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Estado de Minas PANDEMIA

Progressos e esperança para casos graves de COVID-19

A primeira área desses avanços são os medicamentos. Desde junho, muitos estudos demonstraram os benefícios dos corticoides para os pacientes gravemente doentes


08/09/2020 08:30 - atualizado 08/09/2020 09:07

(foto: Damien MEYER / AFP)
(foto: Damien MEYER / AFP)

Desde o início da pandemia, a medicina avançou para melhorar o tratamento dos pacientes mais graves com COVID-19, o que pode salvar vidas - afirmam especialistas ouvidos pela AFP nos Estados Unidos e na França.


"A sobrevida melhorou consideravelmente nos Estados Unidos, em todas as faixas etárias", diz Daniel Griffin, chefe de doenças infecciosas da ProHEALTH, que reúne mil médicos presentes em 22 hospitais da região de Nova York.


A primeira área desses avanços são os medicamentos. Desde junho, muitos estudos demonstraram os benefícios dos corticoides para os pacientes gravemente doentes.


De acordo com uma série de estudos publicados em 2 de setembro no periódico médico americano Jama, esses medicamentos reduzem a mortalidade em 21% após 28 dias entre pacientes que sofrem de uma forma grave de covid-19, ao combater a inflamação.


Nenhum outro medicamento mostrou um efeito significativo na redução da mortalidade, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a recomendar o "uso sistemático de corticoides em pacientes portadores da forma severa, ou crítica," da doença.


"É um tratamento que poderá salvar vidas", afirma o doutor Djillali Annane, do Hospital Raymond Poincaré, a oeste de Paris, e coautor de um desses estudos.


O dr. Marc Leone, da Sociedade Francesa de Anestesia e Reanimação, aponta outra mudança.


"Agora, fornecemos anticoagulantes muito antes e de forma muito mais agressiva", relata o dr. Leone. O objetivo é prevenir a formação de coágulos sanguíneos, uma das complicações graves.


Hidroxicloroquina é deixada de lado 


Em geral, agora "tratamos esses pacientes com um número muito mais limitado de medicamentos específicos", de acordo com Griffin.


Assim, em muitos países, a hidroxicloroquina foi negligenciada, um tratamento que é objeto de grande polêmica global e sobre o qual nenhum estudo de peso comprovou sua eficácia.


Também se avançou nos cuidados respiratórios prestados aos pacientes de terapia intensiva.


"No início, intubávamos os pacientes muito rapidamente. Agora, fazemos todo o possível para evitar isso", resume Kiersten Henry, enfermeira do Hospital MedStar em Olney, no estado americano de Maryland.


A intubação consiste em inserir um tubo na traqueia do paciente para conectá-la a um aparelho de respiração artificial. Embora seja indispensável em alguns casos, esse gesto invasivo pode levar a complicações, incluindo infecções.


"Rapidamente nos demos conta de que os pacientes que submetíamos a um respirador artificial tinham muito poucas chances de sobreviverem", lembra Griffin.


Na Alemanha, um estudo publicado no final de julho na revista The Lancet mostrou que 53% dos pacientes conectados a um respirador artificial morreram e que esse número disparou para 72% entre aqueles com mais de 80 anos.


Surgiu, então, uma alternativa: a oxigenoterapia de alto fluxo. Essa técnica, que surgiu há apenas uma década, consiste em aplicar grandes volumes de oxigênio no paciente, por meio de pequenos funis colocados no nariz.


Aprendizagem diária 


"É muito eficaz, muito menos invasivo, e seu uso é mais simples do que a intubação", explicou o dr. Jean-Damien Ricard, do hospital francês Louis-Mourier, à AFP.


Ricard realizou um estudo publicado em meados de julho na revista Intensive Care Medicine, que mostra que a oxigenoterapia é mais benéfica do que a intubação em alguns casos.


"No nosso caso, foi assim para pouco mais de 30% dos pacientes", acrescenta.


Da mesma forma que aqueles que estão intubados, esses pacientes ficam deitados de bruços para "airar as zonas posteriores do pulmão", o que parece ser benéfico.


Embora os estudos que comprovam sua utilidade sejam recentes, essas técnicas já são aplicadas há algum tempo, graças à observação e à prática médica.


"No que diz respeito à intubação, corticoides, anticoagulantes e hidroxicloroquina, houve uma reviravolta" em questão de um mês (...) As principais medidas aplicadas no início de abril eram contrárias às recomendações do início de março e são as primeiras que continuamos usando hoje", afirma Griffin.


"Quando surge uma nova doença, a princípio não sabemos o que fazer e depois o conhecimento vai florescendo diariamente", comenta Maury. "É como o início da epidemia da aids", completa Henry.


Apesar dos avanços, os especialistas advertem para um excesso de otimismo: "Continuará havendo mortos. Não se deve achar que já temos os tratamentos contra essa doença", ressalta Leone.

O que é o coronavírus

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.

Vídeo: Por que você não deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 é transmitida? 

A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?


Como se prevenir?

A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam:

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus. 

Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência

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