Gabriel Azevedo enfrenta o segundo processo de cassação do seu mandato. O primeiro foi arquivado -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)

Gabriel Azevedo enfrenta o segundo processo de cassação do seu mandato. O primeiro foi arquivado

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press

A quinta-feira na Câmara Municipal de Belo Horizonte foi marcada por mais uma vitória do presidente da Casa, o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), que presenciou os advogados do vereador Miltinho CGE (PDT), autor do segundo processo de cassação contra Gabriel, solicitando a desistência da oitiva das testemunhas.

O fato é que, com as eleições se aproximando, os vereadores parecem estar mais concentrados em outras questões, e remover o presidente de sua posição já não é mais prioridade.

Durante a reunião da comissão processante, os vereadores Bruno Miranda (PDT) e Wagner Ferreira (PDT) gastaram aproximadamente dez minutos proferindo depoimentos, nos quais apresentaram as mesmas denúncias de Miltinho. Em meio aos discursos, alguns assessores chegaram até a fazer piadas, comentando: “Podia ter sido um e-mail.”

O segundo processo contra Gabriel Azevedo começou porque Miltinho se incomodou com uma entrevista concedida pelo presidente da Câmara em que ele afirmou ter recebido um pedido de cassação do pedetista por práticas de “rachadinha e nepotismo”, de acordo com informações oriundas de um morador da capital e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Miltinho alegou ter sido investigado, que não foram encontrados indícios de rachadinha e que Azevedo deveria ter adotado as medidas apropriadas, mas fez “uso indevido da posição do presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, aproveitando-se das prerrogativas do cargo para autopromoção em detrimento da reputação de outro vereador”.

Na época, Azevedo acusou o grupo político de Marcelo Aro (PP-MG) de “maus perdedores”, já que o segundo processo foi aberto depois que ele venceu a primeira denúncia.

Para liberação das testemunhas, um acordo foi feito. Na visão dos advogados de CGE, as testemunhas de ontem não acrescentariam em nada e serviriam apenas para reavivar a denúncia. Com a retirada de Miltinho, Gabriel também abriu mão de cinco testemunhas.

Nos bastidores da Câmara, há quem afirme que o relatório contra o presidente pode nem mesmo ir a plenário, uma vez que o processo do MP, relacionado a Miltinho CGE e as possíveis rachadinhas, apresentaria muitas evidências que Azevedo poderia usar para ajustar a narrativa.

Outro ponto é que a ausência de testemunhas no caso deixou Gabriel e Miltinho confortáveis. O presidente, nesse cenário, sai vitorioso, enquanto Miltinho não tem que lidar com os desdobramentos do processo e com o lado político de Gabriel.

Na perspectiva de alguns vereadores, além do desgaste que o processo causaria ao Legislativo, a leitura de mais um relatório contra Azevedo no plenário seria prejudicial à imagem da Câmara em ano eleitoral.

PSD confirma Fuad

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, confirmou nesta quinta-feira que o nome do partido para a PBH é o do atual prefeito, Fuad Noman. O partido não trabalha com outra candidatura em Belo Horizonte, contou Kassab, em uma conversa com integrantes do partido.


Discurso para poucos


Na reunião solene que retomou os trabalhos na Assembleia mineira, apenas 18 deputados estaduais estiveram presentes para prestigiar o discurso do governador Romeu Zema (Novo). O ambiente da sala vazia sugere uma falta de diálogo entre o chefe do Executivo e os parlamentares, o que é curioso, considerando que há menos de um ano Zema desfrutava da maioria no Parlamento mineiro.


Sem improviso

Depois da gafe em evento do Executivo mineiro na última terça-feira, em que afirmou que homens brancos, heterossexuais e bem-sucedidos são rotulados como “carrascos”, o governador Romeu Zema foi rigorosamente fiel a um discurso impresso em papel na Assembleia Legislativa.


Esperado encontro

Com a visita de Lula a Minas Gerais prevista para a semana que vem, surge a possibilidade de um encontro entre ele presidente e o governador Romeu Zema. O diálogo busca aliviar as tensões entre o Palácio Tiradentes e o Planalto, notadamente diante das negociações delicadas sobre a dívida mineira.


AMM e CNM

Por unanimidade, os prefeitos que compõem a diretoria da Associação Mineira de Municípios (AMM) fecharam questão em apoio ao ex-presidente da entidade, Julvan Lacerda (MDB), à presidência da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A reunião dos prefeitos ocorreu na tarde de ontem na sede da entidade, em Belo Horizonte.


Eleição

As eleições na confederação devem ser realizadas até abril de deste ano. Ex-prefeito de Moema, no Centro-Oeste mineiro, Julvan Lacerda é o primeiro vice-presidente da CNM e presidiu a associação mineira por dois mandados (2017-2022). O atual presidente da é Paulo Ziulkoski, que pode concorrer à reeleição.


Ação na Justiça

O prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão, anunciou que pretende ingressar na Justiça contra o governo de Minas devido a não computação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da BAT Brasil no Valor Adicionado Fiscal (VAF) do município. Ele manifestou sua intenção em evento na cidade.

 

PT em Minas

Não é apenas na disputa por prefeituras que o PT está investindo tempo. A presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, está se reunindo com possíveis candidatos a vereador. No entanto, devido à situação desfavorável do PT em BH, alguns convites estão sendo recusados.