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Orion Teixeira
ALÉM DO FATO

Pacheco aceita candidatura, mas chance dele depende de Lula

O senador Rodrigo Pacheco (PSD) foi "lançado" ao Governo de Minas pelo presidente Lula (PT) na última quinta-feira (30/1)

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Nos últimos cinco dias, surgiu um fato novo e potencialmente capaz de mudar o cenário, que, até então, movimentava apenas um polo do quadro político com cara de pré-eleitoral. Ao se despedir da presidência do Congresso Nacional, o senador por Minas, Rodrigo Pacheco (PSD), admitiu, pela 1ª vez, que poderá se tornar candidato a governador em 2026. A manifestação foi resposta após ser “lançado” pelo presidente Lula (PT) na quinta (30).

 


Ainda assim, não passa a haver uma pré-candidatura Pacheco, já que, por ser um político tradicional, ele não se coloca na pista gratuita e imediatamente. Segue, pelo menos, as regras da racionalidade.


Seja como for, o quadro político ganha reforço e saídas de escape para quase todos os espectros. Se o senador Cleitinho (Republicanos) e o vice-governador Mateus Simões (Novo) embalam a extrema direita e a direita, Pacheco pode representar o centro e a esquerda teimosa.


O ex-presidente do Senado não antecipa o futuro só pelo tradicionalismo ou racionalidade. Tem uma questão política maior e influente. Como estará vinculado a Lula e ao governo dele, como aliado e, talvez, próximo ministro, o futuro de Pacheco ficará atrelado ao sucesso deles.

 


Em seu mandato de chefe de poder, ele já demonstrou compromisso com Minas ao construir e apresentar solução para um problema estrutural e histórico de Minas, que é a dívida. No mesmo cargo, firmou compromisso com a democracia e com as instituições democráticas ao impedir os avanços do golpismo. Mostrou Minas para o Brasil. Sobre a crise de aprovação do governo Lula, poderá, como futuro ministro, melhorar a interlocução com a sociedade e segmentos políticos do centro à direita responsável.

 

Lula pode melhorar?

Se, hoje, Lula não está bem, as perspectivas anunciadas no sábado (1º) não são animadoras para o seu governo com as mudanças no comando da Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Os novos presidentes não têm coerência nem simpatia com o governo Lula. O da Câmara, Hugo Motta, é ligado ao Centrão e esse segue o cortejo. O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, está mais apoiado pelo PL de Bolsonaro. Tanto é que, em seu discurso de posse, Alcolumbre falou de tudo, menos na defesa da democracia.

 

 

Lula: como melhorar

 

O presidente nacional do PSD, o governista Gilberto Kassab, disse que Lula não teria chances se as eleições fossem hoje. Os sinais não são animadores, mas Lula tem tempo desde que não perca o foco. Não serão políticas inéditas ou elegantes, como arcabouço fiscal ou reforma tributária, que irão melhorar a aprovação dele. O cidadão pergunta: e daí? A questão é melhorar a qualidade e o custo de vida das pessoas. Se não tiver medida imediata que mude isso, vai continuar caindo. As pessoas continuam esperando a hora de fazer o churrasco de picanha ou, ainda, da alcatra. Até porque, além de gostoso, o churrasco é integrativo.

 

 

Direita demoniza Pacheco

 

Como presidente do Senado, Pacheco hoje é atacado pela direita bolsonarista, o que o faz carregar uma rejeição inexplicável em função das posições que tomou em defesa da democracia. Para mudar isso, dependerá do sucesso da gestão de Lula.

 

Zema: oposição a sua gestão

 

Zema criou uma personalidade até então inédita na política. Ele é o governador de oposição, não a Lula, que seria óbvio, mas ao próprio governo dele. Ele critica seu governo para ficar bem com a opinião pública. Se alguém critica a Cemig, por exemplo, ele, não só curte, como comenta contra a estatal, que está sob a gestão dele. Ele critica as estradas esburacadas e fica solidário com o cidadão.

 

 

Turbulência e CPI na Gasmig

 

A estatal é ligada umbilicalmente à Cemig e vive turbulência que, além de processo judicial, pode virar CPI na Assembleia Legislativa de Minas. O interessante é que a iniciativa não seria da oposição, mas de governista, contra o escândalo que tomou conta da Gasmig com ares de terrorismo. Ao barrar esquema fraudulento na empresa, o então diretor Hebert Resende foi recebido por carta depositada em sua mesa com ameaça à sua filha. O terrorismo teria “partido” do Cemitério do Bonfim.


Decisão judicial

 

A crise não é de hoje. Em dezembro de 2023, a vara criminal de inquéritos policiais determinou a suspensão do exercício da função pública do diretor Henrique Pereira Dourado, além de proibi-lo de acesso às dependências da Gasmig e da Cemig. E mais, de aproximação das vítimas Lucas Pimenta e Hebert Resende. No final de 2022, o Ministério Público de Minas atuou em conjunto com a Polícia Civil e deflagrou, em BH e Contagem, a ‘Operação Gás Mostarda’, com quatro mandados de busca e apreensão contra empregados da Gasmig e uma empresa privada e seu preposto.

 

Bancada ou bloco

 

O PL bolsonarista está diante de dilema na Assembleia Legislativa de Minas. Manter o bloco partidário ou virar uma bancada partidária. Se mantiver o bloco, o líder deve ser o deputado Antonio Arantes (PL); se os bolsonaristas insistirem em Bruno Engler para liderar, haverá implosão da aliança.

 

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Morre o trator Newton Cardoso

 

Newtão, como era chamado por aliados e inimigos, construiu a imagem de trator na política, não só por conta de obras rodoviárias, mas, pela maneira, como enfrentava seus adversários. Cresceu na política ante forte oposição do PT, que surgiu nesse período, assim como da CUT, e da grande influência que ambos exerciam sobre o funcionalismo público, em especial do professorado. Conviveu com pedidos de impeachment, que nunca chegaram a ameaçá-lo, já que tinha maioria na Assembleia Legislativa.

 

 

Pelas brigas que comprou, ficou com a imagem agravada, mas isso não o impediu de virar, em 1998, vice-governador de Itamar Franco, que foi rival e o derrotou 12 anos antes. A partir daí, virou suas baterias contra os tucanos dos ex-governadores Eduardo Azeredo e Aécio Neves. Não se aproximou dos petistas, mas passou a ter boa convivência com eles.

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