O laboratório indiano Bharat Biotech informou nesta quarta-feira (3) que sua vacina anti-COVID, batizada de Covaxin, apresentou 81% de eficácia nos casos sintomáticos da doença na fase 3 de testes clínicos.
Os números preliminares, porém, não levam em conta a eficácia global do imunizante, ou seja, de todos aqueles que foram contaminados durante os estudos. Segundo o documento divulgado, foram analisados 43 casos sintomáticos e apenas sete deles eram de pessoas que haviam tomado as duas doses da COVID-19 - as demais tinham recebido placebo.
A fase 3 de testes envolveu 25,8 mil voluntários na Índia com idades entre 18 e 98 anos. Entre os participantes dos estudos, cerca de 2,4 mil eram idosos e 4,5 mil informaram ter comorbidades.
Sem dar muitos detalhes, a Bharat Biotech informou que foram registrados casos de reações adversas graves, mas que eles foram "em níveis baixos e equilibrados" entre quem tomou placebo e quem recebeu a Covaxin.
Os números apresentados foram de poucos casos, mas a empresa garantiu que divulgará uma atualização "em breve" com as análises prévias de 87 casos e que a meta de infectados do estudo é de 130. Os números ainda precisam ser revisados por cientistas e publicados em revista científica.
A Covaxin é alvo de muita polêmica na Índia porque o governo vem aplicando o imunizante mesmo que os estudos da fase 3 não tenham sido concluídos, como ocorreu em outros países como a Rússia, com a Sputnik V, e na China, com vacinas da Sinovac Biotech e da Sinopharm. A justificativa de Nova Déli era de que a vacina era segura e havia mostrado uma resposta imune "adequada" na fase 2.
Além do imunizante nacional, a Índia usa também a AZD 1222 (também conhecida como Covidshield) criada pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca.
O Brasil, através do Ministério da Saúde, já fechou um contrato com a empresa para a compra de 20 milhões de doses do imunizante, em entregas que devem começar ainda neste mês.
Porém, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não deu seu aval ao uso emergencial da Covaxin.
Conforme a Bharat, a farmacêutica tem a capacidade de produzir 300 milhões de doses por ano e há 40 países que demonstraram interesse na compra do produto. (ANSA).
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