Bruno Miranda e Wagner Ferreira, ambos do PDT, foram os únicos que prestaram depoimento -  (crédito: Bernardo Dias/CMBH)

Bruno Miranda e Wagner Ferreira, ambos do PDT, foram os únicos que prestaram depoimento

crédito: Bernardo Dias/CMBH

A comissão processante que analisa o pedido de cassação do presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Gabriel Azevedo (sem partido), dispensou todas as testemunhas após um acordo entre os envolvidos nesta quinta-feira (1/2). O pedido de dispensa partiu dos advogados do denunciante, vereador Miltinho CGE (PDT), e foi seguido por um pedido da defesa do denunciado.

 

Azevedo é acusado de quebra de decoro parlamentar por ter revelado, em entrevista ao vivo a um canal de televisão, que o colega era alvo de um processo de cassação por nepotismo e rachadinha. Miltinho CGE nega as acusações e afirma que teve a reputação minada com a divulgação da denúncia sem a devida oportunidade de se manifestar.

 

 

Com o acordo, as oitivas marcadas para os dias 2, 5 e 7 foram canceladas. Foram dispensados de prestar depoimento o vereador Wesley Moreira (PP), o advogado Mariel Marley Marra, além dos jornalistas e assessores envolvidos no processo. Apesar do movimento, o depoimento de defesa de Gabriel Azevedo foi mantido para o dia 22 de fevereiro.

 

Durante a sessão desta quinta-feira, o advogado de defesa do presidente da Câmara afirmou que o processo é mais leve do que o primeiro pedido de cassação, arquivado em dezembro de 2023, ao mesmo tempo em que é importante a plena defesa do acusado. Em nota, o vereador apontou um conluio para tirá-lo do cargo de comando da CMBH, e reiterou que não irá renunciar.

 

“A desistência das testemunhas por parte da defesa contribui ainda mais para que a Câmara Municipal direcione sua energia para contribuir com os temas verdadeiramente importantes para Belo Horizonte”, disse Gabriel Azevedo.

 

Líder e vice-líder de governo prestaram depoimento

 

A sessão ainda foi destinada para ouvir o depoimento do líder da prefeitura, vereador Bruno Miranda (PDT), e do 1º vice-líder, Wagner Ferreira (PDT). Juntas, as oitivas duraram menos do que dez minutos, com os parlamentares respondendo perguntas sobre a entrevista que motivou a abertura do processo.

 

Os parlamentares disseram não acreditar que a entrevista de Azevedo tenha sido premeditada, ressaltando uma resposta a uma provocação da imprensa. Eles também pontuaram não ter conhecimento das motivações das declarações de Gabriel Azevedo.

 

Por outro lado, Miranda e Ferreira reconheceram como o caso afetou o correligionário Miltinho CGE. Segundo o líder de governo, a revelação da denúncia em uma entrevista gerou revolta no colega. “Talvez faltou, de fato, que essa situação fosse destinada à procuradoria e fosse chamado o colégio de líderes e a mesa-diretora para que fosse detalhado os fatos. Obviamente, como presidente da Casa, depois poderia dar sua declaração sobre os fatos, como ocorreu em outros episódios”, disse Bruno Miranda.