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Ana Mendonça
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EM MINAS

PBH e vereadores: cautela, incerteza e impasses

Base de apoio ao prefeito Fuad, composta por nomes alinhados à esquerda, está desorganizada sem orientação política

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A Câmara Municipal de Belo Horizonte volta aos trabalhos em duas semanas, mas o cenário que desponta é de incerteza. Sem articulação clara entre os vereadores da base e o Executivo, os primeiros dias do ano legislativo prometem ser confusos.

 

O prefeito interino, Álvaro Damião (União Brasil), tem evitado grandes movimentações, enquanto aliados de Fuad Noman (PSD) pedem cautela diante da indefinição sobre o retorno do prefeito, internado desde o início do mês.

 

 


Os impasses travam as articulações. Até o momento, apenas o líder da base foi definido, enquanto os demais seguem sem direção clara. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) já deveria ter indicado o vice-líder, mas essa escolha permanece pendente. Nos bastidores, apenas promessas de cargos circulam, sem avanços concretos.

 

Enquanto isso, a Câmara segue sem um diálogo estruturado, o que abre espaço para o avanço de projetos polêmicos e pautas de costumes. Em conversas com parlamentares, a coluna apurou que os novos vereadores conservadores têm se destacado pela frequência com que apresentam projetos de lei, mesmo sem o Plenário estar funcionando, o que já acende um sinal de alerta. Entre eles, Vile (PL) e Pablo Almeida (PL) vêm atuando de forma intensa desde o primeiro dia de mandato, sinalizando a direção que devem tomar nos próximos quatro anos.

 

A preocupação é evidente: sem orientação e articulação política, a base de apoio ao prefeito Fuad, composta por nomes mais alinhados à esquerda apesar de sua filiação ao PSD, encontra-se desorganizada e a oposição tem se aproveitado desse vácuo. Em menos de duas semanas, o Plenário retomará suas atividades, e vale lembrar que, na última sessão com a presença de todos os vereadores, Álvaro Damião sofreu uma derrota contundente na eleição da Mesa Diretora.

 

Nos corredores da Câmara, ainda ganha força um movimento interno para pressionar a prefeitura a rever o recente aumento das tarifas de ônibus, que entrou em vigor no dia 1º. Com valores agora variando entre R$ 2,75 e R$ 5,75, a medida gerou descontentamento entre vereadores de diferentes espectros.

 

Um grupo de parlamentares já articula a coleta de assinaturas – liderado por um vereador de direita, que ressaltou não buscar protagonismo na pauta – para apresentar um projeto que reduza os valores das passagens, em uma tentativa de recuperar destaque político frente a um Executivo que segue em compasso de espera.

 

A indefinição não se limita à Câmara. Na prefeitura, a composição do secretariado ainda está travada. O principal entrave está na Secretaria Municipal de Governo, que segue sob comando provisório de Guilherme Daltro, chefe de gabinete de Damião. A dúvida é se o futuro titular será um nome ligado a Fuad ou ao vice-prefeito.

 

A lentidão preocupa partidos aliados, que esperavam ver suas demandas atendidas com a reforma administrativa aprovada no ano passado. Reuniões frequentes têm ocorrido, mas sem respostas concretas. Tudo parece depender da recuperação de Fuad, cuja licença médica já se estendeu por três semanas.

 

 

Com pautas conservadoras ganhando espaço e problemas urgentes como o transporte público sendo tratados sem articulação, a volta do Legislativo será um teste para Álvaro Damião e para a própria base de Fuad.

 

A dúvida é se o interino vai assumir o protagonismo ou se continuará à sombra de um prefeito ausente. Por enquanto, a administração municipal segue no limbo, à espera de definições que parecem sempre adiadas para “depois do carnaval”.

 

Reunião

 

 

 

Enquanto as articulações seguem em marcha lenta, Álvaro Damião, que completa 20 dias como prefeito interino, reuniu pela primeira vez os novos secretários da administração municipal. Pelas redes sociais, o vice de Fuad Noman elogiou o time que assume as pastas no novo mandato, em um tom otimista e de valorização da equipe.

 

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Apagamento

 

O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Juliano Lopes (Podemos), segue promovendo mudanças na estrutura física do prédio da Casa, na região Leste da capital, em movimentos que sugerem uma tentativa de apagar o legado de seu antecessor, Gabriel Azevedo (MDB). Desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro, Lopes já retirou uma sala dedicada à história de Belo Horizonte, temática pouco explorada na gestão anterior, e agora concentra reformas na sala dos retratos dos ex-presidentes do Legislativo municipal, cujas imagens foram encontradas no chão, incluindo a do próprio Gabriel.

 

“Go Trump!”

 

 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) embarcou para os Estados Unidos durante o recesso do Congresso, mas não conseguiu um encontro pessoal com Donald Trump na posse do ex-presidente, no dia 20 de janeiro. Mesmo assim, o parlamentar aproveitou a viagem para assistir a uma partida de basquete entre Orlando Magic e Portland Trail Blazers, em Orlando, Califórnia, a mais de mil quilômetros de Washington. No estádio, ao aparecer no telão, Nikolas mandou um recado direto ao líder republicano, gritando várias vezes: “Go Trump!”.

