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Estado de Minas

Ricardo, sobrevivente da COVID-19, agora quer ser doador de plasma

Advogado brasileiro ficou internado em uma UTI em São Paulo, onde a própria mãe morreu no período em que estava hospitalizado


05/06/2020 11:39

(foto: FLORENCE GOISNARD / AFP)

Por Florence GOISNARD

"A sensação que eu tenho é que subi 10 andares, não dois", afirma Ricardo Garroux ao chegar quase sem ar ao seu apartamento na Vila Madalena, bairro de São Paulo.

O advogado, de 57 anos, está surpreso com seu estado de saúde relativamente satisfatório, apesar de cansar muito rápido, apenas seis dias depois de receber alta do hospital onde permaneceu duas semanas após ser diagnosticado com a COVID-19.

"Passei seis dias na terapia intensiva, conectado a um respirador, mas sempre consciente. Eu sentia uma tosse tão forte que a vontade que me dava era de abrir o meu peito", diz Ricardo, que antes de ser internado praticava Pilates, fazia exercícios e estava em perfeita saúde.

No pior momento, sua respiração estava tão fraca que ele não conseguia levantar os braços. O tratamento incluiu exames de sangue diários e radiografias do tórax.

"Mas depois de receber o plasma, foi como virar uma página e nada disso aconteceu mais", conta ele.

Ricardo Garroux está convencido de que as transfusões de plasma de pacientes que foram curados foram decisivas em sua recuperação.

Em um vídeo que guarda no celular, pode-se ver Ricardo com os olhos cheios de lágrimas ao ser transferido em uma cadeira de rodas, sob aplausos da equipe médica, da unidade de terapia intensiva para um quarto normal.

"Em alguns dias, passei de 'vou morrer' para 'estou vivo'", relata o advogado, embora sua felicidade tenha sido ofuscada pela morte de sua mãe de 88 anos em outro andar do mesmo hospital.

Ela foi diagnosticada com o novo coronavírus na casa de repouso onde morava há dois anos e seu filho a acompanhou na ambulância até a emergência.

Poucos dias depois, Ricardo começou a sentir os primeiros sintomas da doença - cansaço e náusea - e foi internado na mesma instituição.

"Consegui abraçá-la uma última vez porque já estava contaminado. Senão, não teriam me deixado dizer adeus a ela", lembra ele.

"Pude assistir ao funeral dela, do leito do hospital, pelo WhatsApp", acrescenta.

Após esse mês comovente, Ricardo define a si mesmo como "um sobrevivente", que já não está mais em um grupo de risco.

"É como se tivesse ido no fronte da guerra", ressalta.

O ex-paciente agora quer se tornar um doador de plasma, parte do sangue que contém os poderosos anticorpos que poderiam permitir que outros doentes sobrevivam à pandemia.

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