tem um emprego autônomo, conseguiu conciliar a folia com as responsabilidades. “Foi uma pausa temporária, e ainda deu para curtir o carnaval”, relata. No fim de semana, saiu com a filha, de 16, para outros blocos e já tem planos para curtir com ela novamente amanhã.
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O Arrastão Eletrônico segue em direção à Avenida Amazonas, onde a festa não termina com o fim do desfile. O bloco se desdobra na Virada Eletrônica, um after que promete manter a pista de dança improvisada até as 5h desta terça-feira (4/3).