
A notícia traz esperança de retorno a 200 pessoas removidas preventivamente do local, que estão vivendo ou trabalhando fora dessa zona desde fevereiro de 2019, por serem áreas onde as pessoas poderiam ser direta e imediatamente atingidas em caso de rompimento.
"A previsão para a conclusão da descaracterização da barragem é em 2027, mas a tendência do momento, a julgar pelo ritmo das intervenções e estabilidade da estrutura, é finalizar a obra em 2025, dois anos antes do previsto", informou a Vale.
Até o momento, cerca de 36% dos rejeitos do reservatório da B3/B4 foram retirados. "O esvaziamento da barragem é a principal etapa do trabalho de eliminação da estrutura", afirma a Vale.
A atividade está sendo executada por equipamentos não tripulados, sem ninguém dentro dos caminhões, escavadeiras e tratores que realizam a retirada dos rejeitos. A operação do maquinário se dá a partir do Centro de Operações Remotas, estruturado pela empresa a cerca de 15 quilômetros da barragem.
A B3/B4 está em nível 3 de emergência, o mais crítico que equivale a risco iminente de ruptura, ao lado da barragem Sul Superior (Barão de Cocais) e Forquilha III (Itabirito), também da Vale, e da Barragem de Serra Azul, da ArcelorMittal.
A empresa já eliminou sete, de 30 estruturas a montante, como a B3/B4, que têm o mesmo processo construtivo das represas que se romperam em Brumadinho (2019) e Mariana (2015). Mais cinco barramentos têm conclusão da descaracterização prevista até o final deste ano.

Barreira contra rejeitos terá melhorias de drenagem
A Vale informou que começou nesta semana com as obras que vão aliviar a retenção de água das chuvas na barreira criada entre Macacos e a Barragem B3/B4, para que a estrutura não contribua com alagamentos.
São intervenções para aumentar a capacidade de vazão da chamada Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ). Serão construídos três túneis, com objetivo de reduzir o volume de água acumulada na estrutura em períodos de chuva intensa, como as ocorridas em janeiro de 2022.
A estrutura de contenção construída para a barragem B3/B4, assim como as demais ECJs para as barragens em nível 3 de emergência da Vale (Sul Superior, em Barão de Cocais; e Forquilha III, em Itabirito), faz parte do programa de descaracterização de barragens da Empresa e segue a normativa da ANM no que se refere à adoção de medidas para mitigar possíveis impactos em um eventual rompimento.
Nesse cenário, as ECJs cumprem o papel de conter os rejeitos. Elas foram concebidas e construídas de forma emergencial e acompanhadas pelas empresas de auditoria independentes que fazem parte dos Termos de Compromisso firmados com o Ministério Público de Minas Gerais. As contenções são descomissionáveis, ou seja, podem ser desmontadas quando não forem mais necessárias.
"Cerca de 100 empregos serão gerados para a execução das atividades na contenção. A estrutura foi projetada para permitir a passagem do fluxo da água a partir de seu vertedouro e sistema de comportas. Os novos túneis irão aumentar a capacidade de escoamento de água. Os trabalhos devem ser finalizados neste ano e a empresa adotará todas as medidas necessárias para reduzir os impactos à comunidade", onformou a Vale.
Não haverá tráfego de caminhões para transporte de materiais nas ruas do distrito de Macacos e os acessos internos em área da empresa serão umectados para controlar a emissão de poeira. Além disso, atividades que geram ruídos não serão realizadas após as 22 horas.