O governo Lula está analisando 417 obras paradas em todo o país. A análise começou após a reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os governadores dos 27 estados e do Distrito Federal, no dia 27 de janeiro, em que eles apresentaram um relatório com as principais demandas de cada região.
O objetivo é cumprir uma da principais promessas de campanha do presidente Lula: dar atenção aos chefes do Executivo de cada estado e as demandas de cada região de forma individualizada.
De acordo com a Casa Civil, desde a reunião do presidente Lula com os governadores, técnicos do órgão realizaram 27 reuniões individuais com representantes de cada governo.
"As obras apresentadas pelos estados constituem o primeiro passo para a organização da carteira de investimentos do governo federal em infraestrutura, com recursos públicos e privados", informou o órgão, em nota.
Obras a serem analisadas
A análise das 417 obras está prevista para ser concluída em abril. Destas, 136 se referem a rodovias (pavimentação, duplicação, entre outras); 60 são de segurança hídrica (barragens e sistema adutor, por exemplo); 32, de mobilidade urbana (construção de BRTs, corredores de ônibus etc); 21, relativas à modernização de aeroportos regionais, 21 para saneamento e 16 ferrovias (criação e expansão).
Conforme a Casa Civil, também há projetos para hidrovias, equipamentos sociais, comunicação e prevenção a desastres, entre outros.
A reportagem do Estado de Minas entrou em contato com o Palácio do Planalto para questionar quantas e quais destas demandas analisadas são de Minas Gerais, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
Demandas de Minas Gerais
Na reunião com os governadores, o governador Romeu Zema (Novo) entregou ao presidente Lula um ofício que detalhava as principais demandas de Minas Gerais. Na lista de reivindicações, apresentadas estão pedidos por privatização e recuperação de vias como as BRs 262, 040 e 381.
Zema também levou pedidos referentes à privatização do trecho da BR-381 que liga Belo Horizonte a Governador Valares, no Vale do Rio Doce.
Na época, o governador também pediu atenção a lacunas na região do semiárido mineiro.
"Berizal e Jequitaí são duas represas fundamentais para o progresso do Norte de Minas e não foram concluídas", exemplificou Zema na época.
Um dos pontos principais levantados pelo governador foi a formalização do acordo de reparação pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015, em Mariana.
Além disso, Zema também pediu a colaboração do governo para tentar agilizar a assinatura do contrato do metrô de Belo Horizonte, que foi vendido à Comporte Participações S.A por R$ 25,7 milhões em dezembro do ano passado.
De acordo com a assessoria da Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Belo Horizonte (CBTU-BH), o contrato está previsto para ser assinado na próxima sexta-feira (10/3).
No ofício, Zema também citou o Regime de Recuperação Fiscal, visto pela equipe econômica do Palácio Tiradentes como a saída para renegociar uma dívida de quase R$ 150 bilhões do estado junto à União.
Cobranças da BR-267
Nesta quinta-feira (2/3), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Cleitinho (Republicanos-MG) gravaram um vídeo cobrando do presidente Lula o asfaltamento da BR-367 no Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais, que liga o estado a Bahia.
Na gravação, os políticos mineiros, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), "plantam" uma série de placas com informações do destino de algumas verbas da presidência.
Em janeiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou a pedra fundamental para a obra entre Salto da Divisa e Jacinto. Contudo, quatro meses depois, o investimento previsto para realização da obra foi vetado pelo próprio Bolsonaro.
Na época, o governo federal tinha se comprometido a repassar R$ 157 milhões para a obra, que tinha previsão de dois anos de duração.