
Novo morador do zoológico de BH, gorila Bu Bu já pode receber visitas
Bu Bu chegou à capital mineira em dezembro, mas passou por um período de quarentena antes de poder conviver com suas novas companheiras
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Siga noO gorila Bu Bu, de 27 anos, está liberado para circular no recinto principal do Zoológico de Belo Horizonte, na Pampulha. E, desde a manhã desta quinta-feira (16/1), visitantes podem conhecer a nova atração.
Mas quem foi até o local mais cedo não conseguiu ver o novo macho. Isso porque, depois de se alimentar, o animal foi para a toca e só saiu no meio da tarde, quando tratadores jogam comida para atrair os gorilas.
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Aproveitando as férias, muitas famílias resolveram levar as crianças para passear no zoológico. É o caso de Reginaldo Martins de Oliveira, policial militar de 42 anos, natural de Manhuaçu e que conseguiu conciliar um tempo livre com as filhas Isabelly, de 17, e Emily, de 14.
O oficial sabia da chegada do novo gorila e estava ansioso para vê-lo de perto. Como Bu Bu não estava à vista quando passaram pela primeira vez, a família resolveu passear pelo zoológico e conhecer os outros animais. Ainda na esperança de encontrá-lo, resolveram checar uma última vez antes de ir embora e tiveram uma grande surpresa: o macho estava no recinto.
“Conseguimos ver o gorila com suas três namoradas! Ele está todo imponente, se sentindo o dono da parada, muito lindo. Gostei de ver”, comemorou Reginaldo.
Ana Lúcia Marques, que faz parte de um grupo de oito pessoas, entre elas quatro crianças, não teve a mesma sorte. Depois de dar uma olhada nos outros animais, precisaram ir embora: “Sou praticamente vizinha aqui do zoológico, e viemos com as crianças. Gostaria muito de tê-lo visto, mas parece que ele não vai sair agora”, disse.
Fazendo novas amizades
O animal estava em quarentena desde dezembro, quando chegou da Hungria. Bu Bu conheceu suas novas companheiras nessa segunda (13/1) e quarta-feira (15/1) e pôde acessar o recinto principal à vista de todos.
Segundo Sandra Cunha, diretora de zoobotânica de Belo Horizonte, o encontro do grupo ocorreu da melhor maneira possível. “Foi excelente, dentro do ponto de vista comportamental. Houve uma aproximação muito gentil de todo o grupo, e eles se recepcionaram de uma forma fantástica”, afirma.
Bu Bu agora ocupa o posto de silverback, ou macho alfa, deixado por Leon quando o mesmo foi transferido para o Animália Park, em São Paulo, em maio de 2024, junto com os filhotes Sawidi, Jahari e Ayo. A mudança dos quatro animais foi recomendada pelo Programa Europeu de Espécies Ameaçadas de Extinção (EEP/EAZA) para garantir a reprodução da espécie e a variabilidade genética.
O novo gorila, de 27 anos, veio de Magyarország Nyíregyhazi Allatpark – SOSTO ZOO, na Hungria, e ainda não possui filhotes. Ele chegou ao Zoológico de BH em dezembro e passou por um período de quarentena. A expectativa é que novos gorilinhas surjam em breve.
Preservação da espécie
Os gorilas enfrentam a ameaça de extinção por causa da ação humana. Com origem na África, a espécie sofre com a caça predatória, o avanço da ocupação das cidades e com a transmissão de doenças por parte dos humanos.
Bu Bu chegou à BH por meio de uma parceria entre a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) e a Associação Europeia de Zoos e Aquários para conservação de gorilas ex situ (conservação fora do local de origem). Um dos objetivos do programa é o de, futuramente, devolver grupos saudáveis e reprodutivos à natureza.
O Zoo de BH participa do programa desde 2010, quando um grupo reprodutivo foi composto inicialmente por Idi Amin e duas fêmeas adultas. Posteriormente, foi feita a importação de um macho e uma fêmea adulta, e, entre 2014 e 2021, a instituição computou o nascimento de cinco filhotes, sendo o único registro de reprodução da espécie na América do Sul.
“Temos uma expectativa reprodutiva. Inclusive o Zoo de BH é o único da América do Sul com um sucesso reprodutivo, somente nós tivemos filhotes aqui nessa região”, conta Cunha.
A diretora também enfatiza a importância de fazer parte de um programa reconhecido internacionalmente. “Participar de programas de conservação é o papel do zoológico hoje, então, nós participamos de vários programas nacionais, de conservação da nossa fauna. Participar de programas a nível mundial é algo assim para se Belo Horizonte se orgulhar”, explica Cunha.
Idi Amin
Um dos animais mais famosos do Zoológico de BH foi o gorila Idi Amin. O macho conquistou o coração dos visitantes por 36 anos devido ao seu comportamento amigável e brincalhão.
“O Indi realmente é uma questão icônica do zoológico. Ele era muito amado pela população, e, inclusive, houve uma comoção em todo o município quando ele veio a óbito. O mesmo carinho continua com os gorilas que aqui estão atualmente. Eles são muito visitados, principalmente pelas crianças”, conta a diretora da instituição.
Ele chegou a Belo Horizonte em 1975, vindo de uma instituição francesa com apenas dois anos de idade. Teve duas companheiras que morreram e, depois de viver 27 anos sozinho, passou a viver com as fêmeas Kifta e Imbi, sendo a última a única sobrevivente da época até hoje.
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Idi Amin morreu em 2012, aos 39 anos, por insuficiência renal crônica, associada à poliartrite crônica ativa-bacteriana durante uma cirurgia. Atualmente, ele pode ser visto no Museu de Ciências Naturais da PUC Minas.