mulher faz caminhada

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) faz um alerta à população: é preciso dizer não ao sedentarismo

Ray Shrewsberry/Pixabay
Muitas pessoas planejam adotar hábitos mais saudáveis e isso pode ser feito com pequenas atitudes: incluir na rotina a prática de fazer caminhadas pode proporcionar diversos benefícios para a qualidade de vida e saúde vascular. Essa mudança reduz as chances de infarto, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes e vários tipos de câncer. A recomendação é da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), que faz um alerta à população: é preciso dizer não ao 
sedentarismo.

De acordo com especialistas da SBACV, uma simples caminhada diária se apresenta como alternativa viável para manter o organismo em movimento, ajudando a combater o estresse, assim como auxilia a reduzir os índices de pressão arterial, glicose e colesterol. Outro benefício é a melhoria da memória e a queda do risco de casos de demência e depressão.

“Podemos pontuar ainda que a caminhada fortalece os ossos, o que diminui a possibilidade de fraturas e de avanço da osteoporose e fraturas. Por fim, é um grande aliado na manutenção do peso. Ou seja, quem se exercita pensa melhor, se sente melhor e dorme melhor”, destaca o presidente da SBACV, Julio Peclat, que aponta como indutor dessa prática o fato de ser fácil de fazer, não exigir investimentos e nem de espaços específicos para treinamento. 

As recomendações

O sedentarismo é uma das principais causas evitáveis de morte no mundo, junto da obesidade e tabagismo. Uma hora por dia de caminhada, de segunda a sexta-feira, auxilia na prevenção a esse problema.

Segundo Ricardo Jayme Procópio, angiologista e cirurgião vascular, deve-se realizar 300 minutos de exercícios físicos leves a moderados por semana. Se a intensidade for maior (como numa corrida) o tempo mínimo recomendado cai para 150 minutos semanais.
“Seja ao ar livre ou academia, o importante é manter-se em movimento. Cada uma das modalidades apresenta especificidades, como padrão de movimento, uso e exigência da musculatura, entre outros. No entanto, quem não tem objetivos esportivos, deve fazer sua escolha levando em conta como o exercício pretendido se encaixa na rotina”, prescreve Ricardo Procópio.

Alguns grupos podem se favorecer ainda mais da atividade, lembra o médico. Dentre eles, estão pacientes com doenças cardiovasculares ou varizes. Isso porque a caminhada melhora a musculatura dos membros inferiores, o que auxilia o retorno venoso e, por conseguinte, a circulação venosa.

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Ricardo Procópio ressalta que a musculatura da panturrilha é o coração da perna e estes músculos são os verdadeiros promotores do retorno do sangue pelas veias dos membros inferiores: "Ao andarmos, o sangue circula em direção ao coração, esvaziando as veias das pernas. Menos sangue parado nas nossas veias, menos dilatação e formação de varizes, retenção de líquido, inchaço e sintomas de peso e cansaço. Varizes é a doença da inatividade”.

Sinais de alerta 

Apesar de todos os benefícios, Mateus Borges, diretor de publicações da SBACV, destaca que os pacientes com doenças cardiovasculares devem passar por avaliação médica antes der qualquer atividade física. Já pessoas ativas, sem diagnóstico de transtorno físico, que não usam muitos medicamentos e não se queixam de sintomas (falta de ar ou dor no peito) costumam estar aptas ao exercício.

“No entanto, é preciso estar sempre atento às dores nas pernas e às câimbras, pois podem ser sintomas de doença vascular”, avisa Borges, que complementa: esses quadros devem ser acompanhados, mas não há motivo para pânico. “É comum a atividade física gerar dores musculares e pode, eventualmente, causar câimbras, principalmente após um período de sedentarismo. As dores são mais comuns quando iniciamos a atividade física, quando mudamos a intensidade, forma ou volume desta, ou quando exageramos".

Borges orienta a interrupção do esforço se sintomas, como os descritos, se manifestarem durante o exercício. Já se notados no período após o treino, podem ser resultado de microlesões musculares geradas pelo esforço. Quando surgem de forma isolada, pouco frequente, desaparecendo sozinhos, não há necessidade de se interromper a atividade, avisa o especialista.

“Caminhar ao ar livre é prazeroso e agradável. Porém, pode não ser fácil encontrar um local adequado (chão plano, sem muitas imperfeições no solo, entre outros pontos). Desta forma, quem opta por esteira ou elípticos tem facilitadores, que permitem controle da velocidade e inclinação, por exemplo, além de não ficarem expostos ao sol e chuva”, conclui Mateus Borges, lembrando que o importante é dar o primeiro passo.