Anna Marina*
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Eu amo BH

Não podemos chamar BH de Cidade Jardim porque as frondosas árvores foram arrancadas. Mesmo assim, aqui continua sendo o melhor lugar do mundo para morar

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Hoje é aniversário de Belo Horizonte. A cidade está fazendo 128 anos, menos que o dobro da minha idade, o que significa que praticamente crescemos juntas. Com uma diferença: BH cresceu demais e, acredito, todos vão concordar comigo: são várias cidades dentro dela.

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Há bairros tão grandes que têm vida própria. Se a pessoa trabalha no bairro ou em home office, não precisa sair de lá, porque se encontra de tudo ali. É o caso do Barreiro, Buritis, Estoril, Venda Nova e, claro, o Belvedere, que se uniu a Nova Lima e tem infraestrutura completa.


Lembro-me com saudade da Belô de quando era menina e adolescente, podíamos andar sozinhas nas ruas do Centro, que era bairro residencial com comércio e cinemas. Eu morava na Rua Tupis, em frente ao Cine Jacques (hoje, Shopping Cidade), que tinha ao lado o Ted's, lanchonete tipo Xodó.


E o Xodó, então? Delícia lanchar lá aos sábados ou domingos. Hot fudge era sagrado. E a salada de frutas dentro do abacaxi na lanchonete das Lojas Americanas? E a banana split de lá? Quem nunca comeu não sabe o que perdeu.


Nas ruas próximas da minha casa havia os cinemas Guarani, Metrópole e Palladium. Nas férias escolares, quando meus pais não podiam viajar, minha diversão era entrar no cinema na sessão das 14h e sair às 18h.

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Assistia duas vezes aos filmes. “Se meu fusca falasse”, “Noviça rebelde”, “O mágico de Oz”, “Romeu e Julieta”, “Os seus, os meus, os nossos”, “Godspell”, além dos clássicos da Disney. Depois, lanchava e ia para casa.


Na esquina tinha a Rex, papelaria excelente que ficava com minha mesada inteirinha, porque eu não resistia a canetinhas, borrachas, lápis de cor e papéis de carta, que colecionava. Meu sonho de consumo, até hoje, é ter uma caixa daquelas gigantescas Caran d'Ache aquareladas.


E os passeios? Jardim Zoológico, Parque Guanabara e Parque Municipal. Havia burrinhos para a gente andar. Os brinquedos continuam firmes, mas os cavalinhos, só mesmo no Parque Municipal.


Todo ano íamos ver a parada de 7 de setembro, a decoração de Natal na Avenida Afonso Pena. E o carnaval? A avenida era enfeitada e a gente saía com bisnagas cheias de água, espirrando em quem passasse. E dá-lhe confete e serpentina.

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Tempos que não voltam mais. O colégio onde estudei a minha vida toda fechou. Os cinemas fecharam. As lanchonetes fecharam. A papelaria também fechou.


O mundo mudou, nos adaptamos às modernidades e ao novo estilo de vida. Não podemos mais chamar BH de Cidade Jardim, porque as frondosas árvores dos canteiros já foram arrancadas. Mesmo assim, aqui continua sendo o melhor lugar do mundo para morar.

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Aqui está minha família, aqui estão meus amigos, aqui estão minhas raízes.


Parabéns, Belo Horizonte, cidade que aquece o meu coração.

*Isabela Teixeira da Costa/Interina

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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