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Estado de Minas

Centro de Macacos vira cenário de medo e desespero após sirene da Vale

Uma mulher chegou a passar mal, alegando que mora na área de risco e que 'a noite foi um inferno' depois que tocou o alarme da barragem da Vale


postado em 17/02/2019 10:25 / atualizado em 17/02/2019 13:48

Moradora da área de risco, Janete Atanásio, passa mal no Centro de Macacos(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Pres)
Moradora da área de risco, Janete Atanásio, passa mal no Centro de Macacos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Pres)

O Centro de São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido como Macacos, distrito de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, virou cenário para a expressão do medo e desespero de moradores e turistas que transitam pelo local. A desinformação mesmo entre autoridades é a tônica, levando angústia para as pessoas.

                                  



Na manhã deste domingo, o principal acesso ao distrito, pela rodovia BR-356, estava fechado, depois que a sirene soou o alarme de uma barragem da Vale próxima ao distrito, no sábado à noite. As estradas mais acessíveis a Macacos são agora pelo condomínio do Engenho ou por Pasárgada.

Mas as vias até o centro da comunidade continuavam abertas até as 9h40 de hoje, quando a Polícia Militar fechou também as ruas do Centro. Agora o fluxo é apenas no sentido de quem vai deixar a comunidade, sendo proibido entrar.

Área de risco


Janete Atanásio, de 48 anos,  chegou a passar mal, precisando ser amparada por moradores e policiais militares. "Moro bem embaixo, na área de risco. A noite foi um inferno. Vim para o centro para ter informações, mas senti fraqueza, tontura e ficou tudo preto", disse, antes de desmaiar e ser socorrida pelas pessoas e policiais militares.

Wedson da Silva Gonçalvese família é dono de uma bar e um estabelecimento(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Pres)
Wedson da Silva Gonçalvese família é dono de uma bar e um estabelecimento (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Pres)

Wedson da Silva Gonçalves, de 35 anos, microempresário, tem um bar e um estacionamento, mora em Macacos com a esposa e duas filhas, de cinco e três anos.

"Hoje seria um dia de grande movimento, os dias que valem são os fins de semana. Mas ontem ( sábado) foi morto e hoje também, fora a gente estar ilhado, sem resposta de quando a situação vai voltar ao normal. Minhas filhas  passaram a noite com medo, perguntando: papai, para onde nós vamos? Porque viram todo mundo ir embora, aquela confusão de todo mundo fugindo com medo. Eu falava que não estamos em área de risco e que vai ficar tudo bem, mas não sei, fico me lembrando das imagens de Brumadinho e Mariana que não saem da nossa cabeça", contou o microempresário.

Prejuízo


Nagib Catarino contabiliza o prejuízo no restaurante onde é subgerente(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Pres)
Nagib Catarino contabiliza o prejuízo no restaurante onde é subgerente (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Pres)

Nagib Catarino da Costa, 43 anos, subgerente  há 20 anos no  Restaurante Acervo da  Carne, conta que  hoje seria um dia, mesmo que com chuva, com clientela garantida e estimada em torno de 250 pessoas. Entretanto, ele calculou que  o movimento hoje caminha para o fracasso.

"Estou justamente no lugar de onde vem a lama, pelo Ribeirão dos Macacos. O rio passa bem na nossa frente, se romper mata todo mundo aqui no caminho", destacou.


Microônibus


Microônibus da Vale (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Pres)
Microônibus da Vale (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Pres)

A Vale disponibilizou microônibus para evacuar as pessoas, mas os veículos não estão conseguindo passar pelas ruas estreitas em meio ao fluxo de carros  que também tenta evacuar a área.

Apesar do esforço, a iniciativa da Vale tem criado ainda mais congestionamento. Os microônibus têm placas de acesso garantido por autorização da  Defesa Civil (Cedec-MG).


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