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Estado de Minas MOBILIDADE URBANA

Projeto para baixar tarifas de ônibus de BH em R$ 0,20 tem análise suspensa

Texto sobre repasse de custos de gratuidades a empresas de ônibus foi suspenso a pedido da prefeitura; ideia é aperfeiçoar redação do documento antes de votação


26/04/2022 19:24 - atualizado 26/04/2022 19:53

Ônibus circulam por Belo Horizonte em fila
Passagens de ônibus em BH podem beirar os R$ 6, mas projeto sobre gratuidades é esperança da prefeitura (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
O projeto de lei (PL) que trata do repasse de R$ 163 milhões anuais às empresas de ônibus de Belo Horizonte a fim de baixar em R$ 0,20 as tarifas foi retirado de tramitação na Câmara Municipal. O pedido foi feito pela prefeitura nesta terça-feira (26/4). A ideia é aperfeiçoar o texto a partir de contribuições dadas pelo Grupo de Trabalho formado para debater a mobilidade urbana na cidade. O comitê, que se reúne semanalmente, é formado por vereadores e representantes do poder Executivo.

O prefeito Fuad Noman (PSD) deposita fichas na proposta para conseguir, reduzir, de R$ 4,50 para R$ 4,30, as tarifas dos ônibus comuns. Paralelamente, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) foi à Justiça reivindicar o reajuste das passagens a R$ 5,85. Os R$ 163 milhões pagos pelo poder público serviriam para bancar as gratuidades concedidas pelo sistema.

"A retirada de tramitação do projeto de lei foi acordada durante reunião do Grupo de Trabalho para Discussão da Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (GT-MOBBH). Uma nova proposta, com formato acertado entre Prefeitura e Câmara Municipal, será encaminhada à Casa", informou a prefeitura.

Antes de conseguir que a Câmara analisasse o projeto, Fuad já havia recebido de volta uma versão anterior do texto. A mesma coisa aconteceu com o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD), que abriu guerra contra a presidente do Legislativo, Nely Aquino (Podemos), e a chamou de sua "inimiga pessoal".

 

O líder do governo municipal na Câmara, Bruno Miranda (PDT), garantiu que a ideia é finalizar as modificações na proposta o mais rapidamente possível. Apesar disso, segundo ele, não é possível cravar data para o reenvio do material.

"O texto está sendo finalizado. O cuidado existe porque a Câmara está acompanhando de perto a nova redação. O objetivo é, quando ele for apresentado, que a gente consiga avançar com esse projeto, tão importante para os usuários e para o transporte público da nossa capital", disse, ao Estado de Minas.

 

Projeto é trunfo para acordo com empresários


Na semana passada, a prefeitura foi notificada oficialmente da liminar que pode elevar as passagens a R$ 5,85. A ideia é utilizar o projeto sobre o subsídio das gratuidades como sinalização ao judiciário para evitar o aumento.

"Não posso garantir que a passagem não vai aumentar sem ter o projeto de lei aprovado. O que estamos tentando fazer é construir, com a Câmara, uma solução que assegure que os vereadores vão aprovar isso [o subsídio das gratuidades] o mais rapidamente possível. Se a gente conseguir essa negociação, vamos ao juiz, pedir um tempo para que a gente não precise cumprir [a liminar], porque teremos uma solução melhor para a sociedade", explicou Fuad, à reportagem, há duas semanas.

"Ou a Câmara aprova o projeto de lei para reduzir as tarifas e pagarmos as gratuidades, ou somos obrigados a acatar a decisão do juiz e aumentar as passagens", sentenciou o prefeito, à ocasião.

Antes de ser retirado de pauta, o projeto de lei sobre os repasses estava sob o guarda-chuva da Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) do Parlamento belo-horizontino.

O relator do texto, Gabriel Azevedo (sem partido), enviou à prefeitura um ofício pedindo respostas a uma série de questionamentos, como a origem dos recursos para bancar as gratuidades e a existência de estudo sobre custos e receitas das linhas de ônibus.

"Com que cara vão ficar os vereadores aprovando o subsídio, dando o dinheiro, e os empresários continuarem com as ações para aumentar a passagem e sem prestar o serviço adequado?", frisou ele, hoje. "Precisamos resolver o problema, mas isso envolve não dar nenhum centavo a empresários de ônibus - leia-se: máfia - sem que condicionantes muito claras sejam colocadas, sob pena de que o recurso pare imediatamente de ser passado", criticou.

 


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