Cclose-up de mulher jovem fazendo exercício no inverno

Cclose-up de mulher jovem fazendo exercício no inverno

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Segundo um estudo recente conduzido pela Cleveland Clinic, um estilo de vida sedentário está relacionado a um risco 500% maior de mortalidade relacionada a todas as causas, se comparado com pessoas mais ativas. A pesquisa considera o sedentarismo mais prejudicial à saúde do que fumar, ter diabetes ou doenças cardíacas.

Publicado no periódico JAMA Network Open, o estudo analisou retrospectivamente 122.007 pacientes submetidos a testes de esteira ao longo de um período de mais de duas décadas e revelou que o sedentarismo é um fator de risco significativo para a mortalidade, superando até mesmo condições médicas graves. Além disso, a pesquisa aponta que não há limite de idade para se beneficiar do exercício físico e que os mais bem condicionados têm menor mortalidade.

Exercícios no inverno

No entanto, é relevante destacar que, durante o inverno, há um aumento nos riscos de lesões musculares e articulares pela combinação de atividade física intensificada e mudanças súbitas de temperatura.

Segundo o médico ortopedista, especialista em cirurgia da coluna, Antônio Krieger, a falta de aquecimento adequado aumenta o risco de estiramentos musculares, principalmente pela manhã, quando as pessoas tendem a realizar atividades físicas com pressa. Ele ressalta a importância de um aquecimento adequado, que proporciona uma transição progressiva do estado de repouso para o de ação, ativando a circulação sanguínea local e preparando o corpo para o exercício.

"O inverno é um ótimo momento para quem deseja se exercitar - se você está buscando desenvolver o corpo e os músculos, a academia é uma boa opção. Para aqueles que desejam se manter em forma ou perder alguns quilos, é possível alternar entre dias de atividades ao ar livre e dias de treino funcionais", comenta Krieger.

Durante o repouso, o fluxo sanguíneo para os músculos é baixo, variando entre 15% e 20% e, durante o exercício, esse fluxo pode aumentar para níveis entre 70% e 90%. "Um músculo só pode alcançar seu desempenho máximo e otimizado quando a circulação sanguínea local está plenamente ativada. Por isso, o aquecimento é essencial, pois permite uma transição gradual do estado de repouso para o de atividade", explica Krieger.

Essa restrição sanguínea em repouso, aliada ao frio característico do inverno, também pode trazer prejuízos para a saúde do coração. Segundo o cardiologista Francisco Pupo, a estação mais fria do ano é também a época em que aumenta a incidência de infarto e AVC devido à vasoconstrição das artérias, ou seja, estão mais comprimidas e levando menos oxigênio aos órgãos.

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"Você deve proteger e aquecer principalmente a região do tórax, onde estão os principais órgãos relativos à vida. Quando você for fazer atividade física em um dia frio é importante começar devagar, fazer um aquecimento adequado, ter um profissional de atividade física que oriente como começar, como alongar, como prosseguir e evoluir no exercício", explica Pupo. "E se em algum momento sentir algum mal-estar ou pressão no tórax, pare imediatamente e chame 192", alerta o cardiologista.

Exercícios são os melhores 'remédios' para prevenção de problemas na coluna

Ainda segundo Antônio Krieger, manter uma rotina de atividades físicas promove o fortalecimento do escudo muscular que estabiliza a coluna e previne dores no futuro. "Quando pensamos em saúde da coluna, precisamos considerar duas coisas: evitar a desidratação precoce do disco e criar uma estrutura que permita que os movimentos sejam feitos de uma maneira harmônica e mecanicamente eficiente, a fim de não permitir o desenvolvimento de quadros dolorosos", explica o ortopedista.

Em adultos, a medicina recomenda de 150 a 300 minutos de atividade por semana moderadas ou intensas. Como moderadas estão bicicleta e natação. Atividades intensas são o futebol, luta, musculação, corrida e até CrossFit, por exemplo.