Queijo Minas chega ao Le Cordon Bleu
A unidade do Le Cordon Bleu em BH realizou, pela primeira vez em sua história global, aula prática dedicada a queijos artesanais mineiros
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De vilão a iguaria. Até que enfim o delicioso queijo de Minas está alçando lugares onde deveria estar há décadas.
Qual mineiro, morando o exterior ou em outro estado, não sonhou em comer uma bela fatia de Queijo Minas Artesanal com cafezinho? E qual turista, brasileiro ou estrangeiro, estando em Minas Gerais, não provou e se apaixonou por nosso queijo?
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Esta iguaria só podia ser degustada (estou sendo chique) por aqui. Isso mesmo, não podíamos vender nosso queijo para outros estados, porque é feito de leite cru e órgãos fiscalizadores não permitiam a comercialização, alegando que ele levaria contaminação. Mas me digam: qual mineiro já morreu ou passou mal por comer uma fatia do nosso queijo? Nenhum.
Quem não se lembra do que fizeram com a espetacular chef Roberta Sudbrack, que teve 160 kg de Queijo Minas e linguiça apreendidos pela vigilância sanitária em seu estande no Rock in Rio 2017, o que gerou prejuízo, na época, de R$ 400 mil? Ela jamais usaria qualquer produto que colocasse em risco as pessoas, seu nome e seu trabalho.
A unidade do Le Cordon Bleu em Belo Horizonte realizou, pela primeira vez em sua história global, aula prática dedicada a queijos artesanais mineiros. A atividade integrou a disciplina de garde manger (cozinha fria) do curso de gastronomia do UniBH, reforçando a parceria com a Rota do Queijo de Minas, idealizada por Jordane Macedo.
Depois de anos de luta em favor da comercialização do Queijo Minas, após ganharmos medalha de ouro em vários concursos internacionais, a cozinha didática do Le Cordon Bleu em Belo Horizonte, em parceria com o UNI-BH, recebeu o momento histórico para a gastronomia mineira e para a própria instituição francesa.
Estudantes do bacharelado acompanharam em sala de aula todo o processo de produção de um queijo artesanal de Minas Gerais, prática inédita no currículo global da escola, referência mundial na formação de chefs e preservação das tradições culinárias.
Jordane Macedo conduziu a atividade ao lado de Henrique Lamim, da queijaria Rancho Maranata, de Virgínia, produtor do Mantiqueira de Minas, que ensinou como se faz um genuíno queijo premiado no Brasil e no mundo.
Os estudantes acompanharam a produção passo a passo. Cada um pôde elaborar sua própria peça, levada para casa para o acompanhamento da maturação, etapa essencial na identidade sensorial dos queijos artesanais mineiros.
A iniciativa ocorre pouco mais de um ano após o reconhecimento dos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal (QMA) como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, reforçando a relevância histórica e social da prática.
O título internacional ampliou a visibilidade do produto e fortaleceu debates sobre preservação, sustentabilidade e identidade gastronômica, temas que chegam ao ambiente acadêmico de uma das escolas de culinária mais respeitadas do mundo.
*Isabela Teixeira da Costa/Interina
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.