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PBH e vereadores: cautela, incerteza e impasses - Política
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O prefeito interino, Álvaro Damião (União Brasil), tem evitado grandes movimentações, enquanto aliados de Fuad Noman (PSD) pedem cautela diante da indefinição sobre o retorno do prefeito, internado desde o início do mês.

 

 


Os impasses travam as articulações. Até o momento, apenas o líder da base foi definido, enquanto os demais seguem sem direção clara. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) já deveria ter indicado o vice-líder, mas essa escolha permanece pendente. Nos bastidores, apenas promessas de cargos circulam, sem avanços concretos.

 

Enquanto isso, a Câmara segue sem um diálogo estruturado, o que abre espaço para o avanço de projetos polêmicos e pautas de costumes. Em conversas com parlamentares, a coluna apurou que os novos vereadores conservadores têm se destacado pela frequência com que apresentam projetos de lei, mesmo sem o Plenário estar funcionando, o que já acende um sinal de alerta. Entre eles, Vile (PL) e Pablo Almeida (PL) vêm atuando de forma intensa desde o primeiro dia de mandato, sinalizando a direção que devem tomar nos próximos quatro anos.

 

A preocupação é evidente: sem orientação e articulação política, a base de apoio ao prefeito Fuad, composta por nomes mais alinhados à esquerda apesar de sua filiação ao PSD, encontra-se desorganizada e a oposição tem se aproveitado desse vácuo. Em menos de duas semanas, o Plenário retomará suas atividades, e vale lembrar que, na última sessão com a presença de todos os vereadores, Álvaro Damião sofreu uma derrota contundente na eleição da Mesa Diretora.

 

Nos corredores da Câmara, ainda ganha força um movimento interno para pressionar a prefeitura a rever o recente aumento das tarifas de ônibus, que entrou em vigor no dia 1º. Com valores agora variando entre R$ 2,75 e R$ 5,75, a medida gerou descontentamento entre vereadores de diferentes espectros.

 

Um grupo de parlamentares já articula a coleta de assinaturas – liderado por um vereador de direita, que ressaltou não buscar protagonismo na pauta – para apresentar um projeto que reduza os valores das passagens, em uma tentativa de recuperar destaque político frente a um Executivo que segue em compasso de espera.

 

A indefinição não se limita à Câmara. Na prefeitura, a composição do secretariado ainda está travada. O principal entrave está na Secretaria Municipal de Governo, que segue sob comando provisório de Guilherme Daltro, chefe de gabinete de Damião. A dúvida é se o futuro titular será um nome ligado a Fuad ou ao vice-prefeito.

 

A lentidão preocupa partidos aliados, que esperavam ver suas demandas atendidas com a reforma administrativa aprovada no ano passado. Reuniões frequentes têm ocorrido, mas sem respostas concretas. Tudo parece depender da recuperação de Fuad, cuja licença médica já se estendeu por três semanas.

 

 

Com pautas conservadoras ganhando espaço e problemas urgentes como o transporte público sendo tratados sem articulação, a volta do Legislativo será um teste para Álvaro Damião e para a própria base de Fuad.

 

A dúvida é se o interino vai assumir o protagonismo ou se continuará à sombra de um prefeito ausente. Por enquanto, a administração municipal segue no limbo, à espera de definições que parecem sempre adiadas para “depois do carnaval”.

 

Reunião

 

 

 

Enquanto as articulações seguem em marcha lenta, Álvaro Damião, que completa 20 dias como prefeito interino, reuniu pela primeira vez os novos secretários da administração municipal. Pelas redes sociais, o vice de Fuad Noman elogiou o time que assume as pastas no novo mandato, em um tom otimista e de valorização da equipe.

 

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O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Juliano Lopes (Podemos), segue promovendo mudanças na estrutura física do prédio da Casa, na região Leste da capital, em movimentos que sugerem uma tentativa de apagar o legado de seu antecessor, Gabriel Azevedo (MDB). Desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro, Lopes já retirou uma sala dedicada à história de Belo Horizonte, temática pouco explorada na gestão anterior, e agora concentra reformas na sala dos retratos dos ex-presidentes do Legislativo municipal, cujas imagens foram encontradas no chão, incluindo a do próprio Gabriel.

 

“Go Trump!”

 

 

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) embarcou para os Estados Unidos durante o recesso do Congresso, mas não conseguiu um encontro pessoal com Donald Trump na posse do ex-presidente, no dia 20 de janeiro. Mesmo assim, o parlamentar aproveitou a viagem para assistir a uma partida de basquete entre Orlando Magic e Portland Trail Blazers, em Orlando, Califórnia, a mais de mil quilômetros de Washington. No estádio, ao aparecer no telão, Nikolas mandou um recado direto ao líder republicano, gritando várias vezes: “Go Trump!”.