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Estado de Minas ELEIÇÕES 2022

Convenções se aproximam, mas a maioria dos vices segue indefinida

Eventos devem começar no dia 20 e pressiona dirigentes de legendas para formação de alianças para outubro


03/07/2022 04:00 - atualizado 03/07/2022 07:36

Geraldo Ackmin é o único vice definido entre os principais presidenciáveis
Geraldo Ackmin é o único vice definido entre os principais presidenciáveis (foto: EVARISTO SÁ/AFP)

A menos de um mês das convenções eleitorais, o cenário que se desenha é de indefinição na maioria dos partidos que disputam o Planalto. PT e o PL foram os primeiros a marcar as convenções: 21 e 23 de julho, respectivamente. O PDT, de Ciro Gomes, anunciou na sexta-feira que também fará as suas no dia 23.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a janela para realização dos eventos é entre 20 de julho e 5 de agosto. Chama atenção o contraste entre as legendas dos pré-candidatos que lideram as pesquisas e as demais.

A chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), por exemplo, está definida desde o fim do ano passado.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, ainda não fechou a chapa, mas sinaliza fortemente que seu vice será o general da reserva Walter Braga Netto (PL), exonerado na última sexta-feira de seu cargo como assessor especial da presidência para poder participar das eleições.

Os dois rivais estão há meses em clima de campanha, percorrendo o país, reunindo-se com setores estratégicos – como o empresariado e o agronegócio – e costurando seus palanques estaduais. Por sua vez, União Brasil, MDB, PSDB, PDT, Novo, Avante, e os demais partidos envolvidos na majoritária estão com os olhos voltados para as proporcionais no momento.

Compondo a chapa com a senadora Simone Tebet (MDB), o PSDB caminha para uma resolução dos seus acordos após definição da candidatura de Eduardo Leite (PSDB) ao governo do Rio Grande do Sul. Na corrida ao Planalto, o nome do senador Tasso Jereissati (PSDB) está consolidado internamente para a vice-candidatura, mas falta a definição oficial.

Já o União Brasil enfrenta a situação de ter um pré-candidato à Presidência, Luciano Bivar (União), com dificuldades para obter um único voto nas pesquisas até o momento. Com a maior parcela do fundo eleitoral, estimada em R$ 776,5 milhões, a legenda está focada em definir seus candidatos regionais para manter a hegemonia como maior sigla no Congresso.

Embora a candidatura de Bivar possa ser impulsionada assim que a campanha começar oficialmente, é questionável qual será sua capacidade de puxar votos para seus correligionários, e se não seria uma estratégia melhor tentar a reeleição à Câmara.

O PDT, por sua vez, tem o nome de Ciro Gomes consolidado. Apesar de membros da legenda estarem pouco otimistas em relação à sua capacidade de crescer e bater de frente com Lula e Bolsonaro, sua visibilidade pode ser de grande valia para a eleição de deputados e senadores.

DEMORA ESTRATÉGICA


Com a polarização se acirrando, os partidos com candidaturas menos sólidas ficam mais sujeitos a flutuações e mudanças súbitas. Um claro exemplo foram o ex-juiz Sergio Moro e o ex-governador de São Paulo João Doria, que deixaram o páreo, obrigando o Podemos e o PSDB a rever suas estratégias.

Para o cientista político André Rosa, é natural que esses partidos demorem mais para solidificar seus quadros. “Quando [a candidatura] não decola, fica muito na incerteza. Até o último momento. Algumas decisões os atores políticos estrategicamente tomam no final, porque não há algo muito cristalizado. Essas candidaturas da terceira via são ainda muito fluidas. Se você não é competitivo, busca apoio até o último segundo”.

André acredita que há pouco espaço para mudança no cenário eleitoral com as convenções. Porém, ele avalia que Tebet pode ganhar bastante espaço com o lançamento oficial da candidatura. “Por ser feminina, uma candidatura de centro-direita que foge do discurso radical dos dois extremos. Ela traz um ponto de equilíbrio. Apesar de ser pouco conhecida, você tem, por exemplo, coletivos de mulheres apoiando ela”.

Há outros fatores, além dos políticos, que contribuem para essa demora nas definições. As eleições deste ano são marcadas por mudanças nas regras eleitorais, especialmente nos prazos definidos para a campanha e pré-campanha.

“Anteriormente havia um prazo maior, de um ano, para as mudanças partidárias. De 2018 para cá isso alterou, são seis meses agora. Essas mudanças afetam em qual momento os partidos decidem realizar as convenções”, explica a professora de ciência política da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Luciana Santana. “As eleições se tornaram mais curtas, a campanha, a definição do prazo para mudar de partido. Aí é natural que a gente tenha uma demora na definição de outros acordos”.

A professora ressalta ainda que esta é a primeira eleição com as federações partidárias, cujos partidos devem realizar as convenções em conjunto, e que houve renovação considerável dos quadros. “Em muitos partidos a composição se tornou nova a partir de abril. É o tempo de você ganhar confiança. E até em 31 de maio você podia federar. Tudo isso impacta e mexe com a rotina dos partidos políticos”, finaliza Luciana Santana.




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