Ao mestre Diomar Silveira, com carinho
Diretor-executivo do Instituto Cultural Filarmônica ganhou homenagem especial ao se despedir da orquestra, na Sala Minas Gerais
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO
O último concerto do ano da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais já seguia para a última parte do programa, quando o público, emocionado com peças do brasileiro Heitor Villa-Lobos e do francês Maurice Ravel, foi surpreendido pela bela homenagem do maestro Fábio Mechetti ao diretor-executivo do Instituto Cultural Filarmônica, Diomar Silveira, que se despediu do cargo.
“A dedicatória desta execução é a uma pessoa que vem trabalhando pela Filarmônica há mais de 18 anos junto comigo e outras pessoas que fazem do projeto o sucesso que é. Com toda sua dedicação, ele manteve com consistência o projeto da Filarmônica diante de todos os desafios que a gente sempre encontra pela frente. Esta pessoa é meu colega e meu amigo Diomar Silveira”, afirmou o maestro, sob aplausos vigorosos da plateia que lotava a Sala Minas Gerais, no segundo dia da apresentação do programa dedicado a Villa-Lobos e Ravel.
APLAUSOS
Em depoimento à coluna, dias após o concerto da Filarmônica, Diomar Silveira afirmou que aquela noite ficará para sempre na memória e no coração como a mais emocionante experimentada por ele em suas sete décadas de vida.
Leia Mais
“Se o 'Bolero' de Ravel é obra emblemática do repertório sinfônico mundial, arrancando sempre efusivos aplausos das audiências, neste concerto de encerramento da temporada 2025 de nossa orquestra, os aplausos vieram antes”, comentou.
- Em 2024, governo Zema anunciou mudança de gestão e de perfil da Sala Minas Gerais
- Fiemg desistiu de assumir a Sala Minas Gerais, sede da Filarmônica
- Fabio Mechetti: 'Uma sede não se cede'
“O inusitado da situação foi a fala proferida pelo maestro Fábio Mechetti, antes de começar a execução da obra, contrariando até mesmo a tradição que privilegia a música em vez de palavras, na qual ressaltou a estrutura que Ravel desenhou para esta composição, na qual os instrumentos vão entrando, cada um na sua vez, até que todos se encontrem, num todo, num grandioso e harmonioso conjunto”, afirmou. “Usando seu chapéu de diretor artístico, nosso querido maestro fazia uma homenagem aos 18 anos em que estive à frente da direção executiva do Instituto Cultural Filarmônica.”
AGUENTA, CORAÇÃO
Diomar afirmou que cuidou da estrutura necessária para que a Filarmônica de Minas realizasse seu trabalho, “apresentando-se e encantando a todos que a ouvem, seja na Sala Minas Gerais, seja nos muitos espaços do estado, do país e mesmo do exterior”.
E confessou: “'Aguenta, coração' foi o que disse a mim mesmo naquele momento, em que só as lágrimas expressaram o profundo sentimento de gratidão. Sim, era puro estado de graça, essa coisa que se pode experimentar somente quando estamos diante dos mistérios da criação divina, dos valores mais nobres que o Criador nos deu, do amor, da beleza e da fraternidade, que, a despeito de todos os nossos atuais desânimos, são os verdadeiros sentimentos da humanidade.”
TEMPLO DA ARTE
Para Diomar, a Sala Minas Gerais é um templo da elevação pela arte. “Os grandiosos músicos que compõem a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais são os artífices que nos brindam com a força transformadora da música sinfônica de todos os tempos e de todos os povos”, elogiou.
“Obrigado, amigo e companheiro maestro Fabio Mechetti, por sua firme determinação em levar adiante a visão e a missão a que se propôs nestes 18 anos de abnegado trabalho. Toda a energia, o comprometimento e a dedicação que dei, juntamente a todas as equipes do Instituto Cultural Filarmônica, não foram outra coisa senão uma obrigação nossa para que os mineiros pudessem se orgulhar, como se orgulham, da orquestra e da Sala Minas Gerais, sua sede”, prosseguiu.
FASE ADULTA
Em 2026, a Filarmônica mineira ingressará em sua 19ª temporada de concertos. “Esta moça de 18 anos inicia sua fase adulta bem-preparada e pronta para novas jornadas. Esta moça, que já nasceu grande e, rapidamente, tornou-se patrimônio cultural de Minas e do Brasil, vai continuar fazendo bonito e, em cada concerto, receber e se emocionar, como eu me emocionei. com os aplausos e o carinho deste público maravilhoso, que ama a nossa Filarmônica”, finalizou Diomar Silveira.
NOVO DIRETOR
Wilson Brumer, novo diretor-executivo do Instituto Cultural Filarmônica, faz parte do Conselho de Administração da instituição. Empresário experiente, ele presidiu a Vale, Acesita, BHP Billiton e Usiminas. Também comandou a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, na gestão Aécio Neves, e foi presidente dos conselhos de administração da Cemig, Light e Codemig.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
